sábado, abril 03, 2010

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Alta do aço impacta inflação no segundo semestre, diz consultoria
FOLHA DE SÃO PAULO - 03/04/10

Uma mudança no preço do aço a partir deste mês teria a maior parte do seu impacto sobre a inflação no varejo concentrada neste ano, especialmente no segundo semestre.
A conclusão é de análise feita pela consultoria LCA a respeito da disputa que envolveu, nesta semana, a mineradora brasileira Vale, sua concorrente australiana BHP, siderúrgicas chinesas, brasileiras e europeias.
A elevação do valor do minério de ferro pela Vale resultará em forte pressão no preço do aço e, consequentemente, nos produtos que usam o material.
O modelo calculado pela LCA aponta que "o impacto de mudanças no preço do aço sobre o IPA industrial se dissipa após sete meses, com um impacto máximo no quarto mês. Já o impacto do IPA industrial sobre o IPCA livre se dissipa após nove meses".
O minério de ferro é a matéria-prima principal do aço, usado numa grande variedade de itens, de carros e eletrodomésticos a brinquedos.
O modelo estimado pela LCA sugere que "o impacto direto de um reajuste de 20% no preço do aço sobre o IPCA seria de cerca de 0,13 ponto percentual". O impacto total -direto e indireto- alcançaria cerca de 0,26 ponto percentual.
Um reajuste de 100% no minério de ferro, no entanto, não significaria acréscimo de 0,26 ponto percentual às projeções para a inflação dos preços livres em 2010. Isso porque os analistas já vinha esperando elevação de 15% a 30% no preço do insumo, diz a consultoria.
A LCA destaca ainda que um reajuste do minério também acarreta implicações sobre a cotação cambial doméstica, por meio de melhora substancial do saldo da balança comercial, de até US$ 9 bilhões em 2010.
CHOCOLATE 
O consumo de ovos de Páscoa atingiu 38% dos domicílios brasileiros no ano passado. O tíquete médio foi de cerca de R$ 17, de acordo com pesquisa realizada pela Nielsen. Cerca de 47% desses produtos foram comprados para presente; o restante foi para consumo próprio.
NA BALANÇA 
O levantamento também concluiu que o brasileiro compra em média 700 gramas do produto. O mercado tem na região Sul a maior penetração, com 57% dos lares. O maior tíquete médio para a compra de ovos é registrado no Centro-Oeste.
CASEIRO 
Mais de 10% dos ovos de chocolate comprados na Páscoa foram de fabricação caseira. A principal região de consumo é o interior de São Paulo, com 43% do volume, seguida pela Grande São Paulo, que aparece com 34%, de acordo com a pesquisa da Nielsen.
LIGAÇÃO 
Só 5% dos celulares vendidos hoje na América Latina são smartphones. Segundo a 3G Americas, associação que representa a família GSM e suas evoluções, esse número crescerá em 2010, pois 25% da população do continente tem intenção de possuir um modelo de celular completo. Hoje há 64 milhões de assinantes 3G nas Américas, 50% deles no Brasil.
ENCONTRO 
Raghuram Rajan, ex-economista chefe do FMI, Michael Pettis, colunista do "Financial Times" e professor de finanças em Pequim, e Marc Faber, analista de investimentos, falarão sobre o cenário político e econômico mundial e de investimentos em mercados emergentes, em encontro promovido pelo Itaú BBA, no dia 15, em São Paulo.
PARA O MUNDO
Um dos criadores da cerveja escura Xingu, em 1987, o escritor e empresário Cesario Mello Franco vai desenvolver uma nova linha da cerveja.
Está em planejamento a elaboração de três novas versões, entre elas uma clara e uma vermelha. "Serão todas ligadas à Amazônia", diz Franco.
O projeto está em fase de estudo de mercado, mas, por enquanto, será só para exportação. Em 2005, Franco vendeu os direitos da marca Xingu no Brasil para a Femsa, comprada em janeiro pela Heineken, permanecendo dono da marca no mercado externo.
Hoje a cerveja é exportada para Austrália, EUA e Inglaterra. Nesta semana, a Xingu venceu a segunda etapa de um concurso internacional do jornal "Washington Post" e na semana que vem concorre à vaga na final.
Em breve, o brasileiro poderá conhecer uma cerveja nacional que só estrangeiros conhecem. Outra invenção de Franco, a cerveja Palma Louca, exportada para Austrália, EUA e Inglaterra desde 2002, está em teste em bares de São Paulo.
"Palma Louca é vinculada à cultura brasileira, a escritores. Nas embalagens da cerveja, há referência ao site que dá nome à bebida, no qual jovens buscam mostrar um lado diferente do país."
PARA O BRASIL
Desembarca no Brasil uma das cervejas artesanais líderes dos EUA, a Brooklyn Brewery, comandada pelo mestre cervejeiro Garret Oliver, que está nesta semana no país para acompanhar o lançamento.
O Brasil foi escolhido como a porta de entrada da cerveja na América Latina. A bebida está sendo trazida pela importadora BrazilWays. "A decisão de trazer a Brooklyn levou em conta a carência de uma cerveja artesanal norte-americana no país", afirma Iron Mendes, sócio da importadora.
O potencial do mercado brasileiro para as cervejas artesanais está ligado à culinária do país, segundo Mendes.
A bebida será distribuída em todo o país, de bares a supermercados. Por enquanto, estarão disponíveis 4 dos 20 rótulos que a empresa produz.
A garrafa de 750 ml da Local 1, por exemplo, irá custar, em média, R$ 49 em bares e restaurantes.
O mercado norte-americano de cervejas artesanais é bastante variado, com mais de 1.500 cervejarias, de acordo com Mendes.
A Brooklyn, presente em 13 países, produz 1 milhão de litros por mês. Para este ano, a empresa projeta crescimento de 20%, com faturamento de US$ 25 milhões.

com JOANA CUNHA e ALESSANDRA KIANEK

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