sexta-feira, fevereiro 27, 2009

DIOGO MAINARDI

A Vichy do PT

VEJA ONLINE - PODCAST - TEXTO

26/02/09


A USP é a Vichy do petismo. É dominada pelos colaboracionistas do regime. Uma hora, os professores doutrinam os estudantes. Outra hora, eles montam a plataforma eleitoral do partido. Outra hora, assumem cargos no Palácio do Planalto.

Um nome? Maria Victória Benevides. Ela passou por tudo isso: já doutrinou os estudantes, já montou a plataforma do PT e já assumiu cargos no Palácio do Planalto. Com tantas medalhas no peito, ela pode ser considerada, com uma certa ligeirice, o marechal Pétain da USP.

Nos últimos anos, Maria Victória Benevides combateu destemidamente todos os insubordinados que procuraram resistir à supremacia de Lula: Em 2005, ela atribuiu o mensalão ao "sensacionalismo da imprensa", acrescentando que ninguém podia dar ensinamentos de ética a Lula. Em 2006, ela passou um pito nos petistas que defendiam outro caminho para a economia. Em 2007, ela ridicularizou as lamúrias de Fernando Henrique Cardoso. Em 2008, ela se reuniu com outros trinta hierarcas da academia e, depois de fazer propaganda do PAC, engajou-se com entusiasmo na candidatura presidencial de Dilma Rousseff.

Até recentemente, Maria Victória Benevides podia contar com uma poderosa arma. Isso mesmo: a "Folha de S. Paulo". Sempre que Lula ou o PT se metiam numa enrascada, lá ia ela, a colaboracionista do regime, o marechal Pétain da USP, oferecendo uma espécie de arrazoado ao jornal, publicado sob a forma de um artigo, ou de uma carta, ou de uma frase: num ritmo de dez, onze, doze vezes por ano.

Quando o arsenal de Maria Victória Benevides parecia estar se esgotando, seu lugar na "Folha de S. Paulo" era preenchido por outro colaboracionista do regime, comumente identificado como "intelectual do PT". Quem? Fábio Konder Comparato.Goffredo da Silva Telles. Dalmo Dallari. Maria Rita Kehl. Emir Sader. Renato Janine Ribeiro. Paul Singer. Antonio Candido. Uma gente caduca, uma gente tacanha, uma gente cabotina, que pretende ser eternamente recompensada por seus gestos durante o regime militar.

Agora tudo mudou. Alguns dias atrás, um editorialista da "Folha de S. Paulo", Vinicius Mota, empregou o termo "ditabranda" - em vez de ditadura - para caracterizar aquele mesmo regime militar. É um trocadilho antigo. Já foi usado por Márcio Moreira Alves. E já foi usado na própria "Folha de S. Paulo", num artigo de 2004. Desta vez, porém, Maria Victória Benevides decidiu espernear, ordenando ao jornal que se retratasse. E Fábio Konder Comparato esperneou junto com ela. A"Folha de S. Paulo" respondeu candidamente, recordando que a ira dos dois professores, "figuras públicas que até hoje não expressaram repúdio a ditaduras de esquerda, como aquela vigente em Cuba, é obviamente cínica e mentirosa".

Maria Victória Benevides cancelou sua assinatura da "Folha de S. Paulo" e disse que nunca mais aceitará se manifestar por meio do jornal. Fábio Konder Comparato acompanhou-a. Os outros colaboracionistas do regime publicaram um manifesto de apoio aos dois. Se eles cumprirem a promessa de nunca mais aparecer no jornal, todos nós sairemos ganhando. O melhor a fazer é tirar-lhes a voz, na"Folha de S. Paulo" e no resto dos jornais. Só assim Vichy cairá.

INFORME JB

Lula só fala no PAC, até na folia

 Leandro Mazzini
Jornal do Brasil - 27/02/2009
 

EMBALADO PELO SOM do PAC-tum-bum-PAC das baterias das escolas de samba que desfilaram na noite de domingo e madrugada de segunda na Sapucaí, Rio, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, assistindo do camarote do governo do estado, cantou nos ouvidos de quem se aproximava dele um único samba-enredo: o do PAC. Lula não tira da cabeça agora sua nova ambição. Construir 1 milhão de casas populares até o fim do mandato  só vai, espera-se, até o fim de 2010. "Vou construir 1 milhão de casas de qualquer jeito. Vou usar o governo federal, estados e prefeituras", confidenciava a todos o chefe da nação, ao som do batuque logo abaixo. O samba-enredo dele foi escrito. Falta tratar o ensaio com a rainha da bateria.

Cardeal 
Dom Orani João Tempesta, arcebispo de Belém do Pará, tornou-se forte candidato a substituir dom Eusébio Scheid no Rio. 

On the road
 
A senadora Roseana Sarney (PMDB-MA) curtiu o Carnaval carioca. Encarou de carro o percurso Brasília-Rio, em um dia de viagem. 

On the road 2
 
Proibida pelo médico de viajar de avião, por causa da pressão no cérebro  motivo da próxima cirurgia, no início de março  a senadora vai fazer Rio-São Paulo pela Via Dutra. 

