quarta-feira, janeiro 27, 2010

PAINEL DA FOLHA

Nome e sobrenome

SILVIO NAVARRO

FOLHA DE SÃO PAULO - 27/01/10

O "Danilo" que aparece no relatório da Operação Castelo de Areia da Polícia Federal como contato do deputado José Genoino (PT-SP) para supostas doações sem recibo da Camargo Corrêa é Danilo Camargo, ex-coordenador da comissão de ética do PT e ex-tesoureiro de campanhas paulistas. O telefone dele consta de uma planilha de intermediários apreendida pela PF na sala de um executivo da empreiteira.
Danilo foi levado ao noticiário em 2005, quando um assessor do irmão de Genoino foi preso no aeroporto com dólares na cueca. Após o flagrante, segundo a PF, petistas se reuniram no flat dele para discutir a linha de defesa e tentar explicar a origem do dinheiro.




Outro lado. Procurado pela Folha, Danilo Camargo confirmou ser dono do número de telefone e que atuou como tesoureiro de campanhas. Entretanto, disse que a menção ao seu nome "foi alguma confusão". "Represento ele [Genoino], mas saí da direção do partido há muito tempo".

Eu não. Genoino afirma que todas as suas doações foram declaradas à Justiça Eleitoral e nega ter mantido contato com a Camargo Corrêa.

Sem palco. Deputados e senadores que inscreveram suas emendas para promover eventos e shows em ano eleitoral preparam uma rebelião contra a portaria do Ministério do Turismo que restringe os repasses durante a campanha. O Planalto diz que não haverá recuo, e sugere que as verbas sejam redirecionadas.

Pires. No orçamento deste ano, o total de emendas destinadas à promoção de eventos chegou a R$ 660 mi. O PMDB foi o que mais indicou recursos para esta rubrica, seguido de PR, PSDB e DEM.

Rota. Dilma Rousseff visitará na sexta a Campus Party, encontro de internet em São Paulo. No dia seguinte, deverá ir a São Bernardo do Campo em evento da Igreja Mundial com a presença de Lula.

Avulso. Na passagem anteontem pelo Rio, Lula comentou que busca um palanque para Marcelo Crivella (PRB), candidato ao Senado e adversário de Sérgio Cabral (PMDB). A intenção é tentar evitar o assédio da oposição.

Vacina. A cúpula petista avisou seus filiados que apesar de ter de deliberar sobre temas árduos, como política de alianças, o congresso da sigla, dia 18, deverá ter clima de festa para Dilma.

Cartas. Para obter apoio oficial a Dilma e tirar Ciro Gomes do jogo presidencial, o PSB espera algo mais do que uma conversa com Lula. "A aliança deles é com o PMDB. Nós seremos adjacentes, periféricos e secundários", diz o secretário-geral do partido, Renato Casagrande (ES).

Razões. De um dirigente petista sobre a resistência na sigla a Michel Temer (PMDB) para a chapa de Dilma: "Vice não pode conspirar".

Maré. Diante das articulações no PT para tentar afastar Temer da vice, aliados do presidente da Câmara agora falam que só em março o PMDB colocará na mesa as regras para a escolha do nome.

Paiol. Com a possibilidade de Temer se afastar da presidência do PMDB, em virtude de campanha ao Planalto, teve início uma briga interna no partido pelo cargo de primeiro-vice. Querem a vaga o senador Romero Jucá (RR) e os deputados Eunício Oliveira (CE) e Íris de Araújo (GO).

Vale-tudo. De saída do ministério para disputar o governo gaúcho, Tarso Genro (Justiça) ganhou um vídeo elogioso de despedida no Blog do Planalto, intitulado "Sete Anos em Sete Minutos".

Visita à Folha. A senadora Marina Silva (PV-AC) visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebida em almoço. Estava acompanhada de Guilherme Leal, presidente do Conselho de Administração da Natura, Alfredo Sirkis, vereador e presidente estadual do PV no Rio de Janeiro, José Eli da Veiga, professor titular da USP e consultor do PV, e Nilson de Oliveira, assessor.

com LETÍCIA SANDER e MALU DELGADO

Tiroteio

O PSDB não quer que ninguém apareça mais do que o Serra. Criticar a Dilma diante do aumento de publicidade em São Paulo chega a ser irônico.

Do deputado estadual SIMÃO PEDRO (PT-SP), sobre as ações da oposição na Justiça Eleitoral acusando a ministra de campanha antecipada.

Contraponto

Doador mirim Em meio às reuniões para discutir a candidatura presidencial, a senadora verde Marina Silva (AC) surpreendeu-se ao ser abordada pelo neto do deputado José Aristodemo Pinotti, morto em 2009. Empolgado, o menino estendeu a mão e ofereceu R$ 22 para Marina.
-É para ajudar na sua campanha!
Constrangida, a senadora respondeu:
-Muito obrigada! Mas não posso receber agora...
Marina explicou que estava proibida pela lei, mas que iria anotar o telefone para que a ajuda fosse recolhida no futuro.

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