sexta-feira, fevereiro 19, 2010

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

ETH-Brenco une culturas de capital diferentes

Folha de S.Paulo - 19/02/2010


A fusão entre ETH e Brenco, anunciada ontem, resultou de uma negociação de quatro meses, que teve o desafio de unir dois tipos de gestão de capital muito diferentes entre si.
A Brenco era formada por um grupo de investidores financeiros com pouca ingerência na gestão da empresa, enquanto a Odebrecht, controladora da ETH Bioenergia, tem uma cultura mais presente na orientação do negócio, de acordo com Thiago Sandim, sócio do escritório de advocacia Lefosse, que participou da estruturação jurídica do negócio.

"Um ponto que foi difícil de superar foi essa diferença cultural, que no fim foi solucionada", afirma Sandim, que atuou na negociação pelo lado da ETH Bioenergia.

O processo de consolidação do setor sucroenergético, que se acelerou nos últimos meses, deve seguir forte em 2010 e se mantém como carro-chefe. A partir de agora, segundo Sandim, o capital estrangeiro vai avançar muito mais.

Há também outras áreas no foco dos investimentos internacionais, principalmente as voltadas para o varejo.

"Vale ficar de olho especialmente em vestuário. Tudo o que for indústria de consumo de semibásico para as classes C e D estão chamando a atenção dos grandes "players" mundiais", afirma o advogado.

O Lefosse, que atua no Brasil em parceria com a banca inglesa Linklaters, tem dez operações em avaliação, que juntas podem movimentar US$ 12 bilhões neste ano.

"Fizemos US$ 4,5 bilhões em operações de fusões e aquisições em 2009. No primeiro semestre deste ano, já teremos superado essa marca."

Tudo o que for indústria de consumo de semibásico para as classes C e D está chamando a atenção dos grandes "players" mundiais
THIAGO SANDIM
sócio do escritório Lefosse

Crise motiva conflitos trabalhistas
Grande parte das crises que ocorreram em empresas, e foram reportadas por jornais e revistas em 2009, estava relacionada a questões trabalhistas. Quase 25% das 502 crises corporativas do período corresponderam a conflitos de trabalho, segundo levantamento da agência Imagem Corporativa.

Esse mesmo tema estava relacionado a 9% das 402 crises de 2008 e a 6% das 397 crises de 2007. O aumento é atribuído às divulgações de demissões, greves, protestos e férias coletivas não previstas anunciadas nos primeiros meses de 2009, devido aos reflexos da crise no país.

A segunda categoria de crises mais noticiada em 2009 foi ligada a variáveis econômico-financeiras das empresas, como suspensão ou diminuição de produção industrial, falta de liquidez, perdas financeiras e adiamento de investimentos. Em seguida aparecem os problemas nas áreas operacionais, relações com o consumidor, concorrência e outros.

Páscoa cria 61,5 mil vagas de trabalho temporário neste ano
O mercado de trabalho está aquecido com a Páscoa. Cerca de 61,5 mil vagas de contratação temporária devem ser abertas em todo o país, o que representa 2,5% a mais que no mesmo período de 2009, segundo a Asserttem (Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário).

Das vagas abertas, 60% deverão ser preenchidas na indústria e 40%, no comércio.

Dois motivos são apontados para o incremento das vagas formais neste ano: "A necessidade de recomposição dos quadros, uma substituição natural do mercado de trabalho, e o aumento do número de funcionários, devido à recuperação da economia", afirma o presidente da Asserttem, Vander Morales.

Cerca de 13% dos temporários terão chance de efetivação após a Páscoa -parcela superior à do ano passado, quando 8% foram efetivados.

A data é vista como a oportunidade do primeiro emprego para os jovens. Segundo a Asserttem, neste ano, 25% dos trabalhadores são jovens entrando no mercado de trabalho. Em 2009, eram 21%. "Além de ser caracterizado como o primeiro emprego, o trabalho temporário também atua como qualificação profissional", diz Morales.

COPIAR E...
O Atacadão, rede de "atacarejo" comprada pelo Carrefour em 2007, inaugura a primeira loja na Colômbia, no dia 24. Para o presidente do Carrefour no Brasil, Jean Marc Pueyo, a impressão que se tem ao entrar no Atacadão Colômbia é de estar em uma loja brasileira.

...COLAR
"O modelo se encaixa muito bem lá, é copiar e colar", diz Pueyo, do Carrefour. Até o final deste ano, o executivo pretende levar o formato também para a Argentina. "O Atacadão tem grandes chances de sucesso em países semelhantes ao Brasil, com classe média emergente e forte perfil empreendedor."

ÁSIA
O presidente do Carrefour no Brasil, Jean Marc Pueyo, montou uma equipe só para estudar oportunidades de expansão internacional da rede, inclusive em mercados da Ásia, como China e Indonésia. "Temos de entender as leis de cada país e ver se é possível ou não. Mas, sem dúvida, esse é um formato em crescimento."

ESCASSEZ 1
Depois da construção, o setor financeiro pode ser o próximo a sofrer com a falta de mão de obra especializada no país. "Com a concentração do mercado por conta das fusões e aquisições recentes, esgotou-se o recurso mais usado pelas empresas em expansão, que era tirar profissionais da concorrência", afirma Luis Savério, diretor da consultoria Business Partners Consulting.

ESCASSEZ 2
Em um cenário de falta de mão de obra qualificada, a saída é tratar do aprimoramento dos funcionários. "É fundamental investir no desenvolvimento dos funcionários e na formação de futuros profissionais", afirma Savério, da Business Partners Consulting.

CADEIRA
O executivo Andrés Gómez foi nomeado o novo diretor-geral da Publicar Brasil, do Grupo Carvajal, empresa do segmento de listas e guias impressos e proprietária das marcas Editel, Guia Mais, Listel e Lista On-line.

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