quinta-feira, fevereiro 05, 2009

GOSTOSA


COMIDA JAPONESA

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PARA....HIHIHIHI

Alfredo e Juvenal

Alfredo e Juvenal eram amigos de infância. Alfredo se casou com uma loira gostosíssima e Juvenal foi o padrinho. Mesmo assim, ela vivia dando a maior bola pro Juvenal. Numa sexta-feira, ele estava no trabalho e recebeu um telefonema decisivo dela:
- Meu tesão… o Alfredo viajou e estou aqui em casa, nua na beira da piscina… Me sinto tão só, tão carente… Porque você não vem pra cá? Podemos fazer sexo ao ar livre… Livres!
Lealdade tem limites! E Juvenal resolveu aceitar o convite. Chegando na casa do amigo, encontrou a porta aberta e foi entrando.
Andou pela casa inteira e não encontrou ninguém. Ao chegar na suíte, ouviu o ruído da água do chuveiro. Juvenal tirou a roupa e deitou-se na cama do casal. Alguns minutos depois, o banheiro se abre e quem aparece é o Alfredo, que perdera o avião e a viagem.
- Juvenal! O que é que você está fazendo aí? Peladão! Deitado na minha cama?!
Juvenal, sem perder o rebolado, fala:
- Pois é, rapaz… Sexta-feira. Eu lá no escritório, um sol de rachar, nada pra fazer, olhei pro relógio, duas e quinze da tarde! Aí pensei:
- Quer saber de uma coisa?… Vou dar o cu pro Alfredo!

INFORME JB

De FH para Sarney: "Tem coragem, hein?"


Jornal do Brasil - 05/02/2009
 

NUNCA SE SABE o que se passa na cabeça de dois ex-presidentes quando falam de poder ­ assunto tão intrínseco no cotidiano que vira papo de compadre. Aconteceu que, na terça-feira, Fernando Henrique Cardoso telefonou para José Sarney, presidente eleito do Senado. Foi para cumprimentá-lo. FHC, 77 anos, começou a conversa com ironia: "Você tem muita coragem, hein, aos 78 anos!...". No que Sarney foi emblemático e curto: "Pois é, né?". O cavalheirismo durou quase uma hora. Não eram só ex-inquilinos do Planalto, e sim o PSDB e o PMDB ao telefone. Depreende-se do episódio: uma ligação vinda da São Paulo do governador José Serra, adversário figadal do senador, pode não soar compreensível a ponto de parecer cordialidade política  embora a amizade entre FHC e Sarney esteja acima de rivalidades partidárias.

Coveiros 
A tremenda trapalhada dos se- nadores ontem, quando enterraram o deputado federal Adão Pretto (PT-RS), que até o fechamento da coluna estava vivo, embora em estado grave, começou na Assembleia do Rio Grande do Sul. 

Coveiros 2
 
Dezenas foram ao microfone chorar por Pretto. A história chegou a Paulo Paim (PT-RS), em Brasília, que continuou o estrago. 

Camiseiro
 
O ministro Geddel Vieira Li- ma, pré-candidato ao governo da Bahia, não precisa de marqueteiro. Mandou fazer centenas de camisas com a inscrição "Geddel, em você a gente tem fé". Foram usadas na procissão da lavagem da escadaria da Igreja do Bonfim. 

Festa antecipada
 
Na procissão, dia 15 passado, a ala de Geddel tinha balões do PMDB e bandinha. Ainda ontem as camisas faziam sucesso. 

O título...
 
A Comunidade Evangélica Luterana de São Paulo, que mantém a Universidade Luterana do Brasil, reconquistou ontem o certificado de entidade beneficente de assistência social. 

... e o cofre
 
É só um exemplo para se ter uma idéia de quão grande é a briga em prol da MP das Filantrópicas: com a isenção de impostos, a entidade não deve mais à Receita cerca de R$ 2 bilhões. 

Respeitável público
 
Sábado passado, no Teatro Ri- val, Alcione, durante seu show, apresentou uma música como "a cara do Rio" e disse que está confiante no prefeito e na secretária de Cultura. Foi um silêncio geral. 

Ninho em chamas 
O deputado Carlos Diaz (PSDB-RS), coitado, discursou e chorou ontem na recondução de José Aníbal (SP) como líder da bancada na Câmara, destacando a união da legenda. 

Dia da bicada 
Em vão. À tarde, o ex-líder Pannunzio (SP) liderou a revolta. Declarou-se líder de 20 deputados tucanos opositores de Aníbal. 

Bolsa no canteiro 
O ministro do Desenvolvi- mento Social, Patrus Ananias, assina com a Odebrecht cooperação técnica para treinamento de beneficiários do Bolsa Família. A turma vai para o canteiro de obras. 

Ajuda federal 
O governador da Paraíba, Cás- sio Cunha, foi ao ministro Tarso Genro pedir que a PF entre no caso da execução do advogado Manoel Bezerra, vice-presidente do PT de Pernambuco. Ele foi assassinado no interior paraibano. 

Cadê meu peixe? 
Está uma fera o deputado Flávio Bezerra (PMDB-CE). O governo federal antecipou em um mês  de janeiro para dezembro de 2008  o período de defeso contra a pesca de lagosta. Segundo Bezerra, só no Ceará 30 mil pescadores passaram o fim de ano sem lucro. 

Prato vazio 
As exportadoras de lagosta acumulam prejuízos e podem demitir, diz o parlamentar, principalmente no Norte do Rio, tradicional ponto da pesca. 

No ar 
Quem acompanhou a troca de superintendentes da Infraero espera agora que o PMDB abocanhe seu naco. Só se aguardava a decisão da eleição no Congresso. 
Acer vo CPDoc JB

MÓNICA BÉRGAMO

Multinacional


Folha de S. Paulo - 05/02/2009
 

O governo do Peru pretende vender 30% de sua estatal do petróleo, a Petroperu, à Petrobras. As conversas com o governo brasileiro já começaram.

VAI DE BIKE
Entre as medidas em estudo no governo para diminuir o impacto da crise na produção e no emprego estão a permissão de saque de parcela do FGTS para aquisição de geladeiras, televisores e fogões novos, além de imóveis, sem as atuais restrições existentes; a redução do IPI incidente nas aquisições de bicicletas; e a renovação da frota de ônibus pelas prefeituras, com recursos do BNDES.

NÓ 
Está na mesa também a ideia de negociar com os Estados a eliminação do ICMS e a redução do IPVA na compra de carros usados. A proposta necessitaria de ampla negociação, já que prefeitos também perderiam receita vinda de repasses do ICMS.


O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT-SP), por exemplo, já sinalizou que aceita discutir a ideia.

ATÉ TU? 
E até ampliação de prédio e reforma de apartamento na Câmara dos Deputados pode sobrar para o BNDES. O deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), eleito para a 4ª secretaria da Casa, diz que vai procurar o banco para que ele financie as obras, em especial a construção de mais um prédio anexo ao do parlamento.

