sexta-feira, outubro 02, 2009

DIRETO DA FONTE

Infraero

Sonia Racy

O ESTADO DE SÃO PAULO - 02/10/09


A Infraero anda irritada com a "falta de urgência" dos outros poderes nas questões aeroportuárias. Em recentes reuniões, pelo menos três aeroportos têm sido mencionados - Congonhas, o JK, de Brasília, e o Salgado Filho, de Porto Alegre, segundo um dos conselheiros.
Em Porto Alegre, já existe projeto e financiamento para ampliar a pista e construir novo terminal. "Mas nem Antonio Fogaça nem Yeda Crusius se mexem para desobstruir a área para que as obras comecem."
Em Brasília, falta o transporte de massa entre a cidade e o aeroporto JK.
Congonhas é outro caso grave, diz a fonte. Desde 2003 se fala de um trem ligando a região ao metrô da Barra Funda... cujo projeto entrou em compasso de tartaruga. Sequer anda a ligação do aeroporto com o metrô Jabaquara.
O conselheiro teme que a batata quente sobre para a Infraero. E por que não para as empresas?

Guerra dos gigantes

A Nestlé entrou em guerra com a Danone. Foi com esta advertência que Ivan Zurita encerrou recente reunião com seus executivos. Zurita reclamou que a Danone está fazendo publicidade antiética.
A Nestlé, inclusive, já conseguiu tirar do ar publicidade da água Bonafont - que sugeria que o líquido poderia ajudar a... emagrecer.

EM FOCO 1

Agitadores e produtores de fotografia também querem sua fatia do bolo. Na Paraty em Foco juntaram a patota e escreveram a "Carta de Paraty", que será entregue hoje a Juca Ferreira.
Objetivo? Pleitear mais suporte e melhores políticas culturais para a categoria.

EM FOCO 2

E foi Luiz Marinho quem arrebatou a bela fotografia de Thomas Farkas, no leilão do evento em Paraty. Pela bagatela de R$ 7.300.

OUVIDOS MOUCOS

Alguns senadores, depois de convencidos pela declaração pública fervorosa de José Antonio Toffoli na sua sabatina, seguiram para a casa do novo ministro do STF.
Um deles, no entanto, sentiu um frio na barriga ao ouvir a trilha sonora. Ela ia de É o Amor, de Zezé Di Camargo e Luciano, até Pra Não Dizer que Não Falei de Flores, de Geraldo Vandré, hit da esquerda nos anos 60.

CRIME E CASTIGO

O MPF foi acionado pela família de Vírgilio Gomes da Silva, que participou do sequestro do embaixador americano em 1969. A viúva Ilda exige que o Estado encontre os restos mortais do guerrilheiro. O Exército já assumiu a responsabilidade pelo crime.

MUTIRÃO

Não será por falta de apoio de cineastas amigos que Roman Polanski ficará preso.
Walter Salles, Woody Allen, Martin Scorsese e Pedro Almodóvar estão entre os mais de 100 nomes da indústria cinematográfica mundial a assinar um abaixo-assinado a seu favor.

Sobre rodas

Realmente, a indústria automotiva não tem do que reclamar este ano. A Mercedez-Benz está recontratando quase mil funcionários, conta Jackson Schneider.
José Carlos Pinheiro Neto, da GM, não tem dúvida: o Brasil bate o recorde de vendas este ano. Ele prevê 3 milhões de unidades, contra 2,8 mi em 2008. Ontem, a GM anunciou recorde mensal: mais de 61 mil carros.

SALTO ALTO

Saíram todos os indicados do Prêmio Moda Brasil, que será apresentado, dia 28, por Débora Bloch.
O evento contará ainda com show de Vanessa da Mata, Luiz Melodia e da grande revelação da MPB, Maria Gadú. Na direção, José Maurício Machline.

NA FRENTE

Hoje o mundo vai saber onde serão as Olimpíadas de 2016. No Brasil, pesquisa do Instituto Análise/Insight mostra que 54% da população sequer conhece sabe que o Rio de Janeiro é candidato.

Michelle Obama será a estrela do 40º aniversário do "Vila Sésamo". A primeira-dama aparecerá plantando vegetais na horta da Casa Branca. No ar, dia 10 de novembro.
Gal Costa garante o show do Via Funchal, esta noite, na festa dos 150 anos da Beneficência Portuguesa. Com presença de Gilberto Kassab e do embaixador português João Manuel Salgueiro.
A criançada vai literalmente sair correndo no domingo. Na 3ª Iguatemi Kids Run.

Marisa Monte, Gustavo Santaolalla e os músicos do Café de Los Maestros são os convidados para inauguração do Teatro Bradesco, dia 22.

A paixão ambiental de Maristela Colucci entrou no universo infanto-juvenil. Curioso e divertido livro, SUB - uma Viagem ao Brasil Submarino, será lançado amanhã na Livraria da Vila dos Jardins.

Evaldo Mocarzel já pode comemorar. É o único cineasta com três filmes na Mostra Internacional de SP.

A Expedia, principal empresa de viagens online do mundo, promove hoje almoço no Charlô para anunciar a chegada da sua Hoteis.com.

Juan Alba gravou ontem, na Record, piloto de novo programa, O Preço Certo .

Ivo e Eleonora Rosset filiam-se hoje ao PT. Ponto parea Marta Suplicy, melhor amiga de Eleonora.

CELSO MING

Cada vez mais dólares


O Estado de S. Paulo - 02/10/2009
O real está sob pressão. Tende quase inexoravelmente à valorização diante das demais moedas fortes. E a principal razão disso não tem nada a ver com o que exportadores, industriais, economistas e comentaristas econômicos vinham denunciando.

Estes levantam o indicador para a grande diferença entre os juros externos e internos como o principal fator de forte entrada de moeda estrangeira no Brasil e, portanto, da excessiva valorização do real que, por sua vez, prejudica os exportadores e a indústria, que perde competitividade para o produto estrangeiro.

A especulação com juros consiste em tomar recursos emprestados no exterior a juros bem mais baixos, trazê-los para o Brasil, em cujo mercado de câmbio são trocados por reais, aplicá-los no mercado financeiro interno, onde vigoram juros mais altos, para mais à frente embolsar a diferença, no mole.

O outro fator de valorização do real mais denunciado pelos analistas é a alentada exportação de produtos primários, especialmente de commodities (que têm cotação diária nas bolsas de mercadorias), que também produz forte receita de moeda estrangeira. É o que os economistas chamam de doença holandesa, em referência à prostração da produção da Holanda nos anos 70, quando as enormes receitas com exportação de gás dos campos no Mar do Norte provocaram grande entrada de moeda estrangeira e valorização do florim, a moeda holandesa de então.

Nenhum desses dois fatores, nem a arbitragem com juros nem o superávit comercial, estão sendo apontados como responsáveis pela pressão sobre o real. A novidade é a perspectiva de forte entrada de recursos para o investimento em ações e captação de recursos externos, de nada menos que US$ 25 bilhões nas próximas semanas. Não é preciso haver fato consumado. Basta a expectativa de grande afluxo de recursos para que o mercado financeiro se antecipe e aposte contra a alta do dólar. E ainda não está nesse movimento a perspectiva de entrada de capitais destinados à capitalização da Petrobrás.

Todos os dias os mesmos analistas que denunciam o que entendem como a excessiva valorização do real vêm pedindo providências das autoridades para reverter a situação. Pedem (1) baixa imediata dos juros, sem olhar demasiadamente para os efeitos disso na inflação; (2) confisco de parte do faturamento das exportações de commodities por meio da instituição de um Imposto sobre Exportações, mais ou menos como acontece na Argentina; (3) cobrança de um pedágio (Imposto sobre Operações Financeiras) na entrada de capitais destinados a aplicações de curto prazo; e (4) compras mais agressivas de moeda estrangeira pelo Banco Central.

Como o principal fator de valorização do real passa a ser não propriamente a especulação em Bolsa, mas a subscrição de ações de empresas brasileiras por capitais estrangeiros e a tomada de empréstimos para viabilizar projetos no Brasil, tomar decisões de política econômica para impedir esse movimento significaria impedir a capitalização da empresa brasileira justamente quando se abre a oportunidade para isso.

E exigir compras automáticas de dólares pelo Banco Central implica deixar de usar a política cambial para reforçar a resistência do Brasil às crises para garantir um determinado piso ou banda para as cotações da moeda estrangeira. Isso significaria mudança do eixo da política econômica do País.

Confira

Encolhendo -
A crise externa foi a principal responsável pela queda de 25,1% nas exportações dos nove primeiros meses do ano em relação a igual período de 2008. Mas foi o segmento de manufaturados que mais sofreu: perdeu 31,2%.

GOSTOSAS


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MÍRIAM LEITÃO

O pódio sonhado

O GLOBO - 02/10/09


O Brasil amanhece hoje sonhando com o ouro olímpico. Se o Rio for indicado como sede das Olimpíadas, o impacto econômico será de uma dimensão que pode resgatar a cidade do seu longo processo de perda de importância econômica. E se não for escolhido? Bom, agora que o diagnóstico está feito, os projetos identificados, os cálculos realizados, por que não tocá-los?

Os economistas Sérgio Murashima, consultor da Fundação Instituto de Administração da USP, e Roberto Brito de Carvalho, da PUC de Campinas, acham que a mágica das Olimpíadas é criar o fator propulsor, a força que empurra todos os governantes e empresários na mesma direção; reorganiza as prioridades; cria uma pressão do tempo. Isso faz diferença.

Conversei com os dois ontem na Globonews para avaliar esse impacto econômico.

São autores de estudos que pegam aspectos diferentes da questão econômica das Olimpíadas. Murashima fez um estudo a pedido do Ministério dos Esportes.

Roberto Brito fez uma análise sobre o que aconteceu com o turismo nas cidades que foram sede de Jogos.

— Em todas, houve um aumento do turismo de forma permanente. Ele sobe na época dos Jogos, e durante todos aqueles dias, a cidade será exposta. Isso acaba atraindo turistas de forma permanente. Só não aconteceu em Sidney porque em 2001 houve a crise do 11 de Setembro que reduziu o turismo no mundo inteiro — diz Roberto.

Murashima diz que há impactos imediatos e de segundo grau em ser escolhido: — O primeiro é a união das instâncias governamentais.

Agora, o município, o estado e o governo federal estão juntos. Segundo, os empresários reorganizam seus projetos numa mesma direção.

No estudo que fez, Murashima diz que os investimentos feitos para os Jogos têm efeitos multiplicadores — em termos de produção, valor adicionado, massa salarial, emprego, arrecadação de impostos — tão grandes que interessam ao país todo.

— As obras feitas no Rio vão comprar produtos e serviços de outras cidades, portanto, o benefício será nacional — explicou.

Mas será que não há muito mito em torno do assunto? Afinal, no Pan foi aquela festa e depois verificou-se que a cidade estava com uma coleção de espaços vazios.

Houve desperdício de dinheiro.

Mais de R$ 80 milhões foram gastos no Maria Lenk, hoje subutilizado; R$ 14 milhões foram gastos no velódromo que ninguém sabe hoje para que serve, e o Parque Aquático Júlio De Lamare vai ser demolido.

Roberto disse que todos os casos bons que encontrou nos seus estudos sobre cidades-sede mostram que foi preciso pensar em obras multiuso com planejamento para depois dos Jogos. Há riscos de elefantes brancos, claro, mas até os erros de cidades que foram sede podem orientar um planejamento mais bem feito para a fase posterior aos Jogos.

Há quem diga que é investimento demais, afinal, das cidades que disputam hoje, o Rio foi a que propôs um volume maior de recursos: US$ 14 bilhões, ou cerca de R$ 24 bilhões. Para efeito de comparação: a refinaria Abreu e Lima, no Nordeste, está saindo quase pelo mesmo preço. O cálculo da refinaria da Petrobras com a PDVSA, inicialmente orçada em R$ 8 bilhões, pode chegar aos mesmos R$ 24 bi.

Murashima diz que pelas contas que fez, a dinâmica econômica que esses investimentos vão gerar em termos de criação de emprego, atividade econômica, retorno direto e indireto fará com que em alguns anos haja o retorno para os cofres públicos de 97% do dinheiro investido.

O Rio tem problemas tão imensos quanto sua beleza.

São grandes, mas não insolúveis.

A expectativa da escolha da cidade como sede de Olimpíadas produziu uma sensação gostosa de que é possível superar os problemas porque todos vão trabalhar juntos, porque as prioridades serão as conhecidas e elas serão atacadas.

E se perdermos? Bom, nunca houve tanta chance como agora, mas se o Rio perder ele pode fazer uma de duas coisas: desmontar a festa e chorar as mágoas achando que nunca vai se reerguer, ou juntar todos esses diagnósticos, estudos, projetos e trabalhar na direção da solução dos problemas.

A cidade que um dia foi capital, que é a porta de entrada do Brasil, que tem beleza comemorada no mundo inteiro sabe o que precisa.

Não tem vocação para pólo industrial. Isso é melhor esquecer.

O Rio é software e não hardware. É turismo, logística, cultura, informação, serviços.

Precisa de investimentos em infraestrutura de transporte que façam com que chegar ao Rio e se deslocar por ele seja uma tarefa menos penosa. Por isso, é tão sedutor olhar os projetos de um Galeão modernizado, metrôs em outros pontos da cidade, ônibus de alta capacidade em faixas exclusivas.

Precisa enfrentar o problema da violência, claro, o mais difícil dos gargalos. Tem que tirar proveito da sua zona portuária cheia de beleza e história. De Buenos Aires a Belém, todas as cidades conseguem revitalizar a área do porto, menos o Rio. E mais do que nunca o Rio precisa de resgate do meio ambiente.

Das nossas irracionalidades, a maior é estragar tanta beleza com poluição.

Uma Olimpíada é um fator indutor. Se for com ela será mais fácil. Mas não pode ser o único caminho que nos levará ao pódio com o qual sonhamos.

