quarta-feira, julho 29, 2009

ELIANE CANTANHÊDE

Guerra de pizza

FOLHA DE SÃO PAULO - 29/07/09

Um dos grandes problemas na crise política do Senado é a falta de um substituto para José Sarney na presidência da Casa. Procura-se daqui, procura-se dali e não se acha um senador que tenha estatura política, apoio do governo e aval da oposição e que, simultaneamente, passe pelo crivo ético. Leia-se: pelas reportagens investigativas.

Pois começa a ser trabalhado um nome para a presidência: o do senador Francisco Dornelles, do PP do Rio. Sobrinho e braço-direito de Tancredo Neves, ex-ministro do Trabalho de FHC, ex-ministro da Fazenda do governo Sarney, ex-secretário da Receita Federal ainda nos governos militares e cheio de títulos universitários no currículo.

Técnico, Dornelles seria o homem certo, na hora certa, para dar um choque administrativo no Senado, botando a Casa para funcionar com menos apadrinhados e menos diretores do nada para o nada. Político, ele tem bom trânsito no governo, conversa bem com PSDB, DEM, PT e PMDB. Principalmente, não incomoda ninguém. E, até onde se saiba, ele nunca se envolveu com denúncia cabeluda.

Sarney, hoje, só precisa dizer uma palavra para sair do cargo. Aliás, para bom entendedor, qualquer meia palavra já basta. Até porque o velho senador, ex-presidente da República, três vezes presidente do Senado, ex-governador do Maranhão e membro da Academia Brasileira de Letras, já não é mais, na prática, presidente de coisa nenhuma. Suas passagens pelo Senado estão solitárias, constrangedoras.

Aos 79 anos, ele se diz cansado, alquebrado pelas notícias, todo santo dia, envolvendo filhos, noras, netos, namorados de netas, assessores e amigos. Onde a Polícia Federal e a Receita põem o dedo, lá está uma manchete para os jornais. Enquanto Sarney estiver no cargo, a onda não vai parar. E ele sabe disso.

Até o pretexto para se licenciar ele já tem: com Dona Marly internada em São Paulo, depois da cirurgia para corrigir várias fraturas no ombro produzidas por uma queda em São Luiz, ele bem pode dizer que sua prioridade é cuidar da companheira de meio século de vida. Só assim ele terá sossego.

Inacreditavelmente mais realista do que o próprio rei, Renan Calheiros falou duas vezes ao telefone com o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, deixando no ar uma ameaça, ou aviso: se os tucanos forem para cima de Sarney no Conselho de Ética, o PMDB vai reagir contra Arthur Virgílio. Com o telefone desligado, incluiu mais na ameaça: Tasso Jereissatti.

Aí, não é mais pizza. É guerra de pizza na cara. Sarney tem duas opções: ou vai assistir de camarote em casa, ao lado de Dona Marly, ou vai presidir o espetáculo. E a guerra.

GOSTOSAS


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BRASÍLIA - DF

Gladiadores de Dilma

Brasília-DF
Luiz Carlos Azedo Com Guilherme Queiroz
Correio Braziliense - 29/07/2009


A bancada do PT no Senado trocou velhas palavras de ordem pelo lema dos gladiadores romanos: “Ave Caesar morituri te salutant”. Tradução: salve Dilma, os que estão a ponto de morrer saúdam você. É o que acontece com nove dos 12 senadores petistas que disputarão as eleições de 2010 por causa do apoio à permanência no cargo do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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A recessão econômica foi ultrapassada, a alta popularidade de Lula garante a sustentação do governo, só o que está em jogo realmente na crise do Senado é o apoio do grupo de Sarney e do líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), à candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. É por isso que a bancada petista não pode vacilar, mesmo entrando em risco eleitoral.

Cruzada

Foram unânimes as críticas dos governadores que participaram do Congresso Internacional Brasil Competitivo ao excesso de exigências do Tribunal de Contas da União (TCU) em relação aos contratos de financiamento com o Banco Mundial, criticados pelo governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (foto), do DEM. Como o TCU não aceita as normas internacionais, os financiamentos destinados a governos e prefeituras estão retidos.

Endosso

Foi condição imposta pelo governo brasileiro que o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, submeta ao Congresso do país a aprovação do acordo sobre a energia de Itaipu, apesar de não haver obrigação para tanto. O presidente Lula não quer brechas para futuras contestações do valor acertado pela venda da energia excedente pelo historicamente instável parlamento paraguaio.
Bloqueado

É o caso do GDF, que não consegue liberar um financiamento do Banco Mundial para educação, saúde e segurança no valor de US$ 130 milhões

Cascudo


Tanto o presidente da legenda, Ricardo Berzoini (SP), como o líder da bancada na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP), avaliam que a situação do líder petista no Senado, Aloizio Mercadante, é robusta o bastante para resistir ao desgaste do apoio a Sarney. Afif Domingos (DEM), Orestes Quércia (PMDB), Romeu Tuma (PTB) e Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), que pleiteiam vaga no Senado, têm menos densidade eleitoral. Além disso, não lhe tomariam a condição de segundo voto.


Sem dó



Augusto Botelho (RR), Fátima Cleide (RO), Flávio Arns (PR) e Serys Slhessarenko (MT) dificilmente serão reeleitos. Aloizio Mercadante (SP), Delcídio Amaral (MS), Marina Silva (AC) e Paulo Paim (RS), em boas condições eleitorais, sofrem sérios desgastes. Ideli Salvati (SC) concorrerá ao governo do estado no sacrifício. E ainda tem a candidatura de Tião Viana (foto), com mandato até 2015, que disputará o governo do Acre. O presidente Lula ameaça: quem não sustentar o apoio a Sarney por paúra, terá de caminhar com as próprias pernas na campanha eleitoral.


