domingo, dezembro 13, 2009

PAINEL DA FOLHA

Formiguinha

RENATA LO PRETE

FOLHA DE SÃO PAULO - 13/12/09

Enquanto outros poderão se permitir a tradicional desacelerada entre o Ano Novo e o Carnaval, Dilma Rousseff emergirá dos dez dias de férias que pretende tirar a partir do Natal para cair num extenso programa de viagens nacionais a cada fim de semana. A caravana será voltada sobretudo à militância petista, numa espécie de aquecimento para o 4º Congresso do PT, em 18 de fevereiro, no qual a ministra será aclamada candidata do partido à presidência.

O roteiro deve começar por praças vizinhas a Brasília, mas depois Dilma deve concentrar as visitas em SP, Minas e Rio, Estados em que o partido precisa de ‘uma força extra’, nas palavras de um dirigente.


Fala... - Petistas envolvidos na preparação da campanha de Dilma argumentam que a turnê pelos Estados pode oferecer, em algumas praças, a oportunidade de dedicar uma atenção extra ao aliado PMDB, agora ‘traumatizado’ pela declaração de Lula sugerindo uma lista tríplice de candidatos do partido a vice na chapa da ministra.


...que eu te escuto - Os peemedebistas já anotaram no caderninho duas rasteiras de Lula. Semanas antes de insinuar que não caberá ao partido escolher o nome do companheiro de chapa de Dilma, o presidente fez a declaração: ‘Se Jesus Cristo viesse para cá, e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria de chamar Judas para fazer coalizão’. Na época, ninguém teve dúvidas sobre quem era Judas.


No clima - Dilma completa amanhã 62 anos. Vai comemorar chefiando a delegação brasileira em Copenhague.

Para o abraço - Enquanto isso, Lula dará um tempo do azedume da política. Amanhã, receberá o time do Flamengo com a taça do Brasileirão.


Azedou - Não foi tanto quanto o PMDB, mas também José Serra terminou a semana contrariado com Lula. O presidente acusