quarta-feira, abril 07, 2010

O FILHO DA PUTA CARA DE PAU

Após multas, Lula critica uso da máquina

Folha de S. Paulo - 07/04/2010
 
Punido duas vezes por campanha antecipada, presidente diz que é possível ajudar um candidato sem auxílio da administração 

No Rio, Lula afirma discordar das penalidades recebidas; presidente diz que não vai deixar o governo de lado por causa da campanha eleitoral 

Acusado pela oposição de usar a força de sua administração em favor da pré-candidata Dilma Rousseff (PT), o presidente Lula afirmou ser "possível" fazer campanha eleitoral sem utilizar a máquina pública.
"É preciso que a gente seja definitivamente republicano neste país, que a gente passe para a sociedade a ideia de que é possível você ajudar um candidato, você participar de um processo eleitoral, sem utilizar a máquina como sempre se usou neste país para beneficiar um ou outro candidato", disse.
Em entrevista a duas emissoras de rádio, Lula afirmou discordar da multa que recebeu do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por campanha antecipada e disse que recorrerá da decisão.
A penalidade, de R$ 10 mil, foi determinada pela participação na inauguração do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados de São Paulo, no dia 22 de janeiro. Outra multa imposta a Lula, de R$ 5 mil, foi confirmada ontem pelo TSE (leia texto ao lado).
"Era uma entidade particular, não havia obras públicas ali. E me parece que eu fui multado porque eu falei que nós íamos ganhar as eleições, e a câmera de TV mostrou a cara da Dilma, que estava no palanque."
O presidente, porém, evitou ontem entrar em confronto com o Judiciário. "Se ele [o Judiciário] entender que eu sou culpado, eu, como qualquer ser humano comum, tenho que pagar pelo erro que cometi."
Lula comentou ainda que não vai deixar o governo para se dedicar à campanha de Dilma. "Tenho que governar o Brasil. Não posso deixar o governo para fazer campanha", disse.
Ele também falou sobre a reunião ministerial de anteontem, na qual foram apresentados dez novos ministros, que entraram na vaga daqueles que se desincompatibilizaram para disputar as eleições de outubro. "A palavra de ordem era a seguinte: nós temos nove meses para trabalhar mais do que trabalhamos nestes três anos."
O presidente lembrou a Copa de 1962, no Chile, quando o Brasil foi bicampeão mundial mesmo sem Pelé, lesionado.

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