TABUADA 1 
O governo ficou perplexo diante da afirmação do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, de que o Brasil teve déficit de US$ 19 bilhões só no comércio de manufaturados com a China em 2008, podendo chegar a US$ 25 bi neste ano. O déficit total, na verdade, foi de US$ 3 bilhões no ano passado -o Brasil exportou US$ 15 bilhões e importou US$ 18 bilhões daquele país.

TABUADA 2 
O governo descarta, por enquanto, qualquer medida para conter as exportações chinesas para o Brasil. Isso porque os números oficiais coletados até janeiro também contradizem as afirmações de empresários de que a China, por causa da queda na demanda dos mercados americano e europeu, estaria deslocando suas vendas para o Brasil. Na verdade, as exportações da China para o Brasil caíram 8%, de US$ 1,5 bilhão em janeiro de 2008 para US$ 1,3 bilhão em janeiro deste ano. Já as exportações brasileiras para aquele país subiram 18%, de US$ 654 milhões em janeiro de 2008 para US$ 738 milhões neste ano.

COMBO
Moda que pegou na favela de Paraisópolis é a TV a gato paga. Os "assinantes" dão R$ 30 por mês pelo pacote mais completo da NET ao autor da gambiarra, que passa de casa em casa recolhendo o valor.

ATENÇÃO, VIPS
O host Rick Levy, que desde a abertura da balada Funhouse, há seis anos, coloca VIPs para dentro, está de saída. Avisa aos "very important" que terão que pegar fila. Pelo menos até a nova hostess, Dani Buarque, decorar quem é quem.

TOALHA
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) está desanimado com a própria candidatura a diretor-geral da Unesco. Além de perceber que o Itamaraty resiste a seu nome, ele acha que a eleição de José Sarney (PMDB-AP) à presidência do Senado é mais uma pedra em seu caminho. Cristovam trabalhou contra o senador.

VAPOR
Ao encontrar Cristovam no plenário, depois de eleito, Sarney falou: "Viu? O velhinho aqui está vivo!". Cristovam respondeu que o ex-presidente ainda é jovem. "O senhor tem idade para ser filho do Oscar Niemeyer, que ainda atua a pleno vapor." Sarney tem 78 anos; Niemeyer, 101.

COMO UMA ONDA
Depois de sobreviver às investigações do delegado Protógenes Queiroz, o empresário Guilherme Sodré, o Guiga, que trabalha com o banqueiro Daniel Dantas, teve que encarar o ataque de "Negão Legal", um pitbull que o mordeu numa praia em Salvador.
 

O cão era de um argentino que passava férias na cidade.

GOSTOSA


COMIDA CHINESA

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PAINEL

Palavras ao vento


Folha de S. Paulo - 05/02/2009
 

Passou despercebida a real magnitude da primeira promessa feita por Michel Temer (PMDB-SP) ao assumir a presidência da Câmara dos Deputados: a de regulamentar em seus dois anos de mandato todos os pontos pendentes da Constituição de 1988.
Em 20 anos, 209 dispositivos constitucionais foram regulamentados pelo Congresso, ou seja, tiveram suas leis específicas aprovadas. Isso dá uma média de menos de 11 ao ano. O problema é que faltam ainda 142, o que significa que para cumprir a promessa Temer terá que aprovar as pendências constitucionais em um ritmo quase seis vezes maior do que o atual. E para 80 desses dispositivos, nem projeto de lei existe ainda.

Lacuna
A falta de regulamentação faz com que leis anteriores, muitas do regime militar, permaneçam em vigor. Entre as "pendências" da Constituição estão matérias polêmicas, como a greve no serviço público e as dispensas imotivadas. "Cada uma demoraria meses para ser votada", diz o deputado Flavio Dino (PC do B-MA), ex-presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil. 

Herança
Novo corregedor da Câmara, Edmar Moreira (DEM-MG) passou o dia de ontem se lamentando das críticas recebidas por defender a cassação de deputados apenas na Justiça. Numa rodinha, indicou que não disputará novo mandato, abrindo vaga para seu filho Leonardo Moreira, deputado estadual. 

Tranca
A reclamação que José Sarney (PMDB-AP) fez ontem a Lula sobre o excesso de medidas provisórias tem respaldo nos números: a nova legislatura já tem 14 MPs tramitando, segundo dados da Casa Civil. Desde outubro, somente duas foram aprovadas. 

Casa & decoração
Enquanto Sarney anuncia cortes de R$ 51,1 milhões nos gastos do Senado, a Casa recolheu propostas para duas vistosas licitações: a compra de 3.500 luminárias, com valor estimado de R$ 708 mil, e a troca de espelhos e vidros nos apartamentos dos senadores, com valor previsto de R$ 234 mil. 

Congelou
As licitações, entretanto, foram suspensas ontem pelo recém-empossado primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), que vai analisar caso a caso. 

Me bate
Lula brincou com fotógrafos que registravam ontem sua reunião com Temer: "Se vocês falarem mal de mim, eu subo nas pesquisas".

Espeto
A comitiva de parlamentares que viajou ontem ao Rio Grande do Sul na companhia do ministro José Múcio (Relações Institucionais) almoçou em uma churrascaria. A conta sobrou para o recém-eleito Temer: R$ 1.156. 

Ordenha 1
Vem por aí aumento no preço do leite e derivados. A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgou a primeira pesquisa oficial sobre o custo de produção do litro de leite: ficou entre R$ 0,53 e R$ 0,60. Com isso, o Ministério da Agricultura deve elevar o preço mínimo fixado para a venda do produto, hoje em R$ 0,47 o litro, com possível repercussão no preço final ao consumidor. 

Ordenha 2
O aumento só deve vigorar depois de março, mas sairá agora portaria interministerial que, na prática, eleva provisoriamente o preço mínimo do litro de leite de R$ 0,47 para R$ 0,55. 

Editada
Antes do balanço do PAC, Dilma Rousseff (Casa Civil) passou por sessão de treinamento com o colega Franklin Martins (Comunicação Social). O resultado foi uma apresentação de 45 minutos, metade do tempo gasto no balanço anterior. 

Integrado
Não por acaso, Carlos Minc (Meio Ambiente) foi ao evento. O governo quer mostrar que as licenças ambientais não serão um problema para as grandes obras. 

Tiroteio 

"
 É natural que o governador visite os presidentes da Câmara e do Senado, mas o Aécio é inteligente o bastante para saber que isso não tem relevância nenhuma na sucessão de 2010.
De 
ALOYSIO NUNES FERREIRA , secretário da Casa Civil de José Serra (SP), sobre a intenção de Aécio Neves (MG) de visitar o Congresso. Aécio disputa com Serra a candidatura tucana à Presidência, em 2010.