Vaivém
 
Foi remarcado para terça-feira o julgamento do governador do Maranhão, Jackson Lago (PDT), acusado de abuso de poder na eleição de 2006. Se cassado, Roseana ocupa o cargo. Mas bem pé no chão, ela evita euforia.

Tropa (rosa) choque 
O governo da Argentina não só exterminou a Justiça Militar do país como também abriu as portas do Exército para os gays assumidos. Acabou com restrições ao homossexualismo nas Forças Armadas. 

Todos iguais
 
Na esteira das decisões hermanas, isso implica o fim da chamada "honra militar" na caserna. E mais: todos os militares agora serão julgados como civis. 

Por aqui
 
Diferentemente da Argentina, ontem, em pleno período de pós-Carnaval numa Brasília vazia, os militares rescaldados mostraram trabalho. Todos os ministros do Superior Tribunal Militar marcaram presença em sessão na sede.

Bloco da Toga 
O Tribunal Superior do Trabalho fez jus ao nome. Também teve sessão plenária ontem. Às 9h, os ministros da Subseção I Especializada em Dissídios Individuais já analisavam processos. As duas turmas do STF voltam na terça. 

Bloco da publicidade
 
O Planalto montou estrutura no prédio do Ministério das Cidades  que já comporta outros três ministérios  para a empresa que cuidará da conta dos R$ 15 milhões de publicidade para o exterior. Ficam numa sala no 6º andar. 

Cerco...
 
A superintendência do Incra no Pará terá de recadastrar em 30 dias todas as famílias assentadas no sudeste do estado, num acordo feito com o MP Federal. Enquanto isso, nada de repasses de verbas.

...à cerca 
O Termo de Ajuste de Conduta entre o Incra e o MP Federal foi assinado para evitar fraudes no sistema de liberação, controle e fiscalização de créditos. 

Praianos
 
Praticamente metade dos mi- nistros do governo está de miniférias no litoral, de Norte a Sul. 

Acorda, Justiça
 
A Corregedoria Nacional de Justiça realizou ontem audiência pública em Teresina e ouviu relatos sobre a "morosidade, abuso de poder, corrupção e tráfico de influência". 

Novela baiana
 
O senador Antonio Carlos Júnior (DEM) descartou ontem a saída do ex-governador Paulo Souto do seu partido para o PSDB. Diz que ele pode ser o candidato do DEM ao governo.

O IDIOTA E OBAMA

LULA E OBAMA

Circula pela internet uma deliciosa ficção: a suposta conversa entre o presidente dos Estados Unidos, Barak Obama, e o nosso Luiz Inácio Lula da Silva, que conversaram, é fato, por 25 minutos, conforme divulgou po Palácio do Planalto. A conversa, segundo a assessoria do presidente Lula, girou em torno de biocombustíveis e Rodada de Doha.

Como Lula não fala inglês e Obama não fala português, a coisa deve ter sido bastante complicada. Mais ou menos assim:

Obama - Hello, this is the president of the United States, Barack Obama. I would like to talk to president Lula, please.

Lula - Puta merda, fudeu. Chama aquele barbudinho que parece um periquito.

Franklin Martins - O Celso Amorim?

Lula - Acho que é, são tantos ministros, puxa sacos... Deve ser esse mesmo. Chama o periquito porque tem alguém falando ingrês no telefone, porra. Eu só falo brasileiro.

Obama - Lula, is that you?

Lula - Me Lula, sim. Posso te chamar de Barack? You, Barack? Me, Lula?

Obama - I beg your pardon?

Lula - Beque pardal? (para Franklin) Bota uma música de espera, porra, enquanto o periquito não vem. Você não seqüestrou um embaixador americano? Você não fala inglês, não, seu merda?

Franklin Martins - Não me dou com os imperialistas, mas eu mesmo posso fazer a música. Sou comunicador (coloca a boca no telefone): "caminhando e cantando e..."

Lula - Canta outra, merda, você só sabe essa. Toda vez é a mesma, isso tá ficando um porre.

Franklin Martins - Mas o senhor gosta de porre, presidente!

Obama (para assessores) - I think I hear some voices... Lula?

Franklin Martins - (cantando) "apesar de você amanhã há de ...". (alguém entra) O Celso Amorim chegou, presidente. Ufa.

Lula - Porra, seu inútil, vem logo traduzir esta merda de conversa. Já passou um tempão. Uns 10 minutos. Onde você tava, caralho?

Celso Amorim - Desculpa, presidente. É que eu nunca sei quando a tarefa é minha ou do Marco Aurélio.

Lula - Marco Aurélio... hum, é o ministro da Fazenda?

Celso Amorim - Não, da Fazenda é o Mantega. Marco Aurélio é aquele do top, top (faz o gesto). Tá lembrado, presidente?

Lula - Claro. Foi engraçado pra caralho. (começa a fazer o gesto top top). Hahaha. Se não fossem esses sanguesungas da imprensa...

Obama - My God. I have a million things to solve and they don’t answer me. Hillary, can you help me here?

Lula - Começa a traduzir aí, periquito. Pergunta se ele quer conhecer a nossa caninha 51.

Celso Amorim - Presidente, não acho que esta seria uma boa...

Lula - Pergunta, porra. Eu tô mandando.

