quinta-feira, fevereiro 25, 2010

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Alta do mínimo exclui beneficiário do Minha Casa

Folha de S.Paulo - 25/02/2010


O reajuste do salário mínimo concedido pelo presidente Lula em janeiro deixou de fora uma parcela de beneficiários do programa Minha Casa, Minha Vida. Os valores das categorias de renda estabelecidos no programa não foram reajustados de acordo com o novo mínimo.

Em muitos casos, os novos candidatos ao Minha Casa, Minha Vida terão condições menos favoráveis, com juros e entrada mais altos.

"Os valores do programa deveriam ter acompanhado o reajuste do salário mínimo", diz Celso Petrucci, diretor do Secovi-SP (sindicato da habitação).

Uma simulação feita no site da Caixa aponta que beneficiários na faixa salarial de seis mínimos, agora com renda superior, ficaram com condições de pagamentos piores.

O banco informou que o valor do mínimo considerado refere-se ao salário vigente na data de lançamento do programa. Segundo a Caixa, que segue orientação do Ministério das Cidades, "a renovação não é automática".

Na simulação, o trabalhador que ganhava seis mínimos de R$ 465 até dezembro de 2009, ou seja R$ 2.790, tinha direito a empréstimo com juros de 6% ao ano e entrada de R$ 5.985 para financiar R$ 72 mil.

Com o aumento do mínimo para R$ 510, o teto da faixa de seis mínimos subiu para R$ 3.060. Uma pessoa com a mesma renda do exemplo, saiu da categoria de três a seis salários mínimos para a faixa de seis a dez mínimos.

Para esse beneficiário, agora são oferecidas taxas de juros de 8,16% e entrada de R$ 16 mil para financiar R$ 64 mil.

BATE-BOLA
A Visa resolveu fazer marcação cerrada em locais em que clientes usam pouco os cartões de crédito.

Para fazer o dinheiro de plástico circular mais em consultórios médicos e odontológicos, a empresa vai sortear quatro pacotes de viagens para a Copa da África do Sul entre os profissionais que aceitam o meio de pagamento. As assistentes vão a Buenos Aires.

Ao todo, serão mais de 500 viagens para a Copa, em diferentes promoções da companhia, algumas delas em parceria com os maiores bancos brasileiros.

"Queremos acelerar os investimentos nos próximos cinco anos. Do total do consumo privado no Brasil, só 20% pagam com cartão e 80% usam dinheiro ou cheque, que são os nossos maiores concorrentes", afirma Rubén Osta, diretor-geral da Visa no Brasil.

RUMO À ÁFRICA 1
A carência por equipamentos para dar suporte ao crescimento de Angola criou uma demanda por máquinas usadas no país africano. O efeito será estudado pela consultoria Quorum Brasil, que vai a Angola nas próximas semanas para levantar outras características para orientar empresas brasileiras que pretendem investir no país africano.

RUMO À ÁFRICA 2
Na área de exportações, a empresa de consultoria identificou como potenciais os setores de alimentos, móveis, equipamentos e máquinas de médio e baixo valor agregado. Há ainda mercado para que empresas brasileiras ampliem as vendas a Angola de equipamentos agrícolas de média e baixa intensidade tecnológica, equipamentos médicos e odontológicos, fármacos e outros.

RELEITURA
O governador Sérgio Cabral (RJ) relê "Casa-Grande & Senzala" (Global Editora), de Gilberto Freyre e se dedica à leitura de "Uma Breve História do Século XX" (ed. Fundamento), de Geoffrey Blainey.

Fundo de pensão brasileiro é o que mais cresce
Com avanço de 54%, os fundos de pensão brasileiros foram os que mais cresceram no mundo em 2009, ou mais que o dobro que o segundo colocado (Hong Kong).

O resultado de 2009 reafirma um cenário que tem acontecido recentemente, já que o setor no Brasil é o que apresenta a maior taxa de expansão anual entre 1999 e o ano passado, segundo levantamento da consultoria Towers Watson, com fundos de pensão de 13 países.

Parte da explicação para a expansão no ano passado se deve à composição da carteira do segmento no país. No ano passado, 72% dos recursos dos fundos de pensão brasileiros estavam alocados em ações (de longe os que mais investiram nessa área), e a Bovespa foi a Bolsa de Valores que mais se valorizou no mundo no período.

Apesar do avanço, em total de ativos, os fundos brasileiros estavam em nono lugar, com US$ 392 bilhões. Líderes, os americanos tinham US$ 13,2 trilhões em 2009.

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