Cabo de guerra/ O prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho (PSB), e o governador da Paraíba, José Maranhão (PMDB), aproveitaram a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Campina Grande para disputar apoio às respectivas candidaturas ao governo do estado, em 2010. O PT paraibano quer aliança com Coutinho, cujo partido apoia a reeleição de Maranhão.

Fim da picada/ O Instituto Chico Mendes resolveu embargar o recapeamento asfáltico da estrada DF-150, que liga o balão do Colorado à Fercal, numa extensão de 15km. A rodovia distrital existe há 40 anos, está toda esburacada e registra alto índice de acidentes por causa do tráfego pesado dos caminhões que escoam a produção de duas fábricas de cimento.

Retranca/ Pré-candidatos à sucessão da Roseana Sarney (PMDB) no governo do Maranhão evitam participar de eventos e inaugurações ao lado de prefeitos. Trauma da cassação do governador Jackson Lago (PDT), condenado por abuso de poder, que foi alvo de 12 representações na Justiça Eleitoral apresentadas pela coligação de Roseana.

Faro fino/Com o trabalho Remessas de capitais ao exterior: a lavagem de dinheiro através da evasão de divisas, o delegado da Polícia Federal Luís Flávio Zampronha de Oliveira foi o primeiro colocado no I Concurso Nacional de Monografias em Segurança Pública, promovido pela Academia Nacional de Polícia, em parceria com a Fundação Polícia Federal de Apoio ao Ensino e à Pesquisa (FunPF). Zampronha investigou o escândalo do mensalão e o dossiê dos aloprados.

É tarde/ O governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), desistiu de vender o Banestes, banco estadual, para o Banco do Brasil, que suspendeu as negociações com o governo do estado por causa da crise. Valente, o banco capixaba é que segurou a barra do agronegócio no estado, segundo produtor de café do país.

MERVAL PEREIRA

Pouco risco


O Globo - 29/07/2009

De todos os envolvidos no processo político de escolha do próximo presidente da República, o único que não tem nada a perder, e tem um projeto definido, é Lula. Os dois partidos políticos metidos mais diretamente na disputa, PT e PSDB, correm o mesmo risco, o de sair da eleição quase se desmanchando.

Se o PSDB não conseguir fazer o sucessor de Lula, seja José Serra ou Aécio Neves, o partido tende a ficar mais fraco do que já está no Legislativo e nos governos estaduais, tornando-se crucial manter as administrações de São Paulo e Minas para não desaparecer.

As chances são piores do que em 2006, pois, se a popularidade de Lula determinar uma vitória de sua candidata, a coalizão governista pode ter força para eleger o governador de Minas com Aécio fora da disputa.

Em São Paulo, parece mais fácil a vitória tucana, seja com a reeleição de Serra ou a candidatura de Geraldo Alckmin.

Ciro Gomes, a melhor aposta do governo, não parece ter fôlego de vencedor para uma corrida desse tipo. Mas tem resistência e vontade suficientes para atacar seu inimigo escolhido, o governador Jos é Serra .Mas Lula não quer que Ciro ganhe.

Faz parte da sua estratégia tirar Ciro da corrida presidencial para evitar que sua presença impeça uma decisão plebiscitária entre a candidata de Lula e o candidato da oposição.

Para conseguir isso, teve que arranjar um brinquedo novo para Ciro, e trata agora de convencer o PT a deixar Ciro brincar em seu quintal.

Já o PT, abrindo espaço para as coalizões regionais com diversos partidos e deixando de disputar governos estaduais para não melindrar seus aliados, corre o risco de não fazer uma bancada forte no Congresso e perder os governos estaduais que tem.

Se a ministra Dilma Rousseff perder, não terá sido por culpa de Lula, mas, se ela for eleita, certamente deverá tudo a ele. Por isso, Lula é também o que está jogando mais solto, com autonomia para impor uma candidatura ao partido que deveria liderar esse processo, e determinar as regras do jogo para o seu lado do campo, sem se importar com os adversários.

Lula definiu desde o início que as chances de vitória de seu time teriam que estar baseadas única e exclusivamente no seu apoio, e não nas qualidades deste ou daquele candidato, não havendo espaço nesse tipo de jogo para um candidato de luz própria, que definisse posições e estratégias. Mesmo porque não havia esse produto na prateleira do PT.

Depois do operário, seria preciso encontrar algum representante de minorias para dar prosseguimento ao “governo popular”, e a ministra Dilma Rousseff está candidata não por suas qualidades de gestora, mas por ser mulher.

Seu proverbial mau humor pode criar problemas mais adiante, se chegar a subir a rampa do Palácio do Planalto, mas durante a campanha sua candidatura será monitorada pelos mesmos que coordenaram a campanha vitoriosa de Lula — os ex-ministros José Dirceu e Antonio Palocci — e os acordos políticos estão sendo costurados pelo próprio presidente.

A imensa popularidade do presidente é o ponto fora da curva dessa eleição.

Apesar da crise, Lula não se desgastou, e está conseguindo convencer a todos que, mesmo que o país tenha um pequeno crescimento negativo este ano, estamos melhores do que os outros, que terão quedas muito maiores.

Não é coerente com a tese que defendia até bem pouco, quando o governo dizia que o baixo crescimento brasileiro não poderia ser comparado com o de outros países, mas sim com a performance do próprio Brasil em anos anteriores.

Mas quem está buscando coerência nesses tempos? A oposição, que pensava que teria uma vida mansa na primeira disputa presidencial sem Lula na cédula, surpreendeu-se com a efetividade da sua estratégia, que está conseguindo colocar Lula num palanque sem que as restrições da legislação eleitoral o atinjam.

Lula faz campanha pelo país impunemente, e continuará fazendo. Ele já disse a interlocutores que o melhor está para vir: “Ainda não levantei o braço dela na frente do povo para dizer que ela é a minha candidata”, comentou Lula recentemente.