Contraponto

Camarim

Após a plástica a que se submeteu nas férias e já incorporada ao papel de preferida de Lula para sucedê-lo em 2010, Dilma Rousseff (Casa Civil) tem passado por sessões de maquiagem, pela manhã. Uma das dicas que recebeu foi a de que deveria usar batom de coloração suave, e não o vermelho com o qual estava acostumada.
Dia desses, para surpresa dos que a auxiliam nessa tarefa, a ministra apareceu na TV de batom... vermelho. Um assessor explicou que, quando recebeu o conselho, ela não falou nada. Mas, depois que acabou a sessão, colocou novamente o batom vermelho na bolsa:
-Essa maquiadora já está querendo mandar demais!

ELIANE CANTANHÊDE

Com 84% se faz uma ponte


Folha de S. Paulo - 05/02/2009
 

O PMDB tucano elegeu Michel Temer presidente da Câmara. O PMDB lulista manteve a presidência do Senado com José Sarney. E a ponte entre esses dois PMDBs para 2010 está sendo construída pelas pesquisas: na CNT/ Sensus, 72% de aprovação ao governo e 84% ao próprio Lula.
A crise é grave, a indústria vai ladeira abaixo, o desemprego é uma ameaça real, mas Lula não apenas continua firme e forte como está com a popularidade em alta. Se continuar assim, isso fará toda a diferença na hora do "vamos ver", quando o maior partido do país em votos, em governos, em prefeituras e em tempo na TV tiver de decidir para que lado vai: com José Serra, hoje o preferido das pesquisas; Dilma Rousseff, em ascensão; ou Aécio Neves, a zebra.
Em tese, há duas possibilidades: o PMDB rachado, como em 1989, 1994, 1998, 2002 e 2006, ou unido em torno de Dilma ou de quem quer que Lula indique para a sua sucessão. Uma terceira opção, de união em torno de Serra ou de um outro tucano, parece fora do horizonte.
Por quê? Porque, se os pemedebistas nunca se uniram em torno de FHC em dois governos e oito anos, dificilmente o fariam agora em torno de Serra. Só Lula conseguiu o milagre da união. Se mantiver 80% de popularidade, tem boas chances de manter o milagre.
Serra terá muito mais dificuldade para trabalhar o PMDB e, na melhor das hipóteses, pode ficar com apenas uma parte dele. Já Lula tem chances de atrair o partido inteiro.
Tem a caneta, uma máquina de divulgação poderosa e em expansão e botou todos os pemedebistas tucanos no bolso -ou sob suas asas, para evitar más interpretações. Jobim e Geddel são ministros, Cabral e Hartung são governadores, Eduardo Paes é prefeito e, agora, Temer é presidente da Câmara com decisivo apoio da base aliada ao Planalto. Jarbas Vasconcelos está falando sozinho. E certamente praguejando contra as pesquisas.

DANIEL PEREIRA

Programa de Aceleração da Candidata


Correio Braziliense - 05/02/2009
 
Anúncio de reforço no PAC sinaliza o ínicio da campanha de Dilma à Presidência da República

arlos Moura/CB/D.A Press
Dilma, a “mãe do PAC”, deve ser a candidata do governo ao Planalto
 
A apresentação do balanço oficial de dois anos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) — marcada pelo anúncio de R$ 502 bilhões em investimentos na área de infraestrutura a partir de 2011, 165% a mais do que o previsto inicialmente —serviu de palanque para a provável candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência da República. Seguindo roteiro traçado no Palácio do Planalto, Dilma e os ministros Paulo Bernardo (Planejamento) e Guido Mantega (Fazenda) reforçaram ontem dois discursos que pretendem usar na disputa eleitoral em 2010. 

Um deles diz que o governo atual aumenta os investimentos e a defesa do emprego em momentos de crise, ao contrário das gestões anteriores, que seguiram o receituário imposto pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e optaram por corte de gastos nos momentos de forte desaceleração econômica. Segundo um dos ministros mais influentes do governo, a ideia é reforçar essa diferença e levar os brasileiros a escolher entre os dois caminhos nas próximas eleições. O Planalto está certo de que haverá opção pelo modelo petista. O otimismo se sustenta nos níveis recordes de aprovação popular do governo e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

“O governo não está parado e inerte diante da crise como ficava antes. Toda a estrutura do país estava montada para não ter obra. O negócio era não gastar”, declarou Dilma. “Se não tivéssemos lançado o PAC, teríamos de inventá-lo agora. Já estávamos fazendo política anticíclica há dois anos”, reforçou Mantega. 

Nome ideal 
Ao insistir na comparação com a gestão tucana, Lula e os ministros reforçarão que a verba adicional só sairá do papel caso o país siga o rumo atual. Além disso, dirão que a pessoa mais qualificada para executar os investimentos adicionais é justamente Dilma, por ser a “mãe do PAC”. Esse segundo discurso foi entoado ontem duas vezes. Um deles foi feito pelo próprio Lula. 

“Ela é a pessoa mais qualificada hoje para governar o Brasil. Ela coordena os principais programas de desenvolvimento e conhece muito bem o Brasil. É uma gerente extraordinária”, declarou o presidente em entrevista à BBC. O discurso se repetiu no Planalto. 

Desde o ano passado, o governo discutia a inclusão de novos projetos no PAC. A negociação ganhou velocidade a partir de outubro, quando a crise econômica atingiu em cheio o país. Diante da retração da produção e da possibilidade de uma onda de desemprego, que poderia minar a popularidade de Lula, o Planalto decidiu reforçar os investimentos em infraestrutura e na área social. Parte dos R$ 37,2 bilhões em recursos orçamentários bloqueados provisoriamente até março, por exemplo, serão remanejados para ministérios que atuam nessas duas áreas. “Estamos certos de que vamos ajudar a empurrar a economia para níveis próximos dos citados por Mantega”, declarou Bernardo, referindo-se à meta de expansão de 4% do PIB neste ano. 

Em reunião ministerial na última segunda-feira, Lula cobrou dos auxiliares que invistam mais e mais rápido. Defendeu trabalho em três turnos, se possível, a fim de ampliar a oferta de emprego. “O PAC também é uma obra coletiva”, disse Dilma ontem, num misto de agradecimento e cobrança aos colegas. “E, por isso, se tornou possível num país que passou os últimos 25 anos sem investir”, arrematou.


Cotoveladas de Dilma

Depois de ser escolhida por Lula para disputar a sucessão presidencial, a ministra Dilma Rousseff adequou o visual ao perfil de candidata. Abandonou os óculos de grau, emagreceu e até plástica facial fez. Deu uma “arrumada” na forma, como disse o ministro José Múcio Monteiro. O balanço de dois anos do PAC deixou claro, no entanto, que não houve mudanças visíveis de comportamento. 