Celso Amorim - Good morning, president Obama. President Lula would like to ask if you want to come and visit us to learn about our little sugarcane fifty one.

Obama - What?

Celso Amorim - Ele disse que adoraria.

Lula - Eu sabia! Esse negão não me engana! Pergunta quantas rodadas de caninha ele agüenta.

Celso Amorim - Rodada?

Lula - É, seu puxa saco. Vira-vira de cachaça, cada hora um. Rodada de caninha!

Celso Amorim - How many rounds of little sugarcane fifty one can you drink, Mr. President Obama?

Obama - Rounds of what? The only round I know is the Doha Round.

Celso Amorim - Ele disse que agüenta (cara de desespero)... o dobro de V. Exa.! Isso! Doha, dobro, é tudo a mesma coisa, presidente Lula.

Lula - Eu disse! Esse é o cara, mas ele não me ganha, não. (alguém abre a porta) Ô Marta Suplicy, vem aqui pra eu te apresentar o Obama!

Franklin Martins - (falando ao pé do ouvido do presidente) É a Marisa Letícia, sua esposa, presidente.

Lula - Caralho, toda hora eu faço essa confusão. Qualquer dia eu vou me sifu...

Obama (para Hillary Clinton) - Hillary, it was the craziest conversation since I was elected. Being president is harder than I thought!

Obama desliga o telefone.

Lula (para Franklin Martins) - Divulga uma nota aí,
dessas pra jornalista comprado, contando da minha
conversa com o Obama, porra. É tarde, vou dormir... 

Franklin Martins - E o que dizemos para a imprensa? 

Lula - Inventa qualquer coisa, caceta, ou deixa cada uma inventar o que quiser. O que importa, porra, é saberem que o Obama me ligou.

FERNANDO GABEIRA

O bloco da quinta-feira

Folha de S. Paulo - 27/02/2009
 

Muitos blocos saem na Quarta-Feira de Cinzas. Um deles estava preparado para 48 horas depois. Era o bloco mascarado do PMDB do Rio.
Na quinta, preparava a mudança na diretoria do fundo de pensão Real Grandeza, dos funcionários de Furnas. Houve gritaria, o bloco recuou. Mas está sempre na tocaia, pronto para o bote.
Furnas foi entregue ao PMDB do Rio. A empresa já havia sido estrela de escândalos no tempo de um diretor chamado Dimas Toledo. Dizia-se dele que controlava 33 deputados e dois governadores. Mas não resistiu ao impacto do mensalão.
Passou algum tempo e Furnas cai nas mãos de um novo dirigente talvez mais voraz que o outro. Seu objetivo não é apenas conduzir a empresa, mas também os milhões da aposentadoria dos funcionários. Por que um partido quebraria tantas lanças para ocupar um fundo de pensão?
O domínio fisiológico será sempre assim. Se há gritaria, recuam. Quando todos se distraem, atacam de novo. É a lógica que empregam no Congresso. Quando houve o movimento contra os sanguessugas, recuaram e permitiram que se aprovasse o voto aberto, em primeiro turno. A pressão foi atenuada e jamais se votou o segundo turno.
A eleição do corregedor do castelo foi outro exemplo. Ele recuou com a grita. Concederam mais transparência, divulgando notas da verba indenizatória. Esperam agora o refluxo da onda.
É uma pena o Brasil seguir assim. Não pelas lutas e denúncias, pois isso faz parte de qualquer processo, inclusive o norte-americano. Aqui, a dupla Sarney-Renan é fixada no Ministério de Energia. Nosso ministro é o Lobão. O dos EUA é um Prêmio Nobel de Física, Stephen Chu. Energia é tão importante lá como aqui. Diferente é o modo de governar. Lobão e Chu são um bom tema para meditar na Quaresma.

PAINEL

Telhado de vidro


Folha de S. Paulo - 27/02/2009
 

O grupo que dá os retoques finais no pacote habitacional a ser anunciado por Lula avisou o Palácio do Planalto: a meta de construir 1 milhão de casas até dezembro de 2010, esboçada em declarações extraoficiais, é ambiciosa demais para ser atingida. Segundo a equipe, a indústria de construção civil não tem "condições logísticas" de atingir tal ritmo.
Diante desse diagnóstico, assessores de Lula estudam duas possibilidades: a) prometer fazer as casas num período "em torno de dois anos", o que incluiria o mandato do próximo presidente; b) simplesmente não mencionar prazo quando do anúncio das medidas. O pacote ainda não tem data para ser lançado.


Afinidades 1
Na mira da CUT, que quer rachar o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, a Conlutas pediu ajuda à Força Sindical uma vez anunciadas as 4.200 demissões na Embraer. A ação na Justiça contra os cortes é o primeiro resultado da parceria Força-Conlutas. 

Afinidades 2
Para lembrar: a CUT é PT; a Conlutas, PSTU; a Força Sindical domina o PDT, partido do ministro do Trabalho, Carlos Lupi. 

Pouso forçado
Lançada no ano passado, a mais recente edição da revista em inglês da Embraer prevê expansão ininterrupta do mercado de aviões até 2027: "A Embraer acredita que a demanda por tráfego aéreo mundial vai crescer 4,9% ao ano". 