Até o momento, ele está apenas esquentando os motores e já conseguiu fazer com que “a mulher do Lula” ganhasse exposição e reconhecimento.

A única surpresa foi a doença da ministra Dilma Rousseff, que colocou uma interrogação na sua capacidade de enfrentar uma campanha tão árdua.

Se confirmado o prognóstico de que está curada do câncer linfático, Lula tem grandes chances de coroar seu projeto político com a eleição da sucessora.

Se Dilma perder, foi uma boa tentativa.

Em ambos os casos, Lula sairá pelo mundo à frente de uma ONG fazendo campanha contra a fome.

Ele continuará sendo uma figura política importante no país, podendo se defender de eventuais acusações que sempre ocorrem em momentos de crise política.

Mas já tem a garantia, de antemão, de que não há inimigos do outro lado do campo, no máximo adversários muito bem comportados.

Mais até do que a máquina de moer reputações em que se transformou o petismo.

O recente episódio da crise no Senado, na qual o presidente Lula está jogando todo o seu prestígio na tentativa de garantir a sobrevivência de Sarney e, por tabela, a adesão do PMDB a seu projeto de poder, é mais um teste.

As próximas pesquisas de opinião mostrarão até que ponto a defesa intransigente de Sarney afeta a popularidade de Lula.

Mantidas as atuais condições, é uma jogada de alto risco a que Lula está montando, mas risco para o PT, não para ele mesmo.

BUNDA QUENTE

CLÓVIS ROSSI

Hora de ter mais ambição


Folha de S. Paulo - 29/07/2009

SÃO PAULO - Dois pedidos de desculpas ao leitor. Tarefas internas na Folha roubaram tempo para ler e responder e-mails. Perdão.
Pelo mesmo motivo, não consegui acompanhar direito o noticiário internacional e perdi uma frase do presidente Barack Obama que seria a perfeita cereja do bolo para o texto ontem publicado a respeito da gestação do G2 (Estados Unidos e China).
Obama disse que o relacionamento Estados Unidos/China "moldará o mundo do século 21". Foi para a manchete do jornal francês "Le Figaro": "Obama propõe um eixo Pequim/Washington".
Para ajudar o leitor a me desculpar, um pouco de autopropaganda: quem lê esta
Folha soube bem antes do que o leitor do "Figaro" desse balé em torno da governança global. No dia 2 do mês passado, o título deste jornal era "EUA querem formar G2 com a China". O texto dizia que "o secretário norte-americano do Tesouro, Timothy Geithner, apresentou ontem o que é uma nítida proposta de G2, um grupo formado apenas por EUA e China, para devolver o equilíbrio à economia mundial".
Desculpas e louvações à parte, qual é a parte que toca ao Brasil nesse balé? Tudo, se o país quer realmente ser cachorro grande no século recém-iniciado.
Para começar, o Brasil tem que ser ambicioso, em vez de se conformar com crescimento bem abaixo dos concorrentes ditos emergentes. Como bem lembrou segunda-feira o professor Bresser Pereira, o crescimento anual per capita médio do Brasil desde 1996 foi de apenas 3%, contra 7% dos outros três Brics (Rússia, Índia e China).
Para continuar, o Brasil deveria explorar melhor duas características que faltam ao gigante chinês (a sua democracia, porca mas democracia, e a ausência de conflitos étnicos). Acabou o espaço mas, como o balé continuará, volto a ele assim que surgir novo gancho.

ARI CUNHA

Dilma sacrificada


Correio Braziliense - 29/07/2009


Sempre tive particular admiração pelo trabalho da ministra Dilma Rousseff. Comentávamos sobre candidatura à Presidência da República. Não considerei cargo para uma mulher de luta, liberdade e inteligência. Lembrei que a ministra estava sendo usada. “Mãe do PAC.” Prestígio em favor do presidente Lula. Usar a ministra, obter lucros políticos, e puxar o tapete. Dói ter acertado a previsão. Tempo corre. O vice-presidente, José Alencar, é hospitalizado. Lula passa 10 dias sem visitar o companheiro. Quem tem avião e vontade sai de onde estiver para ver o amigo. Onze dias depois vai ao hospital em visita de cordialidade. Estava fazendo discurso popularesco, colhendo votos nas favelas, dando as costas a quem o sustenta politicamente.

A frase que não foi pronunciada

“E depois?”
Pergunta que não quer calar no pensamento da oposição.


Vitória

Hospital Regional da Asa Sul (HMIB) comemora 10 anos dos primeiros bebês concebidos por fertilização. O nascimento dos gêmeos Alanny e Allison no fim do século passado é marco da medicina pública. Ao contrário, a medicina particular cresce os olhos à contabilidade. Esquece o ser humano e se agarra aos lucros. Dinheiro vai para o ralo. Melhor ser do que ter.

Mensalão

Banqueiro Daniel Dantas fala por seu advogado. Pode entornar o caldo às vésperas da eleição. Prepara lista dos líderes do PT favorecidos pelas contribuições do mensalão. Os culpados se alvoroçam para voltar. José Genoíno, Delúbio Soares, José Dirceu e outros jogados ao lixo estão de volta abençoados pelo Palácio do Planalto. Vai aparecer chorume debaixo do entulho.

Madeira ilegal

Se fossem revertidas em favor do Fundo de Reflorestamento, as multas aplicadas pelo uso ilegal da mata amazônica deixariam de existir. A fiscalização seria eficiente e colocaria termo aos abusos.

Metrô de Brasília

Governador José Roberto Arruda obteve empréstimo do BNDES de R$ 260,3 milhões. Vai adquirir 12 trens para o metrô. Aumentará a linha de 42 para 49 quilômetros. Mais gente usará transporte público, com o que pagará parte do dinheiro aplicado. Alberto Fraga vê a redução de automóveis, e continuará esclarecendo os motoristas em favor da comunidade.
Por falar em Alberto Fraga, ele merece voto de confiança. Depois do mérito de tirar as vans camicazes de circulação, transplantar ou repor as árvores da W3 é tarefa das mais fáceis. Difícil está sendo suportar a poluição sonora e do ar na principal avenida da cidade. A população deve valorizar o novo transporte coletivo.