GOVERNO RELAXA ANÁLISE DE CASA POPULARES

PARA ACELERAR PROCESSOS, CAIXA ECONÔMICA FEDERAL TERCEIRIZA AVALIAÇÕES RELATIVAS AO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA

Banco estatal alega "compromisso com governo federal" para mudança de seus procedimentos; funcionários protestam

SHEILA D'AMORIM
ANDRÉA MICHAEL DA SUCURSAL DE BRASÍLIA


Com o objetivo de acelerar a construção das casas prometidas no programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) para 2010, o governo federal terceirizou todas as análises técnicas de engenharia das obras. Com isso, os 973 engenheiros e arquitetos concursados da Caixa Econômica Federal -normalmente os encarregados das análises em grandes obras, que movimentam um volume significativo de recursos públicos- ficarão obrigatoriamente de fora do programa. Uma das principais vitrines do governo Lula, ao lado do Bolsa Família e do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), o MCMV prevê 1 milhão de casas para famílias com renda até dez salários mínimos. Somente em subsídios serão consumidos cerca de R$ 34 bilhões, incluindo recursos diretos da União e do FGTS.

Em comunicado datado de 13 de agosto e obtido pela Folha, a Caixa alega um "compromisso com o governo federal" e determina que o trabalho de análise técnica seja distribuído para 3.682 funcionários terceirizados cadastrados pelo banco. A Caixa já vinha recorrendo à iniciativa privada para a avaliação de obras sob sua responsabilidade, uma vez que o quadro fixo de engenheiros e arquitetos não dá conta das demandas. Mas era política no banco delegar a esses terceirizados as análises de baixo risco, como avaliação do valor de imóvel a ser financiado. As obras de grande vulto e impacto social (como as do PAC e as da MCMV) costumavam ser repassadas para os funcionários de carreira. Em casos extremos, em que era preciso passar trabalho desses programas para terceiros, a obra era monitorada por um engenheiro do quadro da Caixa.

Agora, noutra iniciativa surpreendente, a Caixa atribuiu apenas aos gerentes e supervisores técnicos a tarefa de monitorar os terceirizados. Segundo a Folha apurou, as mudanças foram recebidas com protestos pelo corpo de engenheiros do banco. Eles alegam sobrecarga de trabalho (no caso dos gerentes e supervisores) e esvaziamento de funções (no caso dos engenheiros e arquitetos). Além disso, apontam para os riscos de descontrole no uso de dinheiro público e dizem não querer se associar a um procedimento administrativo tão vulnerável. Essas queixas já foram encaminhadas ao vice-presidente de Governo da Caixa, Jorge Hereda. Em algumas superintendências regionais, como no interior de São Paulo, funcionários estão se recusando a cumprir a determinação, o que levou à paralisação de obras. "A terceirização é comum.

O que é anormal é retirar totalmente os funcionários do quadro da Caixa e deixar o monitoramento apenas na mão dos chefes", reclama o presidente da Aneac (Associação Nacional dos Engenheiros e Arquitetos da Caixa), Luiz Guilherme Zigmantas. Ele é um dos representantes que está negociando a revogação da decisão com Hereda. Segundo Zigmantas, o vice-presidente do banco prometeu dar uma resposta aos funcionários até o final do mês.

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JOSÉ AUGUSTO GUILHON ALBUQUERQUE

Com Lula, na trilha de Bush e Teddy Roosevelt


Valor Econômico - 02/10/2009

Em todas as crises recentes em que o governo Lula se envolveu na América do Sul, ele o fez movido pela obsessão pela liderança

O incidente em que o governo brasileiro se envolveu em Tegucigalpa pode ser loucura, mas tem método. Em todas as crises recentes em que o governo Lula se envolveu na América do Sul, ele o fez movido por uma obsessão pela liderança. Com isso, os objetivos essenciais da intervenção em uma crise externa - conter, circunscrever e, se possível, reverter a crise - tornam-se secundários, e se inviabilizam.

Concorreu para tanto a concepção de liderança como um exercício de hegemonia. Com isso, a busca da liderança pela liderança dificulta a resolução da crise, e o modelo hegemônico de liderança desqualifica o Brasil como mediador e diminui a possibilidade de um jogo em que todos ganhem.

No episódio da invasão do território equatoriano por forças colombianas, para eliminar um santuário das FARCs, o interesse do Brasil deveria ser o de restabelecer a estabilidade na região. O primeiro objetivo seria o de conter o conflito e impedir que ele se desdobrasse em novas operações militares. O segundo seria o de circunscrever o conflito, impedindo que se alastrasse para outros países. E o terceiro seria o de reverter a crise, fazendo com que as relações entre as partes voltassem à normalidade.

Evitar iniciativas improvisadas não implica omitir-se. O Papa não tem poder de intervenção, mas não se omite, ele lamenta. O ideal, para qualquer estado que não tenha interesse vital em agravar e prolongar a crise, seria lamentar sem tomar partido ou, no máximo, alertar contra o uso da força. Como o governo brasileiro sempre fez por ocasião das intervenções militares dos EUA que não interessava apoiar, nem convinha condenar: lamentou.

O que fez o governo Lula e sua diplomacia? Precipitou-se, condenando o governo colombiano, desqualificando-se como mediador. Os pronunciamentos do chanceler foram agressivos, contribuindo para uma radicalização de posições. Não fez nenhum gesto para evitar que o conflito se alastrasse com o envolvimento de Evo Morales e Hugo Chávez, nem muito menos condenou ou sequer lamentou as ameaças de ambos de escalar o conflito.

O governo constitucional colombiano não constitui, em si mesmo, uma ameaça para os interesses nacionais. Existem, entretanto, ameaças decorrentes da existência de conflito armado e do narcotráfico naquele país. Portanto, o governo brasileiro deveria, no seu próprio interesse, contribuir para conter essas ameaças, inclusive provenientes de conflitos fronteiriços com países, como o Equador e a Venezuela, que apoiam direta ou indiretamente a narcoguerrilha, e não para isolá-lo na região.

No episódio das bases americanas na Colômbia, repetiu-se o cenário. O governo brasileiro condenou a Colômbia e o acordo militar com os Estados Unidos antes de se inteirar da situação, desqualificando-se novamente como mediador. Os pronunciamentos do chanceler Celso Amorim foram agressivos. O presidente da Álvaro Uribe foi tratado com ironia e desacreditado por Celso Amorim e pelo presidente Lula, radicalizando em vez de conter o conflito.

Numa atitude inversa ao que se espera numa intervenção dessa natureza, buscou alastrar o conflito em vez de circunscrevê-lo, levando a crise para o âmbito do Conselho de Defesa da Unasul, um fórum criado por iniciativa brasileira, supostamente para instilar confiança e cooperação entre as forças armadas do subcontinente. As duas primeiras reuniões do Conselho foram integralmente dedicados a condenar e a isolar a Colômbia.

Buscando a liderança por ela mesma e não como instrumento de resolução de crise, e mirando-se num modelo de liderança hegemônica num jogo de soma zero, Lula e sua diplomacia acirraram em vez de conter os conflitos em que se envolveram, alastraram-nos em vez de circunscrevê-los, e acabaram por prolongá-los senão os perpetuaram. E o fizeram macaqueando a pior forma de "liderança" que tornou o governo Bush um ícone da incompetência global. Ou, se quisermos um modelo do qual não temos saudades, podemos evocar Teddy Roosevelt e a política do Big Stick. A diferença é que seu lema era "Fale manso e ande com um porrete", e tanto Celso Amorim quanto Lula parecem gostar de falar grosso.

O episódio da volta do presidente impedido de Honduras, Manuel Zelaya, a Tegucigalpa, homiziando-se na sede da missão brasileira, traz nova luz à "power politics" da era Lula. O cenário é o mesmo: a condenação foi intempestiva, o tom tem sido agressivo e foram tomadas medidas radicais, de rompimento de relações diplomáticas e consulares.

Lula e sua diplomacia têm exercido pressão continuada sobre a OEA, o governo Obama e a própria ONU, levando a um alastramento da crise, quando seria de nosso interesse circunscrevê-la à OEA. Tampouco buscou conter os governos da Venezuela, da Argentina e da Nicarágua, em aventuras sucessivas de Zelaya A certeza de que sua volta comportaria alto risco de confrontação armada, uma tragédia para o povo hondurenho, em nada inspirou, na diplomacia de Lula, a cautela e o horror da improvisação que foram, desde sempre, a marca registrada do Itamaraty.

Assim sendo, mesmo dando ao chanceler um crédito que ele não tem feito por merecer, o pouco que é público e notório sobre o envolvimento do coronel golpista Hugo Chávez no santuário outorgado a Zelaya, sugere uma hipótese que se aplica igualmente aos episódios anteriores. A única explicação para a obsessão da liderança, e para o radicalismo com que tem sido exercida por Lula, é o fator Chávez. Cada vez que o caudilho bolivariano provoca ou acirra uma crise, Lula não suporta ficar atrás e, dada a concepção de liderança que ele compartilha com essa diplomacia feita à sua imagem e semelhança, procura avançar mais rápido, mais longe e com mais radicalismo do que seu invejado alter-ego andino.

Foi Chávez quem pôs Zelaya na embaixada brasileira? Pois é Lula quem tem dado seu beneplácito para que Zelaya faça de nossa embaixada uma paródia de Sierra Maestra.

José Augusto Guilhon Albuquerque, é professor titular aposentado de Relações Internacionais do departamento de Economia da FEA-USP, é autor de "A Política Externa do governo Lula: 2001-3002"

WASHINGTON NOVAES

Diagnósticos graves na rota de Copenhague


O Estado de S. Paulo - 02/10/2009
Há umas duas semanas, um vendaval arrastou ou fez ruir dez casas na aldeia waurá, no Alto Xingu. Muitas pessoas ficaram feridas, duas mulheres gravemente. Embora surpresos com o ineditismo de um vendaval naquela área, os waurás iniciaram imediatamente a reconstrução das casas, agora preocupados em torná-las mais resistentes. O vendaval é consequência do desmatamento em todo o entorno do Parque do Xingu, pelo plantio da soja e implantação de pastos: o vento forte não encontra mais resistência, atrito, e chega a áreas aonde nunca chegara.

Estranho que pareça, os índios do Xingu mostram-se à frente de quase toda a sociedade brasileira, promovendo o que os cientistas do clima chamam de "adaptação" ao novo quadro climático naquilo que ele tem de irreversível e exige transformações muito rápidas. Construções mais resistentes são um desses caminhos, como tantos eventos no Sudeste no Nordeste do País têm mostrado ser necessário. E quem ler alguns relatórios e estudos recentes com certeza vai se alarmar e concluir que nosso atraso é muito preocupante.

Na semana passada, enquanto o G-20 não conseguia passar do terreno das intenções nessa matéria do clima, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) publicava um relatório (Climate Change Science Compendium) no qual afirma que as mudanças climáticas, no ritmo e na escala de hoje, "podem estar ultrapassando as previsões mais pessimistas feitas pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas em 2006". E eventos previstos para o longo prazo podem estar muito mais próximos.

Na Europa, por exemplo, o relatório menciona o derretimento dos gelos nos Alpes e nos Pireneus; a seca extrema em áreas do Mediterrâneo; acidificação dos oceanos, com maior absorção de carbono. Também menciona a forte perda de gelos na Groenlândia e em outras áreas (60% mais que a perda recorde de 1998), que pode levar a uma elevação do nível dos oceanos de até dois metros no fim do século (ou dez vezes mais nos próximos séculos).

Amazônia, Norte da África e Índia podem ser atingidos por eventos muito fortes antes do que se previa. A perda de gelos nas montanhas pode afetar até 25% da população com falta de água para consumo, irrigação e produção de energia. Podem desaparecer alguns climas típicos de certas regiões. O Semiárido nordestino pode perder 10% de seus já escassos recursos.

Tudo isso leva o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, a fazer um apelo no relatório (que sintetiza 400 estudos científicos recentes) em favor de ações imediatas. "O tempo para hesitações acabou", diz ele. E como não concordar, se a possibilidade é de aumento de 3 a 4 graus na temperatura da Amazônia em 50 anos? Se já há mudanças "irreversíveis" em toda a América do Sul, até na Patagônia, com a "redução drástica" dos gelos? Se se amiúdam eventos - que o relatório menciona - como os do Sul e do Nordeste brasileiros em 2008-2009? Se Argentina, Paraguai, Uruguai e Chile enfrentaram a pior seca em 50 anos?

Não faltam, pois, sinais de alerta. As emissões globais de poluentes, que subiram 1,1% ao ano entre 1990 e 1999, aumentaram para 3,5% anuais de 2000 a 2007. E, diz o relatório, são claros e visíveis os efeitos da concentração de poluentes na elevação do nível do mar, na acidificação dos oceanos e nas mudanças de suas correntes. Com a atual tendência, os gelos polares poderão ter desaparecido até 2030.

O documento do Pnuma não foi a única advertência grave na semana passada. Relatório de 29 cientistas na revista Nature - entre eles o renomado James Hansen, da Nasa, e Robert Constanza, que se notabilizou pelos estudos sobre o valor monetário da biodiversidade - alinha nove limites planetários que não deveriam ser ultrapassados, mas já o foram ou estão próximos disso, por causa de ações humanas. Na concentração de poluentes na atmosfera, por exemplo, dizem os cientistas que não deveríamos ultrapassar 350 partes por milhão (ppm), mas já estamos em 387; na perda da biodiversidade, já fomos muito além de qualquer limite prudente; também nos ciclos do nitrogênio e do fósforo, na depleção da camada de ozônio, na acidificação dos oceanos, assim como na poluição química. Estamos próximos de atingir o limite nas mudanças no uso da terra e no uso de água por pessoa.

Enquanto a ciência mostra a gravidade do quadro, por aqui continuamos patinando. O Plano Nacional de Mudanças Climáticas continua perdido no Congresso. O novo inventário das emissões brasileiras, anuncia-se agora, só incluirá até o ano 2000. O zoneamento ecológico/econômico para a expansão do álcool permitirá que ele continue avançando no Cerrado, que está perdendo imensas áreas de vegetação a cada ano e já emite tantos poluentes quanto a Amazônia (350 milhões de toneladas/ano de CO2) . Leilões de energia continuam a prever forte participação de termoelétricas, altamente poluidoras. E por aí afora. Embora o governo continue a manifestar preocupação com o clima, ainda não aceita compromissos de redução das emissões, só metas voluntárias.

A ONG Vitae Civilis, que acompanha as convenções do clima, prevê alguns cenários alternativos para a reunião decisiva em Copenhague, em dezembro (há uma preparatória esta semana, em Bangcoc): 1) Um acordo que fique aquém da necessária redução das emissões em 40% até 2020 e 80% até 2050, para evitar que a temperatura suba além de 2 graus; 2) impasse: ao final, apenas um relatório da convenção, sem efeitos práticos; 3) um acordo apenas dos países industrializados (e de efeitos incertos); e 4) decisões da convenção que não sejam obrigatórias para todos. E seriam indispensáveis problemáticos US$ 300 bilhões anuais dos países industrializados para os demais, de modo a que estes possam fazer a mitigação e a adaptação necessárias.

No momento, diz a ONG, "a situação é muito grave".

Bota "grave" nisso.

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TODA MÍDIA

4 milhões de alunos

Reprodução de TV

NELSON DE SÁ

FOLHA DE SÃO PAULO - 02/10/09



De Fernando Haddad, olhar fixo, em rede nacional: "Nas primeiras horas da manhã, fomos informados por um jornal da grande circulação que uma prova do Enem havia sido furtada e oferecida para publicação.
Da descrição da jornalista, pudemos identificar fortes indícios de que era autêntico. Com base nisso, em nome da credibilidade e segurança que o Enem possui, decidimos adiar sua realização".
Na manchete de "O Estado de S. Paulo" de ontem, "Prova vaza e MEC decide cancelar Enem". Na reportagem de Renata Cafardo e Sergio Pompeu, "o jornal foi procurado por um homem" com a prova, que disse: "Isso aqui é muito sério, derruba o ministério". Propôs vender por R$ 500 mil e acrescentou, depois: "Não tenho motivação política".
Abrindo a escalada do "Jornal Nacional" de ontem: "Uma suspeita de fraude. O Ministério da Educação cancela as provas do Enem. Quatro milhões de alunos terão que fazer a prova em novembro".


O GOLPE RACHOU

A nova "Economist", sob o título "Rachas dentro e fora", descreve como "a volta de Mr. Zelaya levou Mr. Micheletti a se comportar como o autoritário que ele afirma não ser".
Sublinha que três pessoas já foram mortas depois que "as forças de segurança reprimiram os protestos". E "agora, pela primeira vez, há rachas no governo em atividade", por parte do Congresso, dos candidatos presidenciais, das Forças Armadas. Até "o setor privado está começando a se preocupar com o custo da disputa de poder", citando a associação industrial.
Por aqui, abrindo o "Jornal do SBT", a Abert, que reúne Globo, Record e o próprio SBT, se pronunciou contra a supressão de emissoras de rádio e TV por Micheletti. Lembrou também Venezuela, Argentina.


DEPUTADO LÁ
elheraldo.hn

Raul Jungmann, que encabeça a comitiva de deputados que viajou a Honduras, surgiu na manchete on-line do "El Heraldo", que apoia o golpe e relatou as reuniões com "as elites políticas" do país


A GOVERNANÇA MUDOU

Também na nova "Economist", longa cobertura sobre a "nova normalidade", na economia global pós-crise. Entre as várias reportagens, afirma que "a face da governança econômica global está mudando", mas também se pergunta se é só "cirurgia plástica".
Saúda decisões como o G20 tomar o lugar do G7 e as reformas no FMI e, de modo similar, no Banco Mundial, abrindo caminho para a ascensão de poder das "economias emergentes, lideradas por Brasil, Rússia, Índia e China". Relata porém a resistência europeia, de Reino Unido e França.
Em especial, avisa que o maior teste da nova governança deve vir com o tempo _e a confirmação ou não, por EUA, China, Alemanha, Japão, de que vão coordenar suas políticas econômicas com os demais integrantes do G20, incluindo supervisão pelo FMI.


"NEW NORMAL"
economist.com

Lembrando que "nova normalidade" é expressão cunhada por Mohamed El-Erian, que comanda o fundo Pimco, a revista detalha o mundo "depois da tempestade" e a necessidade de ações coordenadas para os países do G20 reativarem a demanda global, mudando suas economias


OBAMA E O ATOLEIRO

Ecoava ontem, pelas agências, a frase de Lula de que "disse a Obama para vir" a Copenhague.
Nos EUA, a cobertura voltou-se à especulação sobre o eventual desgaste do presidente, pela decisão inédita. Era a manchete ontem no site Politico, "Obama está preso aos Jogos, se vencer ou se perder". Em suma, avalia que ele sofreria uma reação por tempo limitado, em caso de derrota, "mas um resultado positivo em Copenhague pode armar seus opositores com munição para mais de seis anos" com explosão de custo, controvérsias e atrasos que marcaram os Jogos, no passado. De um colunista de Chicago, "Obama saiu do pântano" que é a cena política na cidade, "por que ele quer se atolar de novo?".


ORGULHO
chinadaily.co.uk

Na primeira página do estatal "China Daily" de hoje, sobre os 60 anos da revolução, "a nova China mostra seu orgulho ao mundo", com o presidente Hu Jintao em desfile em Pequim, numa limusine Bandeira Vermelha.

ELIANE CANTANHÊDE

Troca-troca

folha de são paulo - 02/10/09



BRASÍLIA - Termina amanhã o prazo para os políticos dançarem conforme a música, trocando de parceiros e de partidos de olho nas eleições de 3 de outubro de 2010.
Nessa festança, o que menos conta é a harmonia programática e ideológica. Em geral, o sujeito vai do baião ao balé clássico num rodopio.
Não é o caso de Marina Silva, que abriu a fila, saindo do PT para o PV e para a disputa presidencial. Mas talvez seja o de todo o resto. Atrás dela, Flávio Arns recuou do PT e voltou ao PSDB, e o ex-secretário de São Paulo Gabriel Chalita trocou o PSDB pelo PSB de Ciro Gomes. O PMDB não ficaria fora da orgia.
Na cúpula, apesar da guerra e dos insultos públicos, nem José Sarney e Renan Calheiros, de um lado, nem Pedro Simon e Jarbas Vasconcelos, de outro, se mexeram. Daí para baixo, todos são pé de valsa.
No Espírito Santo, a ex-candidata a vice de Serra em 2002, Rita Camata, sai do PMDB para o PSDB. Em Brasília, o ex-governador e ex-senador Joaquim Roriz desiste do PMDB e adere ao PSC, do qual você provavelmente nunca ouve falar.
Chama-se Partido Social Cristão e já pulou para 17 deputados federais. Não pela religiosidade...
Os empresários estão na dança. O "ideológico" Paulo Skaf, da Fiesp, relutou entre meia dúzia de siglas até se fixar no socialista PSB; o "esquerdista" Ivo Rosset, da Valisère, adere ao PT, dos trabalhadores. O "ambientalista" Guilherme Leal, da Natura, filia-se ao PV de Marina.
E a turma do governo também está ativa. Nunca antes neste país, ao que se lembre, o presidente do Banco Central e o chanceler, embaixador de carreira, assumem uma sigla partidária. Meirelles foi para o PMDB, e Amorim, para o PT. Tudo pode acontecer.
Só faltava o Ciro voltar ao berço e transferir o domicílio eleitoral para São Paulo, que ele xinga há tantos e tantos anos. Não falta mais. E o que ainda falta? O Serra e o Aécio procurarem as suas turmas. Tarde demais. O prazo acabou.