Súmula
O silêncio de ministérios e órgãos federais ligados à reforma agrária a respeito das declarações do presidente do Supremo, Gilmar Mendes, segundo quem o governo é leniente com as ilegalidades cometidas pelo MST, foi uma decisão gestada na Presidência da República. 

Tô voltando
As invasões no Pontal do Paranapanema (SP) e a morte de seguranças por sem-terra em Pernambuco levaram o presidente do Incra, Rolf Hackbart, a antecipar o retorno das férias. 

Timing
Segundo técnicos do Incra, José Rainha Jr. (MST) ouviu, pouco antes do Carnaval, que o governo de José Serra (PSDB-SP) prepara um grande pacote de regularização fundiária a ser implementado até o fim de 2010. 

De fora
O presidente do TCU, Ubiratan Aguiar, diz que discursou na abertura do encontro dos prefeitos "como convidado". O evento motivou ação da oposição no TSE.

Muralha
Um veterano de disputas na base aliada de Lula observa a dificuldade do PMDB para instalar seus prepostos na diretoria do Real Grandeza e conclui: "Nos fundos de pensão o PT não deixa ninguém mais pôr a mão". 

Linha direta
Elga Lopes, nomeada por José Sarney (PMDB-AP) para ocupar a diretoria de comunicação do Senado, com responsabilidade sobre a rádio e a TV da instituição, trabalhou nas campanhas de Roseana Sarney no Maranhão em 1998 e 2002. Mais recentemente, comandava o serviço 0800 da Casa. 

Personagem
Na esteira das novas denúncias contra o governo de Yeda Crusius (PSDB-RS), resultado de fitas que o PSOL diz ter colocado nas mãos da Justiça, um nome passou a ser repetido nos corredores da Assembleia: Walna Vilarins Menezes, braço direito da tucana. 

Caderneta
Segundo aliados da governadora, é Menezes quem controla as fichas de "A a Z" dos ocupantes de cargos públicos. Ela também fazia o elo com a representação gaúcha em Brasília, que foi chefiada por Marcelo Cavalcante, encontrado morto na semana passada em circunstâncias ainda obscuras. 

Bandejão
A Casa Civil abrirá na semana que vem os envelopes para anunciar a empresa que ganhou a licitação para fornecer gás às cozinhas do restaurante do Palácio do Planalto e das residências oficiais da Presidência. O valor fixado é de R$ 8.627, em contrato que vai até dezembro. Em seguida, será a vez do pregão para comprar cartuchos de impressora, com gasto estimado em R$ 3 milhões.

Tiroteio 

"Grana preocupado com o desemprego é novidade. Há anos que ele só se preocupa com a "logística" das campanhas do PT. " 

Do deputado federal 
VANDERLEI MACRIS (PSDB-SP) sobre Carlos Alberto Grana, presidente da Confederação dos Metalúrgicos da CUT, que apontou falta de ação do governo de José Serra para aliviar a perda de postos de trabalho em São Paulo. 

Contraponto 

Faísca e Espoleta

A base do governo na Câmara travava um embate interno em sessão para discutir mudanças na legislação das medidas provisórias. Convencido de que a discussão rumava para lugar nenhum, Miro Teixeira (PDT-RJ) protestou:
-Não vamos sair desse "conversê"...
No plenário, Ciro Gomes (PSB-CE) concordou com o colega de "bloquinho", que então emendou:
-Com uma viola na mão, você e eu podemos formar uma dupla sertaneja: Ciro e Miro!

PARA....HIHIHIHI

NA PRAIA

...era uma vez um cara que era cotoco dos braços e das pernas só tinha os toquinhos.
uma vez os amigos dele o chamaram pra ir a praia, muito feliz ele questionou os amigos:
- mais eu não tenho os braços nem as pernas como eu vou??
eles responderam:
- nóis leva você no colo!!!

e então ele foi com os amigos.
ele tava la na praia muito feliz por poder ver o mar novamente, os amigos dele falou
_avisaram que iriam até uma barraquinha comprar cerveja e ja voltavam
e ele ficou la sózinho...
e a maré foi subindo estava anoitecendo cada vez mais
ele pedia a Deus que colocasse uma pessoa ali pra leva-lo pra casa.
Depois de muita oração chega um bêbado próximo dele e o vendo ali falou: bebado
_- seu moço me leva pra casa, por favor!!!!!
o bebado pegou ele no colo e foi levando ele pro mar colocou-o gentilmente na água e disse:
- vai lá tartaruguinha, volta pra tua casa....