Escolar

Pelo menos 500 ônibus serão utilizados no recomeço das aulas. Itens de segurança serão verificados em detalhes. Só depois de tudo em ordem os veículos serão liberados pelo Detran.

De olho

Bancos federais vão competir pela folha do INSS. A última instituição bancária que se manifestar ao golpe do martelo vai ganhar a administração dos pagamentos da seguridade social.
O leilão será nos primeiros dias de agosto.

Interesse

O melhor do twitter é que o candidato não invade a privacidade do usuário. Só envia os textos para quem se cadastrar voluntariamente. Isso serve para saber quantos estão interessados no que o político tem a dizer.

Novidade

Proprietária de veículo aéreo não tripulado, a Polícia Federal vai aumentar a vigilância nas fronteiras do país. O investimento do governo brasileiro na tecnologia israelense foi de R$ 8 milhões em cada unidade. O ministro Tarso Genro participou da apresentação
do avião em solenidade na cidade de São Miguel do Iguaçu.

GOSTOSA


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O HOMEM É QUEM DEVE PAGAR O MOTEL

Porque os homens devem pagar o motel!

"Quando um homem chama uma mulher para sair, não sabe o grau de estresse que isso desencadeia em nossas vidas. Durante muito tempo, achei que eu era uma estressada maluca que não sabia lidar com isso, mas conversando com diversas pessoas, cheguei à conclusão de que esse estresse é um denominador comum a quase todas as mulheres, ainda que em graus diferentes (ou será que sou eu que só ando com gente estressada?).

O que venho contar aqui hoje é mais dedicado aos homens do que às mulheres. Acho importante que eles saibam o que se passa nos bastidores.

Você, mulher, está flertando um Zé Ruela qualquer. Com sorte, ele acaba te chamando para sair. Vamos supor um jantar. Pronto, acabou seu último minuto de paz. Ele diz, como se fosse a coisa mais simples do mundo 'Vamos jantar amanhã?'. Você sorri e responde, como se fosse a coisa mais simples do mundo: 'Claro, vamos sim'.Começou o inferno na Terra. Foi dada a largada. Você começa a se reprogramar mentalmente e pensar em tudo que tem que fazer para estar apresentável até lá.

Primeira coisa: fazer mãos e pés. Quem se importa se é inverno e você provavelmente vai usar uma bota de cano alto? Mãos e pés tem que estar feitos – e lá se vai uma hora do seu dia. Vocês (homens) devem estar se perguntando 'Mão tudo bem, mas porque pé, se ela vai de botas? 'Lei de Murphy. Sempre dá merda. Uma vez pensei assim e o infeliz me levou para um restaurante japonês daqueles em que tem que tirar o sapato para sentar naqueles tatames. Tive que tirar o sapato com aquela sola do pé cracuda, esmalte semi-descascado e cutícula do tamanho de um champignon. Para nossa paz de espírito, melhor fazer mão é pé, até porque boa parte dessa raça tem uma tara bizarra por pé feminino.

Passo horas na academia malhando minha bunda e o desgraçado vai reparar justamente onde? No meu pé! Isso é coisa de... Melhor mudar de assunto...As mais caprichosas, além de fazer mão e pé, ainda fazem algum tratamento capilar no salão: hidratação, escova, corte, tintura,retoque de raiz, etc.. E nessa se vai mais uma hora do seu dia.

Dependendo do grau de importância que se dá ao Zé Ruela em questão, pode ser que a mulher queira comprar uma roupa especial para sair com ele. Mais horas do seu dia. Ou ainda uma lingerie especial, dependendo da ocasião. Se você trabalha, provavelmente vai ter que fazer as unhas na hora do almoço e correr para comprar roupa no final do dia em um shopping .

Ah sim, já ia esquecendo. Tem a depilação. Essa os homens não podem nem contestar. Quem quer sair com uma mulher não depilada, mesmo que seja apenas para um inocente jantar? Lá vai você depilar perna, axila,virilha, sobrancelha etc, etc.

Parabéns, você conseguiu montar o alicerce básico para sair com alguém. Pode ir para a cama e tentar dormir, se conseguir. Eu não consigo, fico nervosa. Se prepare, o dia seguinte vai ser tumultuado.

Dia seguinte. É hoje seu grande dia.

Geralmente, o Zé Ruela não comunica onde vai levar a gente. Surge aquele dilema da roupa. Com certeza você vai errar, resta escolher sequer errar para mais ou para menos. Se te serve de consolo, ele não vai perceber. Aliás, ele não vai perceber nada. Você pode aparecer de Armani ou enrolada em um saco de batatas, tanto faz. Eles não reparam em detalhe nenhum, mas sabem dizer quando estamos bonitas (só não sabem o porquê). Mas, é como dizia Angie Dickinson: 'Eu me visto para as mulheres e me dispo para os homens'. Não tem como, a gente se arruma, mesmo que eles não reparem.E não adianta pedir indicação de roupa para eles, os malditos não dão sequer uma pista! Claro, para eles é muito simples, eles só precisam tomar uma chuveirada, vestir uma Camisa Pólo e uma calça e estão prontos, seja para o show de rock, seja para um fondue. Nesse pequeno cérebro do tamanho de um caroço de uva só existem três graduações de roupa: Bermuda + Chinelo, Jeans + Pólo, Calça Social +Camisa Social. Quando você pergunta se tem que ir arrumada é quase certo que ele diga: 'sei lá, normal, roupa normal'. Eles não sabem que isso não ajuda em nada.

Escolhida a roupa, com a resignação que você vai errar, para mais ou para menos, vem a etapa do banho. Para mim é uma coisa simples: shampoo + sabonete. Mas para muitas não é. Óleos, sabonetes aromáticos, esfoliação (horrível que seja com 's', né? deveria sercom'x'), etc. E o cabelo? Bom, por sorte meu cabelo é bonzinho, não faz a menor diferença se eu lavar com um shampoo caro ou se lavar com Omo, fica a mesma coisa. Mas tem gente que tem que fazer uma lavagem especial, com cremes e etc. E depois ainda vem a chapinha, prancha e/ou secador. Depois do banho e do cabelo, vem a maquiagem. Lá vai a babaca separar cílio por cílio com palito de dente depois de passar rímel. Melhor nem contar tudo que eu faço em matéria de maquiagem, se não vocês vão me achar maluca, digo, mais maluca. Como dizia Napoleão Bonaparte, 'Mulheres tem duas grandes armas: lágrimas e maquiagem'.

Depois vem a hora de se vestir. Homens não entendem, mas tem dias que a gente acorda gorda. É sério, no dia anterior o corpo estava lindo e no dia seguinte... PORCA! Não sei o que é (provavelmente nossa imaginação), mas eu juro que acontece. Muitas vezes você compra uma roupa para um evento, na loja fica linda e na hora de sair fica horrível.

Se for um desses dias em que o espelho está de sacanagem com a sua cara, é provável que você acabe com um pilha de roupas recusadas em cima da cama, chorando, com um armário cheio de roupa gritando 'EU NÃO TENHO ROOOOOUUUUUPAAAA'.

E quando você inventa de colocar aquela calça apertada e tem que deitar na cama e pedir para outro ser humano enfiar ela em você? Uma gracinha, já vai para o jantar lacrada a vácuo. Se espirrar a calça perfura o pâncreas.

Ok, você achou uma roupa que ficou boa. Vem o dilema da lingerie. Salvo raras exceções, roupa feminina (incluindo lingerie) ou é bonita, ou é confortável. Você olha para aquela sua calcinha de algodão do tamanho de uma lona de circo. Ela é confortável. E cor de pele. Praticamente um método anticoncepcional. Você pensa 'Eu não vou dar para ele hoje mesmo... Você veste a calcinha. Aí bate a culpa. Eu sinto culpa se ando com roupa confortável, meu inconsciente já associou estar bem vestida a sofrimento. Aí você começa a pensar 'E se mesmo sem dar para ele, ele pode acabar vendo a minha calcinha... Vai que no restaurante tem uma escada e eu tenho que subir na frente dele... se ele olhar para essa calcinha, broxará para todo o sempre comigo...'. Você tira a sua calcinha amiga e coloca uma daquelas mínimas e rendadas, que com certeza vão ficar entrando na sua bunda a noite toda. Melhor prevenir. Nessas horas a gente emburrece e acha que qualquer deslize que fizer vai espantar o sujeito de forma irreversível.

Os sapatos. Vale o mesmo que eu disse sobre roupas: ou é bonito, ou é confortável. Geralmente, quando tenho um encontro importante, opto por UMA PEÇA de roupa bem bonita e desconfortável, e o resto menos bonito, mas confortável. FATO: Lei de Murphy impera. Com certeza me vai ser exigido esforço da parte comprometida pelo desconforto. Ex: Vou com roupa confortável e sapato assassino. Certeza que no meio da noite ele vai soltar um 'Sei que você adora dançar, vamos sair para dançar! Eu tento fazer parecer que as lágrimas são de emoção. Uma vez um sapato me machucou tanto, mas tanto, que fiz um bilhete para mim mesma e colei no sapato, para lembrar de nunca mais usar!. Porque eu não dei o sapato? Porque... me custou muito caro. Posso não usá-lo, mas quero tê-lo. Eu sei, eu sei, materialista demais... Mas por hora, o sapato fica.

Enfim, eu sei que existem problemas mais sérios na vida, e o texto é em tom de brincadeira. Só quero que os homens saibam que é um momento tenso para nós e que ralamos bastante para que tudo dê certo. O ar de tranqüilidade que passamos é pura cena. Sejam delicados e compareçam aos encontros que marcarem, ok? E se possível, marquem com antecedência, para a gente ter tempo de fazer nosso ritual preparatório com calma...

Apesar do texto enorme, quero deixar claro que o que eu coloquei aqui é o mínimo do mínimo. Existem milhões de outras providências que mulheres tomam antes de encontros importantes: clarear pêlos (vulgo 'banho de lua'), fazer drenagem linfática, baby liss... enfim, uma infinidade de nomes que homem não tem a menor idéia do que se trata.Depois que você está toda montadinha, lutando mentalmente com seus dilemas do tipo 'será que dou para ele? É o terceiro encontro, talvez eu deva dar...' começa a bater a ansiedade.

Cada uma lida de um jeito.Eu, como boa looser que sou, lido do pior jeito possível. Tenho um faniquito e começo a dizer que não quero ir. Não para ele, ligo para a infeliz da minha melhor amiga e digo que não quero mais ir, que sair para conhecer pessoas é muito estressante, que se um dia eu tiver um AVC é culpa dessa tensão que eu passei na vida em todos os primeiros encontros... E que eu quero voltar tartaruga na próxima encarnação... Ela, coitada, escuta pacientemente e tenta me acalmar.

Agora imaginem vocês, se depois de tudo isso, o infeliz liga e cancela o encontro? 'Surgiu um imprevisto, podemos deixar para semana que vem?'. Gente, não é má vontade ou intransigência, mas eu acho inadmissível uma coisa dessas, a menos que seja algo muito grave! Eu fico muito, muito, muito brava! Claro, na cabecinha deles não custa nada mesmo, eles acham que é simples, que a gente levantou da cama e foi direto pro carro deles. Se eles soubessem o trabalho que dá, o estresse, o tempo perdido... nunca ousariam remarcar nada.

