quarta-feira, março 17, 2010

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Vendas de imóveis em SP têm o melhor janeiro


FOLHA DE SÃO PAULO - 17/03/10

Mesmo em janeiro, mês tradicionalmente de menor movimento no mercado de imóveis novos na cidade de São Paulo, as vendas registraram níveis recordes para o período, de acordo com pesquisa do Secovi-SP (sindicato da habitação).
O volume de unidades comercializadas alcançou 1.508 no mês, resultado 35,5% superior ao apurado em janeiro de 2009, período de crise.
Foi também 7,9% maior do que em igual período de 2008, época de grande demanda.
"Já vínhamos em uma tendência de aquecimento. Entre novembro e dezembro de 2009, a venda de imóveis novos na cidade foi equivalente aos primeiros cinco meses do ano. Já esperávamos que 2010 começasse forte e isso reafirma a tendência", afirma Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP.
As vendas foram concentradas nas unidades de dois dormitórios e nas mais baratas.
O indicador VSO (Vendas sobre Oferta) -que relaciona o número de unidades vendidas e o total ofertado- alcançou em janeiro 11,3%, taxa que jamais havia sido atingida na história da pesquisa para o primeiro mês do ano.
O VSO de janeiro de 2007 e de 2008 foi de cerca de 7,5%. O de janeiro do ano passado havia ficado em 5,5%.
Em receita, as vendas estão em torno de R$ 600 milhões e a expectativa é que o mercado de imóveis novos movimente de R$ 12 bilhões a R$ 13 bilhões neste ano, segundo Petrucci.
Lei Kandir onera o agronegócio, diz Lovatelli 

"A Lei Kandir já teve o seu mérito. É preciso mexer nela." Essa é a afirmação de Carlo Lovatelli, presidente da Abag (Associação Brasileira de Agribusiness).
A lei, de 1996, hoje onera os produtos agrícolas de maior valor agregado, diz Lovatelli. "O país perde receita por exportar mais grão que óleo e farelo." A lei foi criada para estimular as exportações, isentando os produtos primários de ICMS.
Lovatelli acrescenta que a lei acaba, indiretamente, estimulando investimentos industriais em outros países, como China, e exportando emprego, por não ter construção de fábricas no país.
Um dos efeitos nocivos da guerra fiscal é a influência que exerce sobre decisões de investimento, diz. "O empresário faz uma fábrica em um Estado por causa do benefício fiscal, em detrimento de uma melhor logística."
A deficiência nessa área é outro entrave para o agronegócio. Segundo Lovatelli, o governo Lula poderia ter realizado mais investimentos em infraestrutura e logística.
"Foi uma oportunidade perdida. Se não investir, vai parar lá na frente", afirma.
A cada ano, o país bate recorde de produção de soja e, segundo ele, vai ter, mais uma vez, fila de caminhão para descarregar nos portos.
UNIFORME EM CAMPO

O uniforme que a seleção brasileira vai usar no mundial da África do Sul, apresentado recentemente pela Nike, contou com a colaboração criativa de um grupo de jovens aspirantes a jogador de futebol, em um processo de cocriação coordenado pela consultoria Mandalah.
Butique de inovação com escritórios em São Paulo e no México, a Mandalah é especializada em "open innovation", um processo de criação que conta com a colaboração aberta de segmentos da sociedade. A Mandalah foi a moderadora do grupo que analisou durante vários meses o visual de todos os uniformes da seleção usados em torneios mundiais passados.
"O modelo de camiseta que a Nike fez ficou muito parecido com as sugestões apresentadas pelos jovens influenciadores", diz Lourenço Bustani, um dos sócios da consultoria.
INTENÇÃO

O índice de intenção de consumo das famílias paulistas, calculado pela Fecomercio SP, mantém-se estável em março. Quatro dos sete itens do índice apresentaram variações positivas. A renda atual saltou de 154,1 pontos, em fevereiro, para 159,6, em março. A perspectiva de consumo teve 141,8 pontos ante 136,9. O nível de consumo atual e o emprego atual também subiram.
BOLEIA

Christopher Podgorski, diretor-geral da Scania Brasil, defendeu nesta semana a importância de o BNDES manter nos moldes atuais os programas de financiamento de caminhões Pró-Caminhoneiro e Finame PSI. Juntos, os programas responderam por um terço das vendas da empresa, de agosto a dezembro. O governo havia sinalizado possibilidade de não renovar as linhas.
PALESTINA 1

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerrou ontem, em Belém, o seminário "Brasil-Palestina investindo no futuro", em que 120 empresários, a grande maioria palestinos, discutiram parcerias em torno dos 201 projetos contidos no chamado "Programa Fayad", uma espécie de PAC palestino, elaborado pelo primeiro-ministro Salam Fayad.
PALESTINA 2

Serão US$ 5,5 bilhões de investimentos necessários no PAC árabe. O presidente Lula aproveitou a ocasião para anunciar que em julho, em São Paulo, será realizado o primeiro Seminário da Diáspora Palestina, também em busca de recursos.
GÁS

Com a chegada do gás natural à usina de Timóteo (MG), via gasoduto da Cemig, no Vale do Aço, a ArcelorMittal Inox planeja a implementação, a médio prazo, de sistema de geração de vapor e eletricidade por meio de uma termelétrica. O objetivo é gerar até 10 MW para ampliar o fornecimento de energia à usina.
AJUDA DE BACO

Vinhos chilenos não ficaram mais caros depois do terremoto, ao menos em três grandes importadoras. A preocupação, porém, é com a nova safra, que está sendo colhida. "Com algumas instalações e estradas afetadas, resta saber se conseguirão colher e processar tudo", afirma Ciro Lilla, da Mistral.
MAIS TRABALHO

O setor de eletroeletrônicos, que perdeu cerca de 10 mil empregos no período mais agudo da turbulência econômica, deve recuperar o patamar pré-crise antes do final do ano. A previsão é do presidente da Abinee (associação do setor), Humberto Barbato, que esperava voltar ao nível anterior a outubro de 2008, de 165,25 mil empregos diretos, apenas no final deste ano. Mas o resultado de janeiro surpreendeu as indústrias de eletroeletrônicos, que abriram 2.930 vagas no mês, elevando para 162.750 o número de trabalhadores. "A recuperação da crise praticamente já ocorreu", afirma Barbato. E ainda tem a Copa, para dar um empurrão no consumo de produtos do setor.

com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e MARIANA BARBOSA

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