Ontem, quem entrou em campo foi a “gerentona da máquina”, que tanto respeito — e temor — provoca nos colegas de governo. O resultado foi uma sucessão de cotoveladas. A mais forte atingiu uma repórter da rede de televisão italiana RAI. Ela quis saber a opinião de Dilma sobre a decisão do governo brasileiro de não extraditar o suposto terrorista Cesare Battisti. “Eu agradeço sua pergunta, mas não vou respondê-la. Isso é um balanço do PAC”, replicou a ministra com contundência. Diante do mal-estar, o ministro de Comunicação Social, Franklin Martins, convenceu Dilma a manifestar sua opinião depois de encerradas as perguntas sobre o PAC. 

Já no início do balanço, Dilma mostrou a mão que assombra a Esplanada. Voz firme, cobrou celeridade dos técnicos na apresentação de fotos. “Por favor, rápido. Por favor, rápido. Quem está passando? Você quer passar rápido, por favor”, disse, referindo-se a slides sobre rodovias. A ordem foi repetida quando eram citadas obras em ferrovias. Nesse caso, a ministra tentou se explicar: “Eu quero dar mais espaço para perguntas”. Foi no bate-papo com os jornalistas que o ministro Paulo Bernardo confirmou a fama de durona da chefe da Casa Civil. Ele ressalou que só detalharia uma explicação dada por Dilma porque ouvira uma determinação dela nesse sentido. “Talvez não fosse necessário, mas ela me cobrou”, lamentou, resignado. Segundo pesquisa CNT/Sensus divulgada na terça-feira, Dilma tem 13,5% das intenções de voto para presidente, contra 42,8% do governador de São Paulo, José Serra (PSDB). Em relação ao levantamento anterior, ela cresceu três pontos percentuais e ele caiu quatro.

MÍRIAM LEITÃO

Os ilusionistas

Panorama Econômico 
O Globo - 05/02/2009
 

Se o PAC fosse o que dizem o que o PAC é, o país não estaria neste ambiente recessivo. Simples como isso. Se houvesse investimentos criando uma demanda da ordem de R$646 bilhões em dois anos, não haveria desaceleração. Se apenas 2% das obras estivessem atrasadas, o país estaria andando. O governo está fazendo propaganda extemporânea e usando o Exército em frentes de obra. 

O truque para o gordo número que o governo apresentou foi somar intenções de investimentos privados, que podem nem ser feitos, planos de estatais engordados por razões políticas, com investimento público que pode ou não ser feito. Depois, colocar tudo num mesmo embrulho e mostrar como obra do governo. Tudo é PAC, até o que é feito pelos estados com dinheiro dos estados. A entrevista de ontem foi para escalar o número, levando-o dos iniciais R$503 bilhões para R$646 bilhões os recursos do programa até 2010. 

Tirando toda a fumaça, o governo, nos últimos dois anos, se comprometeu a investir no PAC, com recursos do Orçamento, segundo o balanço do site Contas Abertas, R$35 bilhões; executou despesas de R$22 bilhões; pagou no exercício efetivo apenas R$8,5 bilhões. Se somar o que pagou do que ficou pendurado de anos anteriores, no chamado "restos a pagar", foram R$18,7 bilhões. 

O setor público no Brasil investe pouco historicamente. Veja na tabela preparada pelo economista Fábio Giambiagi, com dados do Tesouro Nacional, que o investimento tem se mantido um pouco abaixo ou um pouco acima de 1% do PIB ao ano. O fundo do poço dessa série foi em 2003, quando chegou a 0,5%. 
Uma reunião de prestação de contas seria bem-vinda. Se fosse de fato uma prestação de contas com transparência, mostrando onde está havendo problemas, que tipo de problemas e como devem ser removidos. Mas foi mais uma cena fantasiosa de apresentação de um número inflado para que, ao fim, se desse o recado eleitoreiro. "O governo quer um candidato que queira a continuidade do PAC." Isso é propaganda fora de hora e no mesmo tom do que foi feito pelo governo durante a campanha municipal: vinculando-se projetos desejados pela população com o voto em determinado candidato. 

Vários projetos do PAC estão sendo tocados pelo Exército, como a transposição do Rio São Francisco e as obras na BR-101 e na BR-319. O Exército é usado como empresa de obras, e para criar fato consumado e, assim, dissuadir os opositores do projeto. Em outros casos, a incapacidade gerencial é escondida pela acusação de que "o meio ambiente" é que impede a obra. 

Em vários países, as obras para retomada do nível de atividade estão sendo usadas como parte do projeto de transição para uma economia de baixo carbono. Os projetos do PAC, com dinheiro público, licenciados ou patrocinados pelo Estado, são feitos como se a questão ambiental e climática fosse uma abstração. A variável não é levada em conta, apesar de ser tratada com cada vez mais seriedade no mundo inteiro. Esse descuido explica o fato de o governo prever no seu plano decenal energético 67 termelétricas. É também pelo mesmo descuido com o futuro climático que o governo trata com tanto descaso as propostas alternativas para a BR-319, estrada que liga Manaus a Porto Velho. A obra, se for concluída, levará o desmatamento para o coração do estado mais preservado do país: o Amazonas. O governo faz projetos que criam enormes riscos ambientais e depois culpa o "meio ambiente" de impedir a aceleração do crescimento. Não é segredo para ninguém que a BR-319 é a alavanca na qual o ministro Alfredo Nascimento espera se projetar na candidatura ao governo do estado. 

O PAC não tem o tamanho que dizem, a maior parte do número é fumaça. E no que tem de verdadeiro ele é, em muitos casos, uma ameaça, por ser planejado e executado com uma visão retrógrada. 

Parte do espetáculo do crescimento do PAC anunciado ontem é o inflado plano de investimento da Petrobras. O preço do petróleo despencou, a demanda caiu, as empresas estão descapitalizadas, a Petrobras tem que pegar dinheiro na Caixa Econômica e no BNDES para se financiar, e diz que vai aumentar seu plano de investimento. Não vai por falta de dinheiro, mas o número fabricado serve ao propósito de apresentar outro número, o do PAC, bem gordo que justifique a frase: "O candidato de 2010 terá que apoiar o PAC."

ILIMAR FRANCO

Vem aí o janelão

Panorama Político 
O Globo - 05/02/2009
 

Está em curso na Câmara nova articulação para criar uma janela para o troca-troca partidário. Silvio Costa (PMN-PE) coleta assinaturas para votar com urgência projeto que permitiria que 9 deputados criem um novo partido sem ter de atender às exigências legais. A única condição que o novo partido teria de cumprir é a de que seus fundadores, juntos, tenham feito 0,5% dos votos válidos, cerca de 460 mil votos, nas eleições de 2006. 