Não aceito!Vem me buscar de maca e no soro, mas não desmarque comigo!

NÃO CANCELEM ENCONTROS A MENOS QUE TENHA ACONTECIDO ALGO MUITO, MUITO,MUITO GRAVE! A GENTE SE MOBILIZA DEMAIS POR CAUSA DELES!

Supondo que ele venha. Ele liga e diz que está chegando. Você passa perfume, escova os dentes e vai. Quando entra no carro já toma um eufemismo na lata 'MMM... ta cheirosa!' (tecla sap: 'Passou muito perfume...’). Ele nem sequer olha para a sua roupa. Ele não repara em nada, ele acha que você é assim ao natural.

E se ele for tirar a sua roupa, grandes chances dele tirar a calça junto com a calcinha e nem ver. Pois é, Minha Amiga, você passou a noite toda com a rendinha atochada no rego (que por sinal custou muito caro), para nada. Homens, vocês sabiam que uma boa calcinha, de marca, pode custar o mesmo que um MP4? Favor tirar sem rasgar. Quando é comigo, passo tanto estresse que chego no jantar com um pouco de raiva do cidadão. No meio da noite, já não sinto mais meus dedos do pé, devido ao princípio de gangrena em função do sapato de bico fino.Quando ele conta piadas e ri eu penso 'É, eu também estaria de bom humor, contando piada, se não fosse essa calcinha intra-uterina raspando no colo do meu útero'. A culpa não é deles, é minha, por ser surtada com a estética. Sinto o estômago fagocitando meu fígado, mas apenas belisco a comida de leve. Fico constrangida de mostrar toda a minha potência estomacal assim, de primeira. Para finalizar, quero ressaltar que eu falei aqui do desgaste emocional e da disponibilidade de tempo que um encontro nos provoca.

Nem sequer entrei no mérito do DINHEIRO. Pois é, tudo isso custa caro.Vou fazer uma estimativa POR BAIXO, muito por baixo, porque geralmente pagamos bem mais do que isso e fazemos mais tratamentos estéticos:

Roupa...............................R$ 150,00
Lingerie.............................R$ 80,00
Maquiagem.......................R$ 50,00
Sapato...............................R$ 150,00
Depilação...........................R$ 50,00
Mão e pé............................R$ 20,00
cabelo................................R$ 50,00
Pílula anticoncepcional.......R$ 15,00

Ou seja, JOGANDO O VALOR BEM PARA BAIXO, gastamos, no barato, R$ 500,00 para sair com um Zé Ruela!!!

Entendem porque eu bato o pé e digo que homem TEM QUE PAGAR O MOTEL?

A gente gasta muito mais para sair com eles do que ele com a gente!"


COLABORAÇÃO ENVIADA POR APOLO

COISAS DA POLÍTICA

A anatomia do conflito

Mauro Santayana

JORNAL DO BRASIL - 29/07/09

Se o senador Aloizio Mercadante assumiu a responsabilidade de redigir a nota em que pede o afastamento de Sarney, sem ouvir o presidente da República, revela-se o conflito entre a bancada do PT e o seu fundador. Se, no entanto, Mercadante comunicou sua intenção ao presidente, e dele não ouviu nítida recomendação contrária, os observadores podem concluir que há alguma coisa mais profunda na crise política destas horas.

Não se trata, aqui, de saber se Sarney é ou não culpado. É claro, e o presidente do Senado os admite, que houve erros de conduta, embora quase ninguém possa, nos três poderes republicanos, negar a prática de nepotismo. É o velho instinto de proteção do clã, que funciona em nossa e em outras latitudes, no nosso e em outros tempos. É sempre lembrado o pedido de Pero Vaz Caminha a dom Manuel em favor da transferência de seu genro, inserido no texto da carta em que anuncia a descoberta do Brasil. Espertíssimo, o escrivão da frota aproveitou o momento de júbilo, para defender seu interesse. O nepotismo é antirrepublicano, como sabemos, e a democracia o rejeita. As coisas, sem embargo das intenções e do ditame das leis, são assim, e a ação política dos cidadãos é o método correto de combatê-las.

Também pouco importa ao exame do quadro o fato de que à oposição parlamentar falte autoridade para investir contra o senador pelo Amapá, salvo, convém repetir, o caso de meia dúzia de senadores e duas ou três dúzias de deputados federais. O que está movendo tudo – denúncias, contradenúncias, intrigas, manipulação da imprensa, escutas telefônicas, invasão da vida privada, preparação de dossiês – é o processo sucessório. É inegável o mal-estar, em setores do PT, por ter o presidente Lula decidido, in pectore, pela ministra Dilma Rousseff como candidata do partido à sua sucessão. A senhora Rousseff é uma boa candidata. Começa por contar com a simpatia, natural, do eleitorado feminino. É também uma pessoa que sabe mandar, como se reconhece no entourage presidencial. Mas – à parte outros problemas – não fez vida partidária, nem carreira política usual, porque lhe falta a experiência das urnas. Ainda que dispusesse de todos os atributos, caberia ao presidente negociar, habilmente, com os outros aspirantes de seu partido à candidatura, e articular para que o seu nome partisse das bases do PT, começando pelo Rio Grande do Sul. O chefe de governo está usando da indicação pessoal, sem ouvir o partido. É sempre oportuna a máxima do mineiro Benedicto Valadares a propósito das decisões políticas: "reunião, só depois de resolvido o assunto".

