terça-feira, dezembro 22, 2009

PAINEL DA FOLHA

Por ora, sem plebiscito

RENATA LO PRETE

FOLHA DE SÃO PAULO - 22/12/09

Se o avanço de Dilma Rousseff ao longo de 2009 já permite identificar polarização PSDB-PT na sucessão presidencial, outros dados do Datafolha indicam que o eleitor ainda não enxerga a disputa da maneira desejada por Lula, ou seja, como um plebiscito.
Mesmo entre os entrevistados que consideram o atual governo ótimo ou bom, José Serra, amplamente identificado como anti-Lula, está em vantagem, ainda que bem menor do que no cômputo geral: tem 33%, contra 29% da ministra. Entre os que declaram espontaneamente a intenção de votar em Lula, 36% optam, quando apresentados à relação de candidatos, pelo governador de São Paulo, e 29% por Dilma.


Estratosfera. Com 72% de ótimo ou bom, Lula está próximo de obter um feito sem precedentes: "colar" a avaliação de seu governo à expectativa que o eleitor alimentava antes da posse. O então presidente eleito tinha 76% depois do segundo turno, em 2002.

Veja bem. Indagada sobre eventual interesse do PSDB em atraí-la para a composição de uma chapa presidencial, a senadora Marina Silva, pré-candidata pelo PV, responde: "Até agora, nenhum tucano disse que vai me apoiar no segundo turno, mas estou aberta para receber apoios".

Oração. Marina chega hoje a Rio Branco para participar, amanhã, de reunião de pastores de várias denominações evangélicas. Trata-se de culto de ação de graças organizado há vários anos pela senadora, que é da Assembleia de Deus.

Senha. Empolgado com o desempenho de Netinho de Paula, que obteve 22% no Datafolha sobre o Senado em São Paulo, o PC do B reivindica tratamento especial do aliado histórico PT, que vinha privilegiando o ex-tucano Gabriel Chalita (PSB). "Nessa fila nós entramos primeiro", diz um comunista do Brasil.

Em progresso. De Chalita, vereador como Netinho de Paula, sobre os 7% que registrou na mesma pesquisa: "É normal. Ainda não sou muito conhecido. Minha expectativa sempre foi crescer durante a campanha de televisão".

O contador 1. Um trecho do novo depoimento de Durval Barbosa, o homem que implodiu o governo de José Roberto Arruda (DEM-DF), volta a jogar luz sobre Valdivino Oliveira, ejetado da Secretaria da Fazenda e licenciado do PSDB na esteira do escândalo.

O contador 2. Segundo Durval, "sempre que Arruda estava fora de Brasília" pedia a Valdivino que o "avisasse das previsões de pagamentos" das empresas de informática.

De cima a baixo. Frase de Valdivino em 2008, de acordo com o depoimento do gravador-geral: "Durval, esse governo não tem jeito. A propina começa no protocolo e vai até o governador".

Currículo. Valdivino Oliveira chegou ao PSDB pelas mãos do senador Marconi Perillo, um dos tucanos mais próximos de Arruda. É presidente do Atlético-GO, patrocinado pela Linknet, também abastecedora, segundo a PF, do propinoduto candango.

Nem pensar. Advogados de envolvidos no Arrudagate se espantaram com a notícia de que a PF planeja expedir, entre o Natal e o Ano Novo, as primeiras intimações para depoimentos. Adiantam que não há hipótese de seus clientes falarem antes de a defesa ter acesso ao resultado da perícia nos vídeos de Durval.

Outro lado. Waldomiro Diniz diz que esteve num bar da Asa Norte de Brasília, na quinta passada, para se encontrar com um amigo, sem nenhum propósito escuso, e que voltará ao local quando bem lhe aprouver. Afirma ainda que jamais deixou de morar em Brasília, mesmo enquanto trabalhou em Goiânia.
com SÍLVIO NAVARRO e LETÍCIA SANDER

Tiroteio

"Eduardo Graeff que espere as eleições, que vá a Minas e que não pretenda ensinar política a mineiro."
De JOSÉ DIRCEU, natural de Passa-Quatro, em resposta ao ex-secretário-geral da Presidência do governo FHC, que havia ironizado a previsão apocalíptica do deputado cassado, segundo quem o eleitor de Minas "jamais perdoará" Serra pela retirada de Aécio da disputa nacional.

Contraponto

Imexível


Para encerrar a pauta do ano, Wellington Salgado (PMDB-MG) conduzia sessão da Comissão de Constituição e Justiça do Senado votando a toque de caixa uma série de projetos. Dada a velocidade dos trabalhos, até o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), confundiu-se e, a certa altura, quase votou com a oposição.
-É saudosismo ou vidência, pois ele será líder do próximo governo tucano- brincou Flexa Ribeiro (PSDB-PA), lembrando que Jucá exerceu a mesma função para FHC.
O cabeludo Wellington completou:
-Se o Inácio Arruda (PC do B-CE) virar presidente, pode ter certeza de que o líder do governo será o Jucá!

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