Um novo jeitinho para o troca-troca 

A proposta não muda a Constituição, ela altera a legislação ordinária e para ser aprovada precisa de maioria simples. O novo partido teria 24 meses para regularizar sua situação, mas desde sua criação poderia disputar eleições. A resolução do TSE que estabeleceu a fidelidade partidária permite a troca de partido, sem perda do mandato, no caso de criação de partido. Miro Teixeira (PDT-RJ) elogia a iniciativa de Costa: "Esse projeto acaba com essa coleira que está no pescoço de deputados, senadores, prefeitos e governadores que divergem da direção de seus partidos". Hoje 70 deputados querem mudar de partido. 

É uma atitude chavista. Há uma ditadura da maioria que não aceita regras" - Arnaldo Madeira, deputado federal (PSDB-SP), sobre a reeleição de José Anibal (SP) para a liderança do partido.

Ciumeira 

Os parlamentares governistas do Rio estão irritados. O prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias, esteve nessa semana em quatro ministérios com 27 prefeitos de vários partidos. Alegam que os ministros não os recebem, mas abrem as portas para o petista. 

Uma governista na presidência do PMDB 

O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), vai se licenciar da presidência do partido no dia 8 de março, Dia da Mulher, passando o comando para a deputada Íris de Araújo (GO). Apesar da pressão do deputado Eunício Oliveira (CE), a intenção é deixá-la no cargo até março de 2010. Os governistas não farão uma convenção antes disso. Não querem armar um palanque para os dissidentes, como Orestes Quércia e Jarbas Vasconcelos. 

O PT do Senado e o presidente Lula 

Desde que se vislumbrou que um petista não presidiria o Senado, que o partido está de olho na liderança do governo naquela Casa. Ontem, para um de seus conselheiros, o presidente Lula afirmou que o cargo não existe para fazer uma partilha proporcional entre os partidos no poder, mas para facilitar a aprovação dos projetos de interesse do governo no Senado. Ficou claro que o atual líder, Romero Jucá (PMDB-RR), que tem trânsito em todos os partidos, é intocável. 

HOJE Dilmo (o ministro Geddel Vieira Lima) e Dilma (a ministra Dilma Rousseff) vão a Salgueiro (PE) participar de reunião com as empresas que trabalham na transposição de águas do rio São Francisco. 

A NOVA diretoria do Crea-RJ descobriu que terá de pagar R$40 milhões a seus funcionários, por decisão do TST, relativos ao Plano Bresser. A dívida vinha sendo maquiada nos balanços pela gestão anterior. 

O ITAMARATY recebeu documento da UGT relatando o drama de brasileiros que vivem no Japão, devido ao crescimento do desemprego nos últimos cinco meses. 

Calote 

Os organizadores do bolão da eleição para a presidência da Câmara estão suando para fazer os deputados pagarem os R$500 da aposta. Os caloteiros brincam, dizendo que é um protesto contra o presidente da Funasa, Danilo Forte, um dos ganhadores.

GOSTOSA


UM PRATO SAUDÁVEL

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ANCELMO GOIS

Pra cima deles


O Globo - 05/02/2009
 

Sábado agora a TAM inaugura voos diários entre Campinas e Porto Alegre e entre Campinas e Salvador. 

Vai concorrer com os voos da Azul. Viva a concorrência! 

É grave a crise 

Em janeiro, caíram 30% as vendas de passagens dos voos da TAP que partem do Brasil. 

A portuguesa é a empresa estrangeira com maior número de linhas entre Europa e Brasil. 

Opportunity perdeu 

O Opportunity, por meio de uma empresa de nome Eletron, perdeu na 4ª Câmara Cível do Rio uma ação que movia contra o Bradesco e a Previ. 

O grupo de Daniel Dantas acusava os dois de diluir sua participação na Vale, em 2002. 

Serra não tem culpa 

Aécio Neves ficou parte do dia, ontem, ilhado, sem telefone fixo, fax ou internet. 

Culpa de um raio que atingiu o Palácio das Mangabeiras. 

História completa? 

Sarney tinha um motivo adicional para querer se eleger presidente do Senado. 

É um bom fecho na biografia dele, finalizada pela jornalista Regina Echeverria (autora de "Furacão Elis" e "Cazuza"). 

Galeria Momento 

A artista plástica Patrícia Secco e o coleguinha Luiz Fernando Pinto, da TV Globo, abrem dia 21, em sociedade, uma galeria de arte em Washington. 

Vai se chamar Galeria Momento. A logomarca é assinada por Washington Olivetto. 

Brincar de boneca 

O TJ gaúcho absolveu um rapaz de 20 anos da acusação de estupro por ter transado com a namorada de... 12 anos. 

A 6ª Câmara Cível entendeu que "relações constantes e consentidas com a pré-adolescente não configuram estupro". 

Musa do Acre 2014 

A senadora Marina Silva, maior porta-bandeira da candidatura do Acre à Copa de 2014, não estava ontem em Rio Branco para receber os fiscais da Fifa. 

Ficou em Brasília, cuidando da natimorta candidatura do colega acreano Tião Viana ao comando do Senado e emendou nos trabalhos legislativos. 

Você faz o quê? 

Ou o Brasil acaba com a burocracia ou a burocracia acaba com o Brasil. 

A Ancine pediu a Roberto Farias e Zelito Viana que provem ser diretores de cinema. 

Estourou na Hungria 

"O mago", biografia de Paulo Coelho escrita por Fernando Morais, é o livro mais vendido na Hungria. 

Na agenda 

Lula marcou novo encontro com Cristina Kirchner para 19 de março, em São Paulo. 

Abre sábado a exposição "Esculturas do mar", de Antônio Fernando Varela, no Espaço Encontro das Águas, na Lagoa. 

A professora Eliana Silva organiza o Debate em Redes sobre a crise econômica mundial, segunda, na Nova Holanda, na Maré. 

Simpatia escolhe samba hoje com baile do Bola Preta na Parada da Lapa. 

A XP Corretora festeja a entrada no ranking das 10 mais da Bovespa. 

Maria Claudia Grillo e Rafael Aché se casam sábado na Igreja de Santa Margarida Maria, na Lagoa.

O Papo de Bar faz feijoada sábado. 

A Acadêmicos da Rocinha promove festa sábado, organizada por Carlos Sampaio, em homenagem aos cartunistas brasileiros. 

Marketing da larica 

Um novo quitute faz sucesso nas areias de Ipanema. Um vendedor que parece entender tudo de marketing percorre a praia aos berros: "Olha o brownie da larica." 

Larica é a fome que dá depois do uso da maconha. Meu Deus! 

Down no society 

Um conhecido empresário envolvido com negócios do esporte está na Justiça em processo de separação da mulher, uma ex-miss. 

Ele quer todos os bens. Ela quer voltar a ter o nome desvinculado dos negócios dele. 

Viva Olinto! 

Sabe qual é o acadêmico mais serelepe com o desfile da Mocidade Independente, que vai homenagear Machado de Assis e Guimarães Rosa, na Sapucaí? 