Há, na trajetória política do presidente Lula – excepcional e admirável, como reconhecem muitos de seus adversários – o esforço constante de afirmação de autonomia. Quando seu nome emergiu, poderoso, nas lutas sindicais do ABC, a ele se uniram setores importantes da esquerda. Os velhos comunistas, em seu instinto histórico, perceberam que ali estava, mais uma vez, a conhecida social democracia reformista, com um Kautský jovem e de barbas negras. A esquerda católica, desiludida de um partido democrata cristão que não emplacara, nele viu a grande oportunidade de se afirmar. Ao mesmo tempo, intelectuais que não se adaptavam às regras disciplinarias dos comunistas, supuseram que poderiam tutelar o jovem metalúrgico. Lula se foi desfazendo de uns e de outros, mas isso não significou que se desligasse dos setores sindicais. Ali se encontrava e se encontra sua base sólida, e de confiança. Ali ele lidera, e lá se encontra o núcleo forte de seu esquema de poder. Mas, também ali, o presidente começa a encontrar algumas arestas.

É provável que o presidente almeje uma liderança sobre as massas sem a intermediação de incômodos associados, embora ninguém saiba o que abriga o seu espírito. Os líderes são aqueles que vão à frente dos povos, não os que os arrastam acorrentados a um projeto, totalitário, ou não, a um carisma, legítimo ou não. Os movimentos políticos – e, deles derivados, os governos – são feitos da vontade plural dos cidadãos, e representam a busca do equilíbrio, difícil, mas exigido, entre o necessário e o possível. Nenhum homem, por mais dotado seja de inteligência e de fascínio, pode impor-se a todos os demais – a não ser por algum tempo, e com resultados impiedosos.

Lula sabe, no fundo da alma, que o homem elogiado por Obama é o menino de Garanhuns, e é a esse menino que ele deve prestar contas.

GRIPE

INFORME JB

Quem fica com a chave do gabinete

Leandro Mazzini

JORNAL DO BRASIL - 29/07/09

Confirmada a saída de José Múcio Monteiro do primeiro escalão do governo, o cargo de ministro das Relações Institucionais suscita disputas também no PMDB e PTB, além do PT. Discretamente, entraram nas conversas o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), e o líder do PTB no Senado, Gim Argello (DF) – suplente de Joaquim Roriz que chegou quieto e ganhou espaço na interlocução com o Planalto. A briga pela vaga tem seus nobres motivos. É o cargo que coloca o cidadão diariamente em contato com o presidente da República. A priori, é de Antonio Palocci (foto). O líder do PT, Cândido Vaccarezza, é citado. Tudo ainda é dúvida. Contra o primeiro, pesa o processo do STF no caso do caseiro. Contra o segundo, a falta de jogo com os colegas.

Brizolistas Menino do Rio

O ex-governador Anthony Garotinho (PR) negocia sua chapa para concorrer com Sérgio Cabral (PMDB). De vice, o federal Brizola Neto (PDT); para o Senado, o senador Marcelo Crivella (PRB) e o federal Miro Teixeira (PDT).

O sempre carioca Fernando Sarney, indiciado pela PF em quatro crimes, bate ponto na Garcia & Rodrigues, na Zona Sul do Rio, para degustar vinhos e cafés.

Cantinho

A pedido da governadora Ana Júlia Carepa, a Vale vai instalar um escritório em Belém, onde vão trabalhar 80 engenheiros. Será o núcleo da mineradora para novos projetos na região.

Tsunâmi

Eduardo Moreira Giestas, novo presidente do complexo turístico Sauípe, na Bahia, foi indicado pela consultoria Angra Partners com a missão de vender o empreendimento.

Tsunâmi 2

A Previ afastou a diretoria de gestão imobiliária que cuidava da operação envolvendo o Edifício Méridien e a rede Iberostar, em Copacabana, e que acabou vendido para a Windsor. Especula-se que a perda de dinheiro foi do tamanho do prédio.

Zé Feliz

A pergunta entre mineradores é por onde anda o mineiro Zé Mendes, dono da J. Mendes mineradora. Há décadas tinha uma pequena jazida, de má qualidade, de onde pouco extraía. Vendeu-a por R$ 1,9 bilhão para a Usiminas.

Lula e Patrus

O presidente Lula desembarca sexta em Belo Horizonte. Inaugura 720 apartamentos do programa municipal Vila Viva e do PAC, e dá diploma a 474 jovens formados por cursos de capacitação, do Ministério do Desenvolvimento Social.

Em obras

Por falar em BH, o prefeito Marcio Lacerda, que já conta com 71% de avaliação positiva, aprovou o novo código de obras da capital. O antigo era de 1940.

Escolinha

A Funasa realiza um workshop em São Paulo com 60 prefeitos do estado. O objetivo é prestar orientação sobre recursos do PAC para obras de saneamento.

Óleo na tela

O documentário O petróleo tem que ser nosso estreia amanhã no Odeon no Rio. Dirigido por Peter Cordenonsi, foi produzido pelo Sindicato dos Petroleiros do Rio e pela Associação de Engenheiros da Petrobras.

ELIO GASPARI

Mantega articulou o caos na Receita

FOLHA DE SÃO PAULO - 29/07/09


A substituição de Lina Vieira começou mal e, para desgraça da Viúva, arrisca terminar pior