IDIOTAS E PALHAÇOS



ELIANE CANTANHÊDE

Além dos escândalos


Folha de S. Paulo - 27/02/2009
 

Ao longo de 2008, as 20 comissões permanentes da Câmara dos Deputados, as especiais e as CPIs ouviram 2.505 depoimentos sobre os mais variados assuntos, teoricamente, de interesse nacional. Pesquisadores, médicos, professores, economistas, empresários, policiais e líderes sindicais, de diferentes igrejas e de movimentos de mulheres, gays, negros. 
É de comissões, debates e personagens assim que surgem novas leis como as do transplante, do airbag, da CNTBio (a comissão técnica de biossegurança), de arte, de cultura, de educação, de esportes. Muito pouca gente, porém, vê, ouve, comenta ou participa desses debates, soterrados pelos escândalos. 
Dizia-se que o Congresso funcionava como uma cidade, com seus 513 deputados e 81 senadores, milhares de funcionários, centenas de jornalistas, dezenas de visitantes por dia e uma profusão de lobbies e pressões, às vezes legítimas, em outras nem tanto. A "caixa de ressonância da sociedade". Mas, na prática, o Congresso não se respeita mais nem é mais respeitado. Em vez de leis inclusivas, oferece castelos tão mais concretos quão menos declarados no IR. Bons funcionários são tragados, os "peixes" nadam de costas, e renovação política não há. São sempre os mesmos nos mesmos postos, com as mesmas promessas vazias e os mesmos interesses, que se estendem pelo Executivo. O exemplo do momento, entre tantos, é o milionário fundo de pensões de Furnas, disputado a tapa. 
Os líderes da resistência e os guerreiros das comissões têm de sair da toca e gritar, como o deputado Fernando Gabeira, agora meu colega de página às sextas-feiras. Você pode não acreditar, mas eles existem, como existem bons temas, bons debates e boas leis em gestação. O problema é que eles (e os temas, os debates e as boas leis) cada vez são menos e têm menos visibilidade. Estão perdendo a guerra. Junto com eles, perde o país, perdemos todos nós.

DORA KRAMER

Real baixeza


O Estado de S. Paulo - 27/02/2009
 
A retirada da proposta de substituição de diretores da Fundação Real Grandeza abafa, mas não resolve esse obscuro caso do fundo de pensão dos funcionários de Furnas.

Por um triz não se deflagra uma greve inusitada e potencialmente explosiva para o governo Luiz Inácio da Silva: de um lado, os sindicalistas, a base social; de outro, o fisiologismo da base política.

O presidente interferiu em cima do laço. Como sempre, ao sentir o desagradável aroma do desgaste a rondar sua excelsa pessoa.

Mas, lamentavelmente, para o objetivo de transformar o dito em não dito, Lula não agiu a tempo de evitar que o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, abrisse a O Globo o coração.

"Isso é uma bandidagem completa! Esse pessoal está revoltado porque não quer perder a boca. O que eles querem é fazer uma grande safadeza", disse ele ao jornal em defesa das mudanças na diretoria do fundo de pensão preconizadas pela direção de Furnas, empresa integrante do robusto patrimônio federal do PMDB. 

Com aqueles argumentos, o ministro pretendia esclarecer que os funcionários de Furnas estavam equivocados ao enxergar motivações político/fisiológicas na pressão "de cima" para a troca de diretores.

A mudança vinha sendo tentada desde o fim de 2007, já provocara a renúncia de seis conselheiros da fundação, mas nunca tivera maior repercussão nem merecera atenção especial do Palácio do Planalto.

Tanto que, quando os funcionários marcaram protestos e paralisações para ontem, dia da decisão sobre as alterações, Lula chamou o ministro a fim de "entender melhor a situação".

Pela decisão do presidente de suspender a reunião do conselho, Edison Lobão não conseguiu convencê-lo de que se armava "uma grande safadeza".

O próprio Lobão ao sair do encontro com Lula já falava na necessidade de cotejar razões de parte a parte para "encaminhar a solução com tranquilidade".

Mas o presidente Lula preferiu a celeridade das decisões políticas e mandou informar os funcionários sobre a retirada da proposta ontem mesmo, antes da reunião do conselho deliberativo.

Suspenderam os protestos, o ministro calou-se, mas sobraram as acusações lançadas à ação do ventilador. Continuam lá, paradas no ar.

Da parte do ministro, a afirmação peremptória sobre a urdidura de uma "bandidagem completa". Da parte da Associação dos Funcionários de Furnas, a convocação, por escrito, dos protestos contra "atos inescrupulosos que ameaçam o patrimônio da fundação em nome de interesses políticos para a campanha eleitoral de 2010".

Resumo do embate: o maior partido da coalizão governista, cogitado para compor a chapa da sucessão, é acusado de tentar tomar de assalto o fundo de pensão de Furnas para alimentar caixa 2 da campanha e, no revide, chama os controladores do fundo de safados defensores das respectivas sinecuras.

A interferência do presidente teve o poder de conter uma guerra de extermínio, mas não teve o condão de absolver autores de "atos inescrupulosos", não erradicou o foco da "bandidagem" nem fez os contendores se sentirem na obrigação de se retratar.

Ficou tudo como estava. Naquela nada santa obscuridade que até hoje deixa o respeitável, e pagante, público sem explicação sobre o que queria dizer exatamente o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, ao apontar "ineficiência" e "corrupção" na Fundação Nacional de Saúde, também sob a gerência do PMDB.

O mesmo terreno sombrio por onde transitou o partido para obter a presidência de Furnas retardando nas mãos do deputado Eduardo Cunha o relatório da CPMF na comissão especial da Câmara, em 2007.

Pântano tão caudaloso quanto o descortinado pelo senador Jarbas Vasconcelos sob os pés do partido, atolado em suas contradições e, ainda assim, silencioso, temeroso, indefensável, mas protegido, cerimoniosamente reverenciado e, portanto, devidamente autorizado.