Antonio Olinto, 90 anos. Um fofo. 

BBB África 

Vencedor da terceira e recente versão do "Big Brother África", o estudante de contabilidade angolano Ricardo David Ferreira virá ao Brasil . 

Terá aulas de interpretação com Camilla Amado. 

Edição extra 

No mundo das novas mídias, a rapidez da notícia é fundamental. Um dia depois da eleição de Sarney, o samba vencedor do bloco Imprensa Que Eu Gamo, dos coleguinhas cariocas, já "homenageia" o novo presidente do Senado. 

Diz lá um trecho: "Sarney de novo, mas que mancada/Lá em Brasília tá faltando sapatada." Maldade. Sarney, ao contrário de Bush, é da paz.

GIORA BECHER

A verdadeira face do Hamas


O Globo - 05/02/2009
 

Algumas semanas após o cessar-fogo unilateral declarado por Israel, a verdadeira face do controle do Hamas sobre Gaza começa a se revelar. Apesar dos esforços do grupo em esconder as provas sobre os eventos, as evidências dos crimes de guerra praticados por eles, seu exagero sobre o número de vítimas civis e danos às propriedades, seu abuso da ajuda humanitária e sua intimidação aos residentes de Gaza estão finalmente vindo à tona. 

Todos lembramos do choque que sentimos ao ler sobre mais de 40 pessoas mortas, inclusive crianças, no ataque israelense à escola das Nações Unidas no campo de refugiados de Jabalya. Patrick Martin, do jornal canadense "Globe and Mail", descobriu que não houve nenhum ataque à escola ou suas instalações. Ele escreve: "A história como gravada na memória das pessoas não era bem acurada. Evidências físicas e entrevistas com várias testemunhas oculares clarificam tudo. Enquanto algumas pessoas se feriram por estilhaços que caíram dentro das instalações, ninguém na escola foi morto." 

Rod Nordland ("Newsweek") descreveu um exemplo de abuso de civis pelos Hamas: "De repente houve um terrível estrondo. Foi outro foguete sendo disparado contra Israel. A rampa de lançamento móvel estava bem no meio do apartamento de quatro quartos que estava cheio de pessoas." 

Lorenzo Cremonesi ("Corriere Della Sera") relatou o testemunho da palestina Abdallah: "Praticamente todos os prédios mais altos em Gaza que foram alvejados pelos ataques israelenses tinham rampas lançadoras de foguetes em seus telhados. Eles as colocaram perto dos grandes depósitos da ONU, que explodiram em chamas." 

Muitos residentes de Gaza culpam o Hamas pela perda de vidas e propriedades causada pelo terrorismo de se esconder entre a população civil. Entretanto criticam o Hamas em particular, mas poucos o fazem publicamente, um gesto que seria equivalente ao suicídio. Um porta-voz do Fatah, movimento do presidente Abbas, reportou que desde o final da guerra mais de cem membros de seu grupo foram assassinados ou feridos em Gaza. Louise Michel, comissária da União Europeia, denunciou durante sua visita a Gaza: "Eu digo isto intencionalmente daqui, o Hamas é um movimento terrorista e tem de ser denunciado como tal", e conclui que "neste momento temos de nos lembrar da grande responsabilidade do Hamas pelo conflito em Gaza". 

As críticas ao Hamas também vêm de dentro da mídia árabe. O jornalista Abed Rashed, diretor da TV El Arabiya, faz menção em seu artigo de uma mulher em Gaza que ousou, em um programa ao vivo, dizer que estava disposta a se mudar para a Cisjordânia, viver sob o governo do presidente Abbas e que provavelmente seu desejo é compartilhado por muitos. Ele escreve que não há ninguém perguntando aos residentes de Gaza se eles concordam e aceitam as ações do Hamas, apesar de serem os primeiros a sofrerem as consequências. Conclui questionando se o grupo, que já lutou contra a Fatah no passado, está agora tentando destruir o povo palestino na Cisjordânia também. 

Nossa aspiração foi e sempre será viver em paz com os palestinos e os nossos vizinhos árabes. Nós almejamos isso. Continuamos a acreditar na solução de dois Estados e a manter nosso comprometimento às negociações com a Autoridade Palestina na busca pela paz. 

ARI CUNHA

Traçado desconhecido


Correio Braziliense - 05/02/2009
 

Ouve-se falar entre moradores que alguma modificação está sendo pretendida. A ideia é favorecer os grandes supermercados. Atenderão muita gente, muitos automóveis. Moradores do Lago Norte estão estranhando a modificação no trânsito. Estão despertos para medidas que retirarão a calma das ruas ligando QIs e QLs. Pelo que se ouve falar, serão transformadas em avenidas de velocidade. A calma da área começa a perder encanto se tal acontecer. Detalhe é que as ruas pacatas, usadas em direção única e aumentando uma linha no tráfego, serão perigosas para os habitantes. Na engenharia há solução para tudo, o que pudermos lembrar pode melhorar o tráfego. Não com atalhos feitos às pressas ou com programação desentendida. Ideal seriam ruas ou avenidas partindo talvez do Eixo Norte, mas com direção firmada para atender ao trânsito que vai aumentar na área comercial, sendo a população apenada. Há que lembrar as pontes da Península para a UnB e o trecho (a ser escolhido) no caminho das mansões do lago. Automóveis são vendidos aos magotes e bons preços. Melhor prevenir do que remediar. Cuidemos da cidade para os dias que advirão com sua internacionalização. Fala-se das Olimpíadas e do Campeonato Mundial de Futebol e do povo.


A frase que não foi pronunciada

“Depois da disputa pela cadeira vem a briga pela Mesa.”
Senador Mão Santa, pensando nos poderes da Casa.


Entendimento 
Hélio Costa, das Comunicações, e o presidente Lula voltam a tratar da I Conferência Nacional de Comunicação. A previsão é que ocorra nos últimos meses deste ano, depois que as pré-conferências regionais estiverem com a pauta preparada para o grande encontro. 

Atitude 
Em frente ao semáforo da 204 Sul trabalha o sr. Gilvan. Ele vende os livros em bom estado que recebe e sobrevive assim até conseguir deixar de morar pelas ruas da cidade. É uma figura interessante e de conversa fluente. Vale colaborar. 

Caixa-preta 
Ter ou não ter acesso a provas documentadas em autos de inquéritos policiais? Pelo Supremo Tribunal Federal, os advogados devem ter esse direito. A matéria foi tratada como súmula vinculante. Roberto Gurgel, vice-presidente da Procuradoria Geral da República, é contra a edição da súmula. Ela estaria escandalosamente voltada aos crimes de colarinho branco. 

Boa briga 
Por falar nisso, o deputado Edmar Moreira, do DEM mineiro, logo no primeiro dia como corregedor da Câmara, sugeriu que o STF julgue os deputados em caso de falta de decoro. O presidente Michel Temer acha que só as matérias criminais devem ser apreciadas pela Justiça. O assunto ainda rende. 

