domingo, março 21, 2010

ANCELMO GÓIS

Guerra do cimento
O GLOBO - 21/03/10

As empreiteiras da Espanha, na UTI com a crise do setor no país, estão de olho em obras no Brasil, por causa da Copa de 2014 e dos Jogos de 2016.

Semana que vem, chega por aqui uma missão empresarial espanhola formada por umas 20 empresas da construção
No pasarán...

As empreiteiras brasileiras, claro, não gostam da ideia de dividir o tijolo do mercado com o pessoal da terra das touradas.

As nativas alegam que, no passado, sempre que tentavam entrar no mercado espanhol, eram recebidas a pedradas.
Chave de ouro 

Um empresário que teve sua Toyota Hilux SRV 2005 roubada na Av. 24 de maio, no Rio, e a achou depois sem as chaves, roga ao ladrão pela devolução.

É que foi ver o preço de uma chave nova e se assustou: codificada, custa... R$ 11.200! Seu carro está avaliado em R$ 70 mil.
Batuque na cozinha
Martinho da Vila, o sambista, foi convidado para substituir Jandira Feghali na Secretaria de Cultura de Eduardo Paes.

Jandira sairá para disputar as eleições. Martinho não topou.

Ela e ele são do PCdoB.
Cena carioca
Dias atrás, uma moça esqueceu a carteira no setor de verduras do supermercado Zona Sul do Leblon, no Rio, e, sem se dar conta, foi para a fila do caixa. Um senhor de terno se aproximou e, de brincadeira, perguntou, enérgico: “Cadê sua carteira?!” Ela saiu correndo. Achou que era assalto. Há testemunhas.

Júnior para a ABL Assuma seu orixá Júnior, o ex-craque do Fla e da seleção, prepara sua autobiografia.

Sairá pela Rocco, em abril.

Vai se chamar “Minha paixão pelo futebol” e fará parte de uma coleção de 11 títulos sobre o esporte que a editora lançará até a Copa da África do Sul
O DOMINGO 
É de Grazi Massafera, 27 anos, lindeza que tem esbanjado sensualidade como Deodora, a vilã da novela “Tempos modernos”, da TV Globo. Sua personagem, ruim como capim, vai tentar driblar na trama a paixão por Portinho, o avoado astrônomo vivido por Felipe Camargo. Mas tudo indica que vai perder a briga.

É que o jeitão nada sedutor do sortudo Portinho mexe com o coração e a cabeça de Deodora
Justiça entupida 
Veja o desafio dos juízes brasileiros para apreciar todos os processos que aguardam por decisão país afora.

Em 2009, foram analisados 2,7 milhões de casos, ou 60,7% da meta do CNJ de julgar as 4,4 milhões de ações que chegaram aos TJs até 31 de dezembro de 2005. Ou seja, ainda faltaram 1,75 milhão de casos
Mas...
Em 2010, a meta do CNJ é atacar casos de 2006.

Num balanço, o Conselho fez um ranking dos tribunais mais ágeis: o TRT-14 (RO e AC) lidera com 100% de metas cumpridas.
Peso pesado 
O megainvestidor americano Bill Ackman, conhecido por adquirir participações relevantes em empresas como Nestlé e McDonald’s, acaba de fincar mais uma bandeira no Brasil.

Comprou 13,8% da Aliansce Shopping Centers (shoppings Via Parque, Taboão, Leblon...).
ZONA FRANCA

Casa do Saber e GloboNews promovem a aula “Brasil e relações Internacionais”, amanhã, com Tonico Ferreira e o ex-chanceler Luiz Felipe Lampreia.

O cirurgião José Camargo, diretor do Hospital Dom Vicente Scherer, em Porto Alegre, toma posse na Academia Brasileira de Medicina, terça.

Daniel Brunet, Cirilo Junior e Genilson Júnior lançam terça, às 20h, na Multifoco, o livro “A culpa é delas”.