Essa maneira de resolver problemas imediatos varrendo as coisas para debaixo do tapete a médio e longo prazos vai banalizando as denúncias e firmando a convicção de que a "maracutaia" outrora condenada agora compensa.

Carta da mesa

Em março do ano passado, o então primeiro-secretário da Câmara, Osmar Serraglio, distribuiu aos companheiros de bancada do PMDB uma carta denunciando as ações dos deputados Eduardo Cunha e Leonardo Picciani, ambos da seção do Rio de Janeiro, na Comissão de Constituição e Justiça.

Segundo o relato feito por ele, Picciani e Cunha montaram um "balcão de negócios" a partir do comando da CCJ, onde se revezavam para "manipular relatórios de projetos de interesse do governo em troca de cargos no Executivo e de posições importantes do Legislativo".

Ninguém deu bola: nem partido, nem governo, nem direção da Casa, nem o governador Sérgio Cabral Filho nem parlamentares de outros partidos - notadamente do PT - que viviam reclamando da dupla pelos cantos.

EDITORIAL

Alguém leu a Lei

O Estado de S. Paulo - 27/02/2009
 
Enfim apareceu alguém, nos Poderes da República, que reproduziu para a sociedade brasileira, de forma simples, direta - e, justamente por isso, de maneira absolutamente inédita -, o que diz a Lei sobre as invasões e ocupações realizadas pelos sem-terra e a total complacência vigente, em relação a tal ilegalidade, que culmina com a concessão de dinheiro público a organizações clandestinas e criminosas, como o Movimento dos Sem-Terra (MST). O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, afirmou claramente que é ilegal o repasse de recursos públicos para movimentos sociais que ocupam terras. "O financiamento público de movimentos que cometem ilícito é ilegal, é ilegítimo", disse o ministro, enfatizando a verdade jurídica elementar, mas tão esquecida por autoridades do País: "No Estado de Direito, todos estão submetidos à lei." 

Essas palavras do presidente da mais alta Corte de Justiça do País vieram a propósito do "Carnaval Vermelho", comandado pelo líder dissidente do MST José Rainha Junior, que durante o carnaval produziu 20 invasões, com cerca de 2 mil militantes, no Pontal do Paranapanema - o que comentamos no editorial Onde a Justiça pouco vale, publicado na edição de ontem. Nesse editorial também comentávamos, a propósito, o massacre dos quatro seguranças da Fazenda Consulta, em São Joaquim do Monte (no agreste pernambucano), cometido por quatro militantes do MST - e justificado pelo líder Jaime Amorim com o argumento de que "não mataram pessoas comuns". O brutal cinismo dessa explicação só poderia derivar da sensação de absoluta impunidade que essa organização tem desfrutado há muito tempo.

Gilmar Mendes cobrou uma participação mais efetiva do Ministério Público, tanto em relação às invasões quanto ao repasse de dinheiro público a movimentos fora da lei. E, para deixar ainda mais clara a interpretação da lei fixada pelo Supremo, lembrou que em 2001 o STF analisou a legalidade do Estatuto da Terra, que proíbe o repasse em caso de invasões. Na época, os ministros rejeitaram liminar para que partes da lei fossem derrogadas, pelo que Mendes reiterou que "o tribunal rechaçou a inconstitucionalidade". 

Depois de condenar o massacre dos quatro em Pernambuco e referir-se ao tipo de violência "que começa com características de protesto", disse o presidente do Supremo: "Eu tenho a impressão de que a sociedade tolerou excessivamente esse tipo de ação, por razões diversas, talvez um certo paternalismo, uma certa compreensão, mas isso não é compatível com a Constituição, não é compatível com o Estado de Direito." De nossa parte - e não é de hoje que nesta página tratamos do MST e assemelhados - não cremos que a sociedade brasileira tenha um espírito de tolerância paternalista em relação a esses movimentos que, sistematicamente, praticam crimes contra as pessoas e desrespeitam (ou destroem) bens privados ou públicos. O que a sociedade tem sentido é impotência no combate a tais práticas, uma vez que o Poder Público não faz cumprir a lei ou não pune os que a desrespeitam. E quando proprietários de fazendas - às vezes as mais produtivas - tentam reagir a invasões, contratando seguranças para protegê-las, pois sozinho ou só com a própria família não terá como enfrentar centenas de pessoas, logo chegam as forças policiais para impedir que "perturbem a ordem"...

Aos invadidos restam as tentativas - às vezes tão insistentes quanto inócuas - de defender suas propriedades com pedidos judiciais de reintegração de posse, que ganham, mas não levam, visto que os invasores retornam, impunemente. Até podem haver iniciativas como a da União Democrática Ruralista (UDR), que pediu judicialmente a prisão do líder sem-terra José Rainha Júnior, por seu Carnaval Vermelho - até por ser este cidadão um recordista em processos judiciais, inclusive envolvendo crime de morte, dos quais sempre consegue escapar, mesmo depois de condenado, como está, a 10 anos de prisão. Há também fazendeiros que cogitam em processar o Estado e pedir indenizações pelo prejuízo sofrido em razão da leniência do Poder Público em relação ao MST e assemelhados. Para todos os que se sentem abandonados pela Justiça a declaração do presidente da Suprema Corte é uma mensagem de alento e de esperança.