ZPEs 
De alguma forma, a criação das Zonas de Processamento de Exportação devem sair do papel. O presidente sancionou a lei, mas ainda não há regulamentação. O processo está na Casa Civil. Se a crise gera oportunidade, as ZPEs são esperança. 

Dom Helder 
Igreja das Fronteiras. Foi lá que o cearense Dom Helder Câmara viveu até a morte. Os Correios lançam um selo em homenagem ao centenário do nascimento do religioso, que dedicou a vida aos pobres. A festa vai ser no dia 7, em Fortaleza, na Paróquia de Santo Afonso. 

Abusos 
Moradores da 316 Norte penam com a presença da Faculdade Alvorada. Enquanto tentam ver o alvará que nunca aparece, agora amargam a presença de um bar que segue até altas horas com muito chope e petiscos. As mesas ficam espalhadas pela área pública. O pior é que não se consegue silêncio nem na hora de calcular o IPTU que vence mês que vem.

História de Brasília

Dr. Vasco ainda não mandou completar o meio-fio nas proximidades da passagem de pedestres à altura da SQ 107. Já caiu um Jeep por lá. (Publicado em 21/1/1961)

DEMÉTRIO MAGNOLI

'Coisa de preto'


O Globo - 05/02/2009
 

O Senado logo retomará o debate do projeto de lei de cotas raciais nas universidades e escolas técnicas federais, que pode se tornar a primeira lei racial da nossa história. Diferentes pesquisas evidenciam que uma ampla maioria dos brasileiros, de todas as cores, rejeita a introdução da raça na lei. Mas o projeto, que passou na Câmara sem voto em plenário, por acordo de lideranças, tem grandes chances de ser aprovado no Senado. Como explicar o paradoxo que faz a maioria parlamentar deliberar contra a vontade da maioria dos eleitores? 

Há, antes de tudo, um desvio que não é exclusivo de nosso sistema político. Os parlamentares temem contrariar os grupos de pressão organizados mais do que temem frustrar as expectativas da maioria desorganizada. Corporações, movimentos sociais e ONGs atuam como máquinas eleitorais, impulsionando ou destruindo candidaturas. Os interesses da maioria, por sua natureza difusa, podem ser contrariados com menor risco. Se o Estado brasileiro criar, oficialmente, castas de cidadãos separadas pela cor da pele, isto será um triunfo das ONGs racialistas e uma derrota da vontade popular. 

Não existe no Brasil um "movimento negro", em nenhum sentido legítimo da palavra. As ONGs racialistas quase nada representam, além dos interesses e ideologias de seus próprios ativistas. Mas elas recebem, todos os anos, milhões de dólares da Fundação Ford e se incrustaram no interior do Estado, dispondo do aparelho de uma secretaria especial da Presidência e do controle de postos-chaves nos ministérios da Educação e da Saúde. Os dirigentes de tais grupos formam uma elite adventícia, estruturada em redes nas universidades e instituições internacionais, que se reclamam porta-vozes de uma "raça". Eles usarão o termo "racista" como insulto destinado a marcar a ferro todos os que insistem em defender o princípio da igualdade perante a lei. Eis o que temem deputados e senadores. 

A ciência a serviço da expansão imperial europeia inventou a raça no século XIX. A ciência do pós-guerra a desinventou, provando que a cor da pele é uma adaptação evolutiva superficial a níveis diferentes de exposição à luz solar. Mas a questão de saber se a raça existe não pode ser solucionada em definitivo pelos cientistas, pois o Estado tem o poder de fabricar raças na esfera política. Nos EUA e na África do Sul, leis raciais incutiram na sociedade a noção de que uma fronteira natural divide as pessoas em grupos fechados. 

Leis raciais supostamente voltadas para o "bem" não são, sob esse aspecto crucial, diferentes de leis raciais voltadas para o "mal". Umas e outras ensinam às pessoas que seus direitos estão ligados à sua cor da pele - e que seus interesses objetivos solicitam a "solidariedade de raça". A lei que tramita no Senado pouco afetará os mais ricos, mas dividirá os alunos de escolas públicas em dois conjuntos "raciais" com interesses opostos. Na hora em que os filhos dos trabalhadores não puderem mais olhar uns aos outros como irmãos e colegas, terá emergido um Brasil diferente daquele que conhecemos. Mas a nossa elite política não vislumbra esse risco, pois interpreta a nação pelas lentes do preconceito de classe. 

A maioria dos parlamentares não nutre entusiasmo pelo projeto de cotas raciais, mas está disposta a contribuir com a indiferença para sua aprovação. Eles enxergam as leis raciais como esmolas concedidas aos pedintes, moedinhas inúteis entregues a meninos na rua, um preço quase simbólico que se paga para comprar gratidão. "Coisa de preto" - é assim que, silenciosamente, avaliam os projetos apresentados sob a cínica justificativa de fazer justiça social por intermédio da oficialização da raça. Mas não se trata, a rigor, de preconceito racial: o "preto", no caso, funciona como sinônimo de pobre, na mais pura tradição senhorial brasileira. Junto com o temor dos grupos de interesse, as leis de raça beneficiam-se dessa aversão benevolente ao princípio da igualdade. 

Há mais de um ano, foi aprovado em comissão um projeto de lei, de autoria do senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que determina a implantação de tempo integral nas escolas públicas de ensino fundamental. Mas a maioria governista não permite que o projeto siga para votação, alegando que custaria cerca de R$20 bilhões anuais, pouco menos que o dobro do Bolsa Família. Parece muito, mas representaria apenas 1,6% do Orçamento da União - algo como um aumento inferior a 15% nos repasses federais para estados e municípios. É um valor relevante, porém perfeitamente viável se a deflagração de uma revolução qualitativa no ensino público figurasse, de fato, como prioridade nacional. Entretanto, nossa elite política parece preferir enfeitar com cotas raciais a ordem iníqua que relega a maioria dos jovens, de todas as cores, a escolas arruinadas. 

O antropólogo Kabengele Munanga, um arauto das políticas de raça, justificou do seguinte modo a necessidade das cotas raciais: "Muitos acham que o caminho para corrigir as desigualdades sociais seria uma política universalista, baseada na melhoria da escola pública, o que tornaria todos os cidadãos brasileiros capazes de competir. Masisso é um discurso para manter o status quo, porque enquanto se diz isso nada é feito." A afirmação é uma esfinge que pede para ser decifrada. Munanga sugere ser favorável à política universalista de "melhoria da escola pública" mas, simultaneamente, qualifica tal demanda como "um discurso para manter o status quo", pois na prática "nada é feito". Então, utilizando-se de uma perversão lógica, não reivindica que se faça a "política universalista", mas a sua substituição por uma política diferencialista destinada a distribuir direitos segundo a cor da pele. É que no Congresso, enquanto ele diz isso, os parlamentares que compartilham de sua ideologia racialista ajudam a bloquear o projeto universalista do tempo integral. 