Dia 8, o juiz federal Rodolfo Kronemberg Hartmann lança, no CCJF, às 20h, o livro “A execução civil”.

O padre Leandro Cury vai celebrar a missa de aniversário do Império Serrano, terça, na quadra da escola.

“Dois perdidos numa noite suja”, no Vanucci, segunda, 18h, custará R$ 15 para universitários com debate depois.
Assuma seu orixá

Amanhã, a Secretaria Especial da Igualdade Racial, de Lula, lança no Rio com a Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos, de Sérgio Cabral, uma campanha para que os seguidores da umbanda, do candomblé e de outras crenças espíritas declarem sua religião no Censo de 2010.

“Em 2010, quando o Censo vier, declare amor ao seu orixá”, diz um cartaz (veja acima), ilustrado com a foto de Mãe Beata de Iemanjá, do Rio.
País da pirataria 
De um vendedor de DVDs piratas com banquinha em frente ao Shopping da Gávea, no Rio, para um freguês que se queixava de ter comprado num concorrente uma cópia com defeito de “Lula, o filho do Brasil”: — Está vendo? É isso que torna a classe desacreditada...
Teu cabelo não nega
Simonsen dizia que nenhum país do mundo tinha tanta agência de banco e tanta farmácia como o Brasil. Mas faltou acrescentar... salões de beleza.

Em janeiro e fevereiro, o número de licenciamentos para salões no Rio cresceu 110,3% em relação ao mesmo período de 2009. Jacarepaguá, Barra e Méier são os bairros onde os salões nascem como coelhos


A República de Ipanema

Houve um tempo em que fazia sucesso na minha terra uma música de Bráulio Tavares e Ivanildo Vilanova, gravada por Elba Ramalho, chamada “Nordeste independente” (“Já que existe no Sul esse conceito/que o Nordeste é ruim, seco e ingrato/Já que existe/a separação de fato/É preciso torná-la de direito”).

Pois bem. Depois da tunga dos royalties de petróleo, gaiatos na internet articulam uma conjuração para tornar o Rio independente do resto do Brasil.

A insurreição, vitoriosa, faria do Rio um produtor de petróleo maior que o Qatar. Pelas contas do consultor Adriano Pires, o resto do país teria a pagar, em 2009, R$ 82,39 bi pela importação de óleo e gás fluminenses — 12 vezes mais do que o Rio recebeu de royalties. Se o Estado do Rio fosse um país, diz Sérgio Besserman, a renda per capita do carioca seria um terço maior (33%) que a do brasileiro.

A República de Ipanema também seria imbatível em belezas naturais (praias, Pão de Açúcar, Juliana Paes...).

A moeda seria o “samba”, e os Correios lançariam medalhas em homenagem a ilustres nativos, como Noel Rosa, Cartola, Garrincha, Machado de Assis, Villa-Lobos, Luma de Oliveira etc. Os “estrangeiros” que adotaram o Rio seriam lembrados nos logradouros: Av.

Drummond, Praça Darcy Ribeiro, Rua Gonzagão, Travessa Guimarães Rosa, Largo Mariana Ximenes...

Intentona à parte, é como dizia Bussunda, outro carioca ilustre e irmão de Besserman: fala sério, Ibsen.
Um pouco de memória

O gaúcho Ibsen Pinheiro não conheceu o jurista sergipano Gumercindo Bessa (1859-1913).

Mas veja só. Na primeira Republica, Bessa foi deputado constituinte em Sergipe e, reza a lenda, apresentou projeto que dizia: “Poderá ser presidente de Sergipe todo brasileiro nato, exceto rio-grandense-do-sul.” Não era aversão a gaúchos.

Era protesto contra a Constituição daquele estado, segundo a qual só podiam governar o Rio Grande do Sul os nascidos lá. A história está no livro “Um menino sergipano”, de Genolino Amado (1902-1989). No mais, vivas aos dois Rios — de Janeiro e Grande do Sul. E a Sergipe.

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