O MINISTRO DA FAZENDA , Guido Mantega, trouxe sua contribuição para a teoria do caos. Demitiu a secretária da Receita Federal sem oferecer uma explicação que tivesse nexo e merecesse respeito. Feito isso, tirou férias. Retornou e tem dois problemas sobre a mesa.
Começou uma guerra de dossiês e vilezas para o preenchimento do cargo. Otacílio Cartaxo, o secretário interino, é acusado de ter esbarrado numa operação pente-fino de 2006. Uma auditoria interna desconfiou de suas contas, o caso foi entregue à corregedoria da Receita, que considerou as suspeitas infundadas e o arquivou. Agora informa-se que o Ministério Público resolveu investigar o caso, que corre em segredo de Justiça. Coisa igual, nem na Inquisição espanhola. O sujeito foi inocentado e volta a ser suspeito porque voltou a ser investigado, em segredo.
A simpatia de Mantega iria para Valdir Simão, presidente do INSS. Chumbo nele. Como sucedeu a Cartaxo, "foi investigado" (coisa que não quer dizer nada) em 2006. Seu envolvimento estaria relacionado com a ação de uma quadrilha de sonegadores desbaratada pela Polícia Federal. Em sua defesa, informou que a ação policial foi desencadeada por ele, quando dirigia a arrecadação do INSS.
Com base no que se apresenta ao público, Cartaxo e Simão são vítimas do clima de baixaria que tomou conta do processo de nomeação do novo secretário da Receita.
Mantega tem outra panela queimando sobre o fogão. Ele sabe que a escolha de Simão (que foi secretário-adjunto de Jorge Rachid, que foi adjunto de Everardo Maciel durante o tucanato) poderá resultar no pedido de demissão de cinco (ou seis) dos dez superintendentes da Receita. Provavelmente também pedirão o chapéu os inspetores das alfândegas de Cumbica e Viracopos e algo como uma dezena de auditores que ocupam cargos de chefia.
Numa época em que o país vê como os barões de Brasília nomeiam seus protegidos, faz bem à alma saber que servidores públicos concursados oferecem de volta seus postos, para retornar ao chão das repartições. Nenhum deles abrirá firma de consultoria, como ninguém aceitará convite para o conselho de administração de grandes contribuintes. Isso não é rebelião. Quando o inspetor de uma alfândega pede demissão, é louco ou honesto, o que, em certas situações, pode ser uma redundância.
Na raiz do problema está a ação desses servidores levados para a cúpula da Receita pela secretária Lina Vieira. Como ela mesma disse, a instituição tirou o foco da patuleia assalariada e mirou no andar de cima. Por exemplo: antes dela, no primeiro semestre de 2008, a delegacia de Campinas procedeu a 138 fiscalizações de pessoas físicas e cobrou R$ 1,5 milhão. No mesmo período de 2009, na gestão da doutora, fiscalizou 130 e cobrou R$ 37,2 milhões. Com as pessoas jurídicas, nessa mesma delegacia, as fiscalizações passaram de 66 para 88, e a cobrança, de R$ 189 milhões para R$ 500 milhões. Essa situação repetiu-se em dezenas de delegacias.
Outro exemplo: os bancos sentem-se desobrigados de pagar PIS e Cofins sobre as transações financeiras. Num mês do ano passado, um deles desembolsou exatos R$ 2,65. A Receita foi em cima e já obteve uma sentença que condenou uma casa a pagar R$ 2 bilhões.
Aquilo que parece um problema é um pedaço da solução. O Senado é uma coisa e a Receita Federal é outra coisa.

GOSTOSA


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TOSTÃO

A regra vem antes da exceção


JORNAL DO BRASIL - 29/07/09

Dos times considerados favoritos antes do início do Brasileiro, só o Palmeiras tem atuado bem.

Após tantas vitórias, Jorginho passou de treinador para segundo auxiliar. O primeiro é Tata, que trabalha com Muricy há muitos anos.

Se Muricy tivesse feito a mudança tática no domingo, quando Jorginho escalou um terceiro volante no lugar de um atacante, diriam, no mínimo, que o técnico ganhou o jogo, que deu um nó tático em Mano Menezes.

Se saírem Diego Souza e Cleiton Xavier, o Palmeiras, com Jorginho ou Muricy, com dois ou três volantes, no esquema tático que quiser, será um time igual a tantos e pior que outros.

Diego Souza, individualmente, é o mais brilhante. Cleiton Xavier é o mais importante para o conjunto. Ele se movimenta por todo o campo, marca, passa, cruza e finaliza. Tudo com muita eficiência. Muricy terá no Palmeiras um cobrador de faltas e escanteios quase ou tão bom quanto Jorge Wagner, porém muito melhor com a bola em movimento.

O Inter, outro candidato ao título, só está no quarto lugar porque somou muitos pontos no início, quando jogava com os reservas. Os chamados craques entraram e o time piorou. E ainda perdeu Nilmar. Apesar de negarem, os dirigentes do Inter devem hoje se lamentar pela chance que tiveram e não aproveitaram para contratar Muricy.

Corinthians, São Paulo, Flamengo, Cruzeiro e Grêmio, por motivos variados, têm jogado muito menos do que podem.

O Corinthians, do futebol bonito, organizado e eficiente, não existe mais. Além disso, já está com o burro na sombra, com a vaga garantida na Libertadores, sonho de todas as equipes. Para melhorar, antes de tudo, não dá para jogar com um zagueiro na lateral esquerda.

O São Paulo começa a evoluir e a tocar mais a bola, como quer Ricardo Gomes. Hernanes e Jorge Wagner jogaram bem contra o Barueri. O time só vai crescer se os dois recuperarem a forma. Não será com Richarlyson, Eduardo Costa e Zé Luís.

O Flamengo voltou a vencer. Por ser uma pessoa serena, simples, não gritar, não ter pose nem prepotência, o interino Andrade é tratado como se não tivesse perfil de treinador. É a sociedade das aparências.

Atlético e Vitória formaram bons conjuntos e aproveitaram os momentos ruins dos mais fortes. Leão não pode mais contar vantagem de que, com ele, Diego Tardelli joga muito bem. Sob o comando de Celso Roth, ele está muito melhor.

Torço para Carpegiani, técnico do Vitória, terceiro colocado. Há muito tempo que Carpegiani não dirigia uma equipe. Ele teve grandes momentos como treinador, na seleção do Paraguai e no Flamengo, campeão do mundo.

Carpegiani é um técnico inovador, irrequieto. Como Adilson Batista, teve seus momentos de Professor Pardal. Essa fase de descobertas é importante para se tornar um ótimo profissional, desde que a pessoa aprenda bem as coisas básicas.

Para ser um craque, em qualquer atividade, além de conhecimentos técnicos e de qualidade emocionais, é preciso conhecer e fazer bem as coisas básicas, comuns e essenciais. Aprender primeiro a regra e depois a exceção.