DEMÉTRIO MAGNOLI é sociólogo e doutor em geografia humana pela USP. 
E-mail: demetrio.magnoli@terra.com.br

BRASÍLIA-DF

Corrida pelo ouro


Correio Braziliense - 05/02/2009
 

Os novos investimentos do PAC na área de energia acirraram a disputa pelas comissões de Infraestrutura do Senado e a de Minas e Energia da Câmara. Entre os senadores, Ideli Salvatti (PT-SC) e Valdir Raupp (PMDB-RO) travam uma guerra nos bastidores. O governo torce para o PT e busca um acordo que deixe a vice para o PMDB. Na Câmara, não é tão simples. O PMDB elencou a comissão entre as suas prioridades. O PSDB não quer deixar o presidente Lula gastar antecipadamente os recursos do pré-sal. Por último vem o PP, que transformou a comissão em capitania hereditária nos últimos dois anos. Só que, como as perspectivas de negócios nesse setor cresceram e englobam R$ 274 bilhões do PAC ampliado, os grandes partidos não vão deixar esse tesouro sobrar para um partido que ficou fora do blocão que elegeu Michel Temer (PMDB-SP). 

***

Há outro ingrediente: como a ministra Dilma Rousseff é a “mãe” do PAC, será sempre um palco para levar uma futura candidata a presidente da República. Seja para lhe dar palanque ou para tentar colocá-la numa saia- justa.


Recado do Planalto 

O novo líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), tem passado horas tentando administrar o quebra-cabeça que montou para ajudar a eleger José Sarney (PMDB-AP) no Senado. O último foi um aviso do Palácio do Planalto no estilo “a quem interessar possa”: o governo não gostaria de ver o DEM na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, em especial, nas mãos do senador Demostenes Torres (GO), que não dá trégua. 

Vade, infiel

O PTB recorreu à Mesa Diretora da Câmara pedindo o mandato do deputado Dr. Paulo César (PR-RJ). Ele ocupa a vaga de Sandro Matos (PR), novo prefeito de São João do Meriti. A direção petebista reivindica o lugar para o segundo suplente, Fernando Gonçalves (PTB). Em dezembro, Walter Brito Júnior (PRB-PB) perdeu o mandato para o DEM, o partido que o elegeu. 

Líderes em apuros I 

Alguns partidos começam o ano em chamas. No PP, a reeleição de Mário Negromonte foi parar na Justiça. “Ele já passou por cima do estatuto do partido para se reeleger em 2007 e 2008. Agora chega”, diz o deputado Gerson Peres (PA), que levou o caso à 9ª Vara Cível de Brasília e já ganhou uma liminar. Negromonte diz que vai recorrer. 

Líderes em apuros II 

No PR, a situação é de guerra depois que Sandro Mabel (GO) foi eleito com o apoio do ex-presidente do partido Valdemar Costa Neto (SP), um dos réus no processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF). Na véspera, Valdemar teve um bate-boca com José Santana de Vasconcelos (MG), que exerce seu sexto mandato na Casa e saiu candidato. Vasconcelos obteve 14 votos e Mabel, 27. 

De seguro... 

Novo primeiro-secretário da Câmara, Rafael Guerra (PSDB-MG) entregou uma lista de pendências cabeludas à Mesa Diretora. Entre os temas, estão o plano de saúde dos servidores, a construção de um quinto anexo para abrigar gabinetes parlamentares e a licitação dos espaços para restaurantes. O mineiro não quer ficar com pepino: diz que levará tudo para voto no comando da Casa. 

No cafezinho...

Estrela emergente 
Recém-chegada ao bloco C da 316 Sul, Erenice Guerra (foto), braço direito da ministra Dilma Rousseff, já conseguiu criar desafetos na vizinhança. É que a convenção do condomínio proíbe aquele tum-tum-tum de obra aos sábados. E a reforma que ela mandou fazer no imóvel desrespeitou essa regra. Foi uma reclamação só. Curiosidade: Erenice mantém no andar térreo um segurança de uniforme bordô. Nem ministros deste e de outros governos que ocuparam apartamentos naquele prédio tinham esse tratamento, embora pudessem requisitar. 

Sinal de prestígio 
O presidente Lula fez questão de descer ao gabinete do ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, para cumprimentar os senadores do PTB na hora do almoço. Já estavam todos servidos à mesa, quando Lula chegou. O gesto foi entendido como um recado de que José Múcio segue firme. 

História 
Lula cumprimentou Fernando Collor assim: “Como vai, presidente?”. Pelo visto, virou mesmo coisa do passado o que um dizia do outro há 20 anos, na primeira campanha presidencial depois da redemocratização. Alguns lembraram até de uma camiseta que Collor usou durante a crise em seu governo com a frase “o tempo é o senhor da razão”. É, pois é. 

Socorro, governador! 
Um assessor da Presidência da República foi reclamar ao gabinete do governador José Roberto Arruda que as ambulâncias servem ao presidente Lula no Brasil inteiro e, aqui no DF, resistiram a atendê-lo. Calma, pessoal. Nem Lula nem seus assessores tiveram qualquer mal-estar ontem e nem o presidente deixou de contar com os serviços do GDF. É que, num dia caótico, com um acidente grave no Balão do Aeroporto, a cidade ficou com uma ambulância a menos para emergências de toda a população porque o Samu foi convocado a acompanhar o presidente em uma solenidade na 913 Sul. 

PARA....HIHIHIHI


Enterro

Uma cerimónia funerária estava sendo realizada por uma mulher que havia acabado de falecer.
Ao final da cerimónia, os carregadores estavam levando o caixão para fora, quando, acidentalmente, bateram numa parede, deixando o caixão cair. 
Eles escutaram um fraco lamento. Abriram o caixão e descobriram que a mulher ainda estava viva!
Ela viveu por mais dez anos e, então, morreu.
Mais uma vez uma cerimónia foi realizada e, ao final dela, os carregadores estavam novamente levando o caixão.
Quando eles se aproximaram da porta, o marido gritou:
'Cuidado com a parede!!!!!'

FORMAÇÃO DE QUADRILHA


QUINTA NOS JORNAIS

Globo: Governo maquia PAC com inclusão de obras antigas

 

Estadão: SP concentra 44% dos demitidos pela crise

 

JB: PAC passa de R$ 1 trilhão

 

Correio: Ônibus irregular mata um e fere 53

 

Valor: BNDES e bancos avaliam fundo de garantia a crédito

 

Gazeta Mercantil: Brasil articula troca de carne de porco por trigo da Rússia

 

Estado de Minas: R$ 58 milhões mal-assombrados