GOSTOSA


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PAINEL DA FOLHA

É guerra

RENATA LO PRETE

FOLHA DE SÃO PAULO - 02/10/09

Na esteira do mau humor do Planalto com o Tribunal de Contas da União, o PT emplacou na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara um requerimento de informações capaz de promover uma devassa na atuação dos ministros do TCU. No meio dos oito questionamentos, os petistas Devanir Ribeiro e Cândido Vaccarezza cobram dados sobre gastos com viagens, diárias, cargos de confiança e assessores nos últimos cinco anos. “Todo mundo quer saber da nossa vida. A gente quer saber da deles”, resume Devanir.

O partido conseguiu aprovar a ida à Câmara do ministro Aroldo Cedraz, relator do parecer pró-suspensão de obras do PAC. Tentará ainda pôr em votação projetos que limitam o funcionamento do tribunal.

The end 1 - E no final saiu tudo como Lula queria. Toda a recente ‘ação afirmativa’ da candidatura presidencial de Ciro Gomes, bem como o anunciado compromisso da direção do PSB de respeitar sua decisão sobre domicílio eleitoral, não resistiu ao rolo compressor operado pelos emissários do presidente.

The end 2 - Agora, embora o discurso oficial reze que a candidatura em SP é ‘apenas uma segunda opção’ e que Lula dará ‘todo o apoio’ se Ciro decidir permanecer na cédula nacional, os jogadores principais, no governo e na oposição, têm leitura bastante diversa: segundo eles, a candidatura a governador tornou-se no mínimo provável.

Mico - Paulo Skaf, que na quinta foi dormir candidato ao Palácio dos Bandeirantes, viu ontem sua cotação despencar. O presidente da Fiesp deve ter se lembrado de advertência ouvida às vésperas de sua entrada no PSB: “Você só é senhor de si mesmo até assinar a ficha de filiação”.

Bancada do PIB - Skaf arrastou 14 empresários para o PSB. A cereja do bolo é Benjamin Steinbruch, da CSN, que confidenciou a amigos ter pretensões eleitorais (sem especificar quais) para 2010.

Por que não? - De Marta Suplicy, em entrevista ao deputado estadual tucano Orlando Morando a ser exibida amanhã na ‘TV Mais’, sobre eventual candidatura sua ao governo: “Pode até ser, se o Palocci achar que não é ele”.

Em tempo - A gravação da entrevista se deu antes da novidade sobre Ciro Gomes. Ontem, emissários de Lula diziam que foi prometido ao deputado o apoio incondicional do PT caso ele aceite a missão de concorrer em São Paulo.

Uniforme - A delegação brasileira em Copenhage, Lula e Sérgio Cabral à frente, usará na cerimônia de hoje a mesma combinação de paletó azul e calça cinza, com gravata alusiva ao projeto Rio-2016. Ontem, Michelle Obama, que patrocina a candidatura de Chicago, priorizou delegados africanos. Lula preferiu falar com os membros considerados refratários à postulação do Rio e com aqueles que precisam de ‘carinho extra’’.

Aquisições - Pelas mãos do deputado Campos Machado, filiaram-se ao PTB em São Paulo os ex-ministros Almir Pazzianoto (Trabalho, no governo Sarney) e João Santana (Administração e Infraestrutura, na gestão Collor).

Fico - E o ex-governador Luiz Antonio Fleury, depois de conversar com siglas como PV e PPS, decidiu permanecer no PTB. Diz que ainda não decidiu se disputará algum cargo em 2010. “Por enquanto sei apenas que apoiarei Serra para presidente e o candidato de Serra para governador.”

Tiroteio

Na caça por celebridades, só falta alguns partidos contratarem “headhunters”.

Da deputada estadual MARIA LÚCIA AMARY (PSDB-SP), sobre a presença de artistas, esportistas e afins na lista de recém-filiados a diversas siglas, notadamente o PSB.

Contraponto

Banco de imagens

Ao chegar recentemente ao Palácio dos Bandeirantes para uma visita ao correligionário José Serra, o deputado federal Gustavo Fruet observou que numa ala próxima ao gabinete do governador paulista estavam expostas fotografias do Paraná, sua base eleitoral.

No final da conversa, Serra foi até o elevador com Fruet, que elogiou a beleza das fotos. Um assessor do governador brincou:

- São bonitas mesmo. Na próxima semana vem um pessoal da Bahia. Daí a gente troca os painéis...

MERVAL PEREIRA

Pacto à vista

O GLOBO - 02/10/09


Há indicações claras de que um novo pacto de San José, baseado nas propostas iniciais de Óscar Arias, presidente da Costa Rica, Prêmio Nobel da Paz e mediador da crise em Honduras, está para nascer, dando margem a uma saída honrosa para todas as partes envolvidas na crise, o que possibilitaria a realização de eleições em novembro para escolha de um novo presidente.

Mesmo que seja anistiado e retorne ao governo, Manuel Zelaya estará constrangido por limitações impostas pelos poderes Judiciário e Legislativo e terá uma “vitória de Pirro”, pois a tentativa de permitir a sua reeleição não se consumará

Os deputados brasileiros que estão em Tegucigalpa tiveram a garantia do presidente da Suprema Corte de que a embaixada brasileira será inviolável, e o Congresso está instando o governo interino a rever o ultimato dado ao governo brasileiro para definir a situação de Zelaya. À noite, eles estiveram com o presidente deposto na embaixada brasileira; depois, estavam programados para um encontro com o presidente em exercício, Michelletti.

O deputado Raul Jungmann, que chefia a delegação parlamentar brasileira, acha que ambos os lados já se convenceram de que não têm força para impor suas próprias condições em termos inegociáveis, e acredita que haverá um acordo que permita a realização de eleições em novembro.

Os deputados ouviram muitas reclamações, em todos os lugares em que estiveram, sobre a atitude do presidente deposto Manuel Zelaya na embaixada brasileira.

A clara atividade política que ele vem desenvolvendo, com a leniência do governo brasileiro, dificultaria as negociações.

Manuel Zelaya se comprometeu a reduzir sua atuação política dentro da embaixada, mas advertiu que, se em duas semanas não se chegar a um acordo, a eleição de novembro estará em perigo, pois “o povo” não a legitimará.

São avanços e recuos naturais num processo de negociação delicado que tem a característica de que todos os lados cometeram erros e ilegalidades, maiores ou menores de acordo com a visão ideológica que se abrace — e portanto é preciso encontrar uma saída em que todos percam alguma coisa para que a democracia hondurenha seja a única vitoriosa.

Um bom sinal é o da atuação dos dois poderes e a influência que ainda mantêm sobre o governo interino, que claramente não tem força política para assumir o controle da situação isoladamente. Como também o presidente deposto Manuel Zelaya não tem a maioria da população a seu lado, a negociação é a única saída para ambos os lados, analisa Jungmann.

A chance de o governo interino vir a se tornar uma ditadura de fato esbarra nesse poder político ainda repartido com os outros poderes, o que denota que os resquícios de democracia ainda resistem.

Óscar Arias disse ontem que a Constituição hondurenha “é uma das piores do mundo”. Pode até ser, mas, como diz o jurista Dalmo de Abreu Dallari, professor emérito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, “o respeito à Constituição é fundamental para a existência do Estado Democrático de Direito”.

Em artigo publicado no site “Observatório da Imprensa”, do jornalista Alberto Dines, Dallari diz com todas as letras que “não há dúvida de que Zelaya estava atentando contra a normalidade jurídica e a democracia em Honduras”.

Partindo de quem parte, um insuspeito jurista defensor da democracia e ligado ao petismo tradicional, a definição clara coloca um pouco de racionalidade no debate, que independe da opinião que alguém tenha sobre as qualidades e os defeitos da Constituição em vigor, da simpatia por Michelletti ou Zelaya.

Só há uma possibilidade de chamar o que ocorreu em Honduras de “golpe”: ter-se a mesma visão chavista ou bolivariana do que seja uma “constituição burguesa”, que, por proteger os interesses das oligarquias, deve ser suplantada por uma constituição que permita a “democracia direta”, com a participação “da multidão” através da exacerbação das consultas plebiscitárias.

Mas como lembra o professor Dallari, está em vigor em Honduras uma lei, aprovada pelo Congresso Nacional, proibindo consultas populares 180 dias antes e depois das eleições — “e estas estão convocadas para o mês de novembro”.

Foi com base nessa proibição, ressalta, que a consulta montada por Zelaya foi declarada ilegal pelo Poder
Judiciário.

Um dado que deve ser ressaltado, segundo Dallari, é que a Constituição de Honduras estabelece expressamente, no artigo 4o que a alternância no exercício da Presidência da República é obrigatória.

“Pelo artigo 237 o mandato presidencial é de quatro anos, dispondo o artigo 239 que o cidadão que tiver desempenhado a titularidade do Poder Executivo não poderá ser presidente ou vice-presidente no período imediato”.

Outro ponto de extrema relevância para Dalmo Dallari é que a Constituição hondurenha “não se limita a estabelecer a proibição de reeleição, mas vai mais longe. No mesmo artigo 239, que proíbe a reeleição, está expresso que quem contrariar essa disposição ou propuser sua reforma, assim como aqueles que o apoiem direta ou indiretamente, cessarão imediatamente o desempenho de seus respectivos cargos e ficarão inabilitados por dez anos para o exercício de qualquer função pública”.

Dallari ressalta que “a Constituição é omissa quanto ao processo formal para esse afastamento, o que deve ter contribuído para um procedimento desastrado na hora da execução”.

Esse “procedimento desastrado”, que acabou exilando o presidente deposto à força das armas, foi atribuído por todos os envolvidos ao receio de que, em prisão domiciliar, Zelaya tentasse comandar uma guerra civil no país.

Uma ilegalidade que acabou levantando o fantasma da volta do golpismo à América Latina, que só será exorcizado através de eleições democráticas e sob supervisão internacional.

PUTEIRO

JOSÉ SIMÃO

Rio 2016! Dá pra roubar um gringo?

FOLHA DE SÃO PAULO - 02/10/09


É comitiva ou fuga em massa? O Brasil devia ter mandado a Mulher Melancia e o Zina


BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta! É que em Varginha, Minas Gerais, tem um ginecologista chamado OB Soares. Rarará!
Estou escrevendo essa coluna sem saber se o Rio 2016 levou. Mas eu tinha uma campanha pronta: Rio 2016! Vou assaltar um gringo. Rarará! Espero que tenha ajudado! E a comitiva Rio 2016 em Copenhague? Uma penca de gente. É comitiva ou fuga em massa? Só faltou a Mulata Globeleza! Chicago mandou Obama e Oprah. E o Brasil devia ter mandado a Mulher Melancia e o Zina. O Zina do "Pânico". Aquele que só fala "Ronaldo! Ronaldo!".
E aí o Lula falou pra dona Marisa: "Tô indo pra Copenhague". "Então me traz duas Nhá Bentas e três caixas de Língua de Gato." E o João Havelange ainda tá vivo? Ele parece uma mistura de Picapau com o Ramsés 2º! Rarará! E o Pelé é pé-frio. Que contradição: o maior jogador do século é pé-frio! E o Lula disse que quer uma Olimpíada para os pobres.
Já imaginou as modalidades? 1) Alongamento do carnê das Casas Bahia; 2) 10 mil metros de engarrafamento com ônibus lotado; 3) E para os vencedores, uma medalha de santo Expedito.
Aliás, diz que o Lula foi fazer um discurso, pegou o papel e começou "OOOOO". Presidente, essa é a logomarca das Olimpíadas! Rarará! Ele começou lendo os anéis das Olimpíadas. Rio 2016! Dilma 2010! UFA! E o Enem que foi cancelado porque vazou? E sabe como se chama o órgão responsável pelo Enem? Inep.
Ops, INEPTO! Rarará! Esse Enem devia ser cancelado pra sempre. E sabe o que os estudantes falaram pro Enem? VAZA! Rarará! E sabe o que vai acontecer com quem se casar com a doutora Havanir? O Enéas vem puxar a perna. Rarará!
É mole? É mole, mas sobe! Ou como disse aquele outro: "É mole, mas trisca pra ver o que acontece!". Antitucanês Reloaded, a Missão. Continuo com a minha heroica e mesopotâmica campanha "Morte ao Tucanês". Acabo de receber mais um exemplo irado de antitucanês.
É que no interior da Paraíba tem um inferninho chamado Racha Bago. Parece Dias Gomes. Mais direto, impossível. Viva o antitucanês! Viva o Brasil! E atenção! Cartilha do Lula. O Orélio do Lula! Mais um verbete pro óbvio lulante. "Faxismo": regime político no qual tudo se obtém por meio do fax! O lulês é mais fácil que o ingrêis. Nóis sofre, mas nóis goza.
Hoje só amanhã!
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
E vai indo que eu não vou!

ARI CUNHA

Escambo no custo de vida

CORREIO BRAZILIENSE - 02/10/09


Voltamos aos velhos tempos da especulação exagerada na formação de preços. As vendas de hoje dão testemunho disso. Quem vende fixa o lucro que deseja obter. Não baixa o valor ao plano da realidade. Aumenta-o sob a alegação de que vale mais. É dessa forma que banana é vendida por quilo, assim também legumes e outras frutas. Meia caixa de bananas, mesmo na Ceasa, é vendida como caixa completa. O vendedor justifica: pode ver que o peso é mais de uma caixa. O alho chinês chega ao nosso país por uma bagatela. Ninguém sabe o preço. Calcula-se por volta de R$ 2 o quilo. Não é vendido assim. Quatro cabeças custam R$ 6. Essa é a pior anomalia do momento. Mas o brasileiro finge que é mais barato. Compra menos e procura abastecer a casa dentro das necessidades. Ajuda os especuladores.


A frase que não foi pronunciada

“Os operários não têm pátria.”
» Karl Marx, de onde estiver, analisando a política brasileira.



Olho no lance

» Hoje à tarde haverá solução para as Olimpíadas. O mundo se reúne na Dinamarca e a votação será conhecida na hora pelas estações de televisão. Futebol e Olimpíadas, como dizia o filósofo de Mondubim, é o mesmo que “segurar rede pelos dois punhos. Ninguém deita. O peso fica nas duas mãos e ninguém se embala”.

Curiosidade

» Que todo presidente da República em pouco tempo fica de cabelos brancos, todos sabem. Mas na TV há uma razão para William Bonner exibir tantos fios alvos. É que, no Brasil, não há regras para a exposição aos campos eletromagnéticos, como em outros países.

Solidária

» Uma forma diferente de economia é a solidária. O dinheiro rende o suficiente, sem as explorações pelo lucro. Em Fortaleza, um seminário esclarece a relação entre Previdência Social e esse tipo de empreendimento. As dificuldades enfrentadas nos projetos foram esclarecidas pela chefe da Seção de Economia Solidária da SRTE/CE, Maria Facundo Mota.

Correios

» Claudia Valente, da Comunicação dos Correios, corrige a coluna com a informação de que a entrega dos livros didáticos nas escolas brasileiras será em fevereiro de 2010. A logística dessa megaoperação já foi premiada pelo World Mail Awards, pela Associação Brasileira de Movimentação Logística (ABML) e pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap).

Aerus

» Paulo Paim e Sérgio Zambiazi receberam do ministro Gilmar Mendes a promessa de prioridade na avaliação do processo contra a União movido pela Varig. Os senadores também avisaram aos aposentados e pensionistas do Fundo Aerus que não jogaram a toalha. Vão continuar lutando por uma solução definitiva e justa.

Verba

» Volta a calmaria nas pré-escolas do DF. O secretário de Educação José Luiz Valente recebeu a informação do presidente da Câmara Legislativa, Leonardo Prudente, que 22 milhões serão liberados para o pagamento do convênio com educação infantil.

Comunicação

» Ainda sobre o assunto, vale a integração entre as ações das secretarias de Desenvolvimento Social e Educação. A adoção do mesmo calendário, férias coletivas e renovação dos convênios são exemplo.

Mudança

» Com o uso da internet nas eleições, uma das modificações nas regras é que blogs e portais passam a ter liberdade de expressão desde que reservem espaço para as respostas e não sejam anônimos.

Guerreira

» Maria Rosa, revendedora de produtos de beleza em Águas Lindas, trocou a alegria do bairro do Guará pela tristeza profunda. Seu falecimento pegou a comunidade local de surpresa. Fica o registro e a homenagem pela batalha que travou na vida, sem perder o sorriso.


História de Brasília

J. Pereira, você é jornalista. Sempre disse o que quis e sabe como é boa a liberdade. Pois bem. Fique sabendo que, na Rádio Nacional, o pessoal está vivendo um regime de restrições. Para concluir, proibiram no noticiário o nome do sr. Juscelino Kubitschek. (Publicado em 10/2/1961)

GOSTOSA

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CLÓVIS ROSSI

Quando o externo vira interno

FOLHA DE SÃO PAULO - 02/10/09



PARIS - Confesso que a minha primeira reação ao saber que o chanceler Celso Amorim se filiara ao PT foi de incômodo. Não faz tanto tempo dediquei-lhe um texto com o título "Um homem de Estado", elogio (raríssimo neste espaço a quem quer que seja) à sua capacidade e profissionalismo.
Quando um homem de Estado passa a ser também um homem de partido, há um inevitável ruído.
Mas o incômodo se reduziu ao olhar em volta: Hillary Clinton é uma mulher de partido, quase foi candidata presidencial e, não obstante, pode ser a secretária de Estado do principal país do mundo sem que se acuse a política externa de partidarizada.
Aqui mesmo, na França, desembarco no meio da polêmica pelo caso Clearstream, em que um ex-primeiro-ministro, Dominique de Villepin, é acusado de conspirar contra quem era seu colega de gabinete à época, um certo Nicolas Sarkozy, hoje presidente.
Villepin era, então, exatamente o ministro de Relações Exteriores.
Ele e Sarkozy pertencem ao mesmo partido, e a ação de que Villepin é acusado nada tem a ver com "homem de Estado", mas com animais políticos que ambos são.
Não há, portanto, impedimento para que Amorim possa ter ambas as características, embora, no Brasil, a tradição seja a de manter a política externa fora dos palanques em que Amorim anuncia estar disposto a subir.
É até saudável que suba, porque, como diz outro candidato a palanqueiro, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, "é no âmbito político que são tomadas as verdadeiras decisões".
Que se internalize a política externa só pode ser saudável. Ela é cada vez mais importante e, como já escrevi várias vezes neste espaço, não é prudente que seja confinada exclusivamente ao âmbito dos especialistas, que, de resto, são pouquíssimos.

ANCELMO GÓIS

Dia D do Rio I

O GLOBO - 02/10/09


A cúpula do COI trabalha discretamente a favor do Brasil.
DIA D DO RIO II
Em Copenhague, ontem, o consenso era que a disputa por 2016 será mesmo entre Rio e Chicago, mas a questão é passar pela primeira votação.
Para passar, o Rio precisaria receber mais de 20 votos.
DIA D DO RIO III
A campanha de Chicago, como se sabe, desapontou, e a do Rio foi um sucesso.
Mas, apesar disso, em Copenhague, dez em cada dez envolvidos na escolha dizem que a disputa será duríssima.
DIA D DO RIO IV
Gente do COI em Copenhague diz que o comitê ficou honrado com a vinda de Obama.
Mas que seu esforço por Chicago teria chegado tarde. Será?
DIA D DO RIO V
Aliás, a expectativa por Obama causou constrangimento.
Uma implacável equipe da CIA tomou o ambiente do COI e não poupou nem Eduardo Paes, obrigado até a tirar o cinto na revista. Nem João Havelange, 93 anos, foi poupado.
DIA D DO RIO VI
Sérgio Cabral ficou “muito feliz” com a ida de Michel Temer a Copenhague:
– Se eu já o achava o melhor do PMDB para vice de Dilma, agora, então, é o cara!
NO MAIS
Gente maldosa no Itamaraty diz que, com a filiação ao PT, Celso Amorim “saiu do armário”.
ACARAJÉ DE CRISTO
Em Vila Velha, ES, na pracinha de Coqueiral de Itaparica, apareceu a barraquinha... Acarajé Gospel. É que os irmãos em Cristo, numerosos ali, evitavam a iguaria, difundida na região como a preferida dos orixás Xangô e Iansã.
PROFESSOR ARRUDA
Joseph Blatter, o presidente da Fifa, é tão habilidoso que é capaz de ter feito de caso pensado. Mas, se não foi, José Roberto Arruda, o governador do DF, entende mais de futebol do que ele.
Num jantar esta semana, no Rio, os dois discutiam a escalação da Alemanha na Copa de 1970 feita por Arruda. Pediram ao craque Beckenbauer para desempatar, e o placar ficou a favor de Arruda: Gerd Muller foi o artilheiro da Copa no México.
BOLA QUE ROLA...
Arruda pediu a Blatter e Beckenbauer que autografassem o papel em que havia escrito a escalação para pôr num quadro.
À ESQUERDA
A nova edição da revista “Piauí” traz reportagem com José Serra em que o tucano diz estar “à esquerda de Lula” e garante: apesar da fama, “não é antipático, implicante e mandão”.
Há controvérsias.
FINAL FELIZ
Nathalia Dill, a Santinha da novela “Paraíso”, da TV Globo, e Eriberto Leão, o “filho do diabo” na trama, estavam aos beijos ontem na recepção do Hospital Samaritano, no Rio.
A atriz, como se sabe, se machucou nas gravações do último capítulo e será operada às 9h.
DIA D DO RIO VII
Hoje, das 10h30m às 13h30m, em apoio à candidatura do Rio, a voadora Azul vai cobrar só R$ 16 por uma passagem com destino ou origem na cidade. A promoção é só para um trecho, não inclui a volta.

GOSTOSA DO TEMPO ANTIGO