GOSTOSA


CHUPANDO A UVA

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ILIMAR FRANCO

Ponto final

Panorama Político 
O Globo - 27/02/2009
 

Em meio a uma disputa no governo sobre a abrangência da Lei da Anistia, o presidente Lula disse ontem que ela foi aprovada pelo Congresso e precisa ser respeitada. A declaração foi gravada por Jorge Oliveira, diretor de documentário sobre o operário Manoel Fiel Filho, morto pela ditadura militar. Lula encerra assim a polêmica sobre a punição de torturadores levantada por Tarso Genro (Justiça) e Paulo Vannuchi (Direitos Humanos). 

Pacote de bondades 
Relator da medida provisória que cria um fundo garantidor para empreendimentos do setor elétrico, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) vai incluir no texto autorização para que a União também seja avalista de parcerias público-privadas para a construção ou a reforma de estádios para a Copa do Mundo de 2014. A emenda foi apresentada pelo deputado Zezéu Ribeiro (PT-BA) e abrangia somente as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, mas o relator incluirá todos os estados. "Isso facilita a obtenção de financiamentos, ajuda a viabilizar as obras, ainda mais na crise. E a emenda é apenas autorizativa", disse Cunha. 

O Aécio é o Suplicy do Serra" - Arnaldo Madeira, deputado federal (PSDB-SP), sobre a insistência do mineiro em disputar prévias com o governador de São Paulo 

MUDANÇA
Mais identificado com a Zona Sul, o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) tenta mudar essa imagem, de olho em 2010, quando deve disputar para senador ou governador. No mês passado, ele foi ao Norte do estado acompanhar o trabalho da Defesa Civil no socorro aos atingidos pelas chuvas. Na Câmara, está empenhado na elaboração de uma política nacional de adaptação do país às mudanças climáticas. 

Fila 
Senadores presentes na cerimônia de assinatura das concessões das linhas de transmissão das usinas do Madeira, ontem, saíram dizendo que Edison Lobão (Minas e Energia) fez discurso de candidato a vice de Dilma Rousseff.

Instrumento 
A CGU aproveitou portaria publicada ontem no Diário Oficial para fazer propaganda do PAC. Diz o texto que o programa "se traduz em um instrumento de universalização dos benefícios econômicos e sociais para todas as regiões do Brasil". 

A queda do microcrédito 
As operações do Banco Popular, braço do Banco do Brasil, para microcrédito caíram de R$149 milhões em 2006 para R$44,6 milhões em 2008. Baseado nisso, o deputado Otávio Leite (PSDB-RJ) apresentou emenda à medida provisória que capitalizou o BNDES em mais R$100 bilhões para aumentar a oferta de crédito a grandes e médias empresas. Leite quer destinar 3% desse montante a micro e pequenas empresas. 

Princípio de incêndio 
O PMDB do Paraná aproveitou declaração feita pelo presidente Lula a um jornal local, admitindo que o senador Osmar Dias (PDT) pode ser o candidato a governador da base aliada, para precipitar conversas com o PSDB, com vistas a 2010. A ideia é lançar o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), para o governo do estado e o governador Roberto Requião (PMDB) para o Senado.
O ministro Paulo Bernardo (Planejamento) está tentando apagar o incêndio. 

O PRESIDENTE Lula, com Dilma Rousseff a tiracolo, irá à Fiesp segunda-feira, em evento de comércio exterior, com o primeiro-ministro da Holanda, Jan Peter Balkenende. 

ATENDENDO a pedidos, o presidente Lula vai abrir sua agenda, a partir da segunda semana de março, para receber os partidos da base aliada. 

O SENADOR Eduardo Suplicy (PT-SP) lia ontem, na tribuna, carta de Cesare Battisti, até ser interrompido por Mão Santa (PMDB-PI), que presidia a sessão. Suplicy pediu mais 20 minutos. "Vai demorar o tempo do julgamento de Nuremberg", suspirou Mão Santa.

CLÓVIS ROSSI

Maçanetas e dignidade

Folha de São Paulo - 27/02/09

SÃO PAULO - Volto a uma história contada pelo velho sábio que habitava esta Folha. Uma vez, ele perguntou a um governador biônico, seu amigo, porque gostava tanto de ser governador.
Resposta: "Ah, meu caro, você não sabe como é bom passar quatro anos sem precisar nem sequer pôr a mão na maçaneta da porta" (não havia reeleição naquela época; imagine a delícia agora que o cidadão passa oito anos tendo sempre um "aspone" para cuidar da delicada tarefa de abrir portas).
Na verdade, não são apenas governadores (ou prefeitos ou presidentes) que gozam das benesses de ter casa, comida e roupa lavada enquanto exercem o cargo. Deputados e senadores também, embora em menor escala. É natural, por isso, que políticos em geral tenham uma ideia apenas virtual de como é abrir uma porta, para não mencionar verdadeiras dificuldades.
Essa distância só é quebrada, infelizmente, em caso de tragédia, como a que acaba de ocorrer com David Cameron, líder do Partido Conservador britânico, que, se a eleição fosse hoje, seria o substituto de Gordon Brown como primeiro-ministro, dizem as pesquisas. Cameron perdeu o filho Ivan, de seis anos, vítima de um tipo raro de epilepsia. Humanizou-se em consequência, tanto no trato que lhe dedicou a mídia local como o mundo político.
A questão é saber se a humanização irá adiante ou, como escreve o jornal "The Times", se "seu partido, informado pela experiência do que é depender tão pesadamente do Serviço Nacional de Saúde [público], mudará a Grã-Bretanha?".
Posto de outra forma: os políticos, de direita ou de esquerda, entenderão que a grande maioria da população, no Reino Unido como no Brasil, é obrigada a pôr a mão na maçaneta da saúde pública e que, por isso, ela deveria abrir a porta para a dignidade?

JÂNIO DE FREITAS

A bandidagem

Folha de São Paulo - 27/02/09


AO MENOS por ora, Lula sustou um escândalo explosivo que teria como palco o grande cofre do fundo de pensão Real Grandeza, mas ficou só no passo inicial. Com isso, o comprometimento indireto do seu governo e dele próprio com as causas do escândalo, por nomeações "políticas" que têm fins além da política, torna-se direto, claro e acima dos demais. A menos que não se limite a desautorizar o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e o afaste por ser o operador confesso, no governo, da entrega dos R$ 6,5 bilhões do fundo à manipulação de um grupo do PMDB, digamos por delicadeza, fisiológico.
O ponto de partida para a compreensão básica do episódio é o conhecimento de que os grandes fundos de pensão, como o Real Grandeza dos funcionários e pensionistas de Furnas Centrais Elétricas, rendem fortunas aos grupos que os dirijam sem escrúpulos. Há bancos e corretoras sempre prontos a grandes recompensas aos que lhes destinem boas fatias dos bilhões de um fundo, na movimentação diária que faz em aplicações de Bolsa e participações acionárias.
Nomeado presidente de Furnas por indicação do PMDB, para substituir dirigentes do Real Grandeza por também indicados do PMDB, o ex-prefeito carioca Luiz Paulo Conde foi derrotado em duas tentativas (2007 e 2008) de substituí-los. Venceu-o o movimento de resistência dos funcionários da estatal. Conde poderia ter encerrado com mais compostura a sua vida pública, afastado dela e da presidência de Furnas pela força de um câncer. Por indicação do mesmo PMDB e com o mesmo objetivo, substituiu-o Carlos Nadalutti Filho, que montou a operação a ser afinal consumada ontem, em reunião do conselho deliberativo de Furnas. Mas suspensa por Lula, já à última hora, sob intenso movimento público de resistência dos filiados ao Real Grandeza e forte noticiário de parte da imprensa.
Antes, porém, Carlos Nadalutti Filho até prestara um serviço como presidente de Furnas. Com o chão esquentando sob seus pés nos últimos dias, não fez cerimônia para afirmar que tudo, o que incluía substituições aberrantes no conselho deliberativo para a reunião, era feito "por orientação do ministro Edison Lobão". Mais explícito, impossível.
Pouco antes da intervenção de Lula, que lhe coube divulgar e justificar, Lobão tratou de lançar acusações aos dirigentes do Real Grandeza que esperava ver logo afastados, declarações que se prestavam a confundir e aplacar as prováveis reações da imprensa. Atribuiu-lhes uma alteração de estatuto para permanecerem na direção, quererem fazer "uma grande safadeza" e constituírem "uma completa bandidagem". Não seria o caso, em se tratando de sua área, de pôr-lhe a palavra em dúvida.
Mas a modificação de estatuto não foi feita sob a diretoria atual, foi da antecessora. Apesar da crise, como Elvira Lobato mostrou na Folha, em 2008 o Real Grandeza obteve lucro, quando a média do setor foi de 0,7% negativo. As contas deixadas pela diretoria anterior registravam perdas enormes, e foram recompostas.
Lula tergiversou por dois meses e afinal cedeu à nomeação absurda do arquiteto Luiz Paulo Conde; cedeu à nomeação de Carlos Nadalutti Filho, e não opôs iniciativa alguma contra as duas tentativas anteriores de golpe no Real Grandeza. Em último caso diante das circunstâncias, agora tomou a meia medida de sustar a substituição. Para assumir a responsabilidade presidencial, e afastar o ministro comprometido com uma articulação que o próprio presidente precisou sustar, Lula teria que contrariar a banda ultrafisiológica do PMDB. A qual integra a "base governista", ou seja, é sua aliada e companheira. Não faz o seu gênero, apesar da bandidagem.

O IDIOTA E A CRISE


SEXTA NOS JORNAIS

Globo: Obama leva déficit a US$ 1,7 tri e pede mais verba para guerras

 

Folha: Obama amplia déficit e prioriza social

 

Estadão: EUA projetam déficit de US$1,75 tri

 

JB: Cortes nos EUA beneficiam Brasil

 

Correio: Hora de regularizar

 

Valor: Concessões de energia serão renovadas com tarifa menor

 

Gazeta Mercantil: Dresdner é vendido ao fundador do Garantia

 

Estado de Minas: Pacote anticrise chega a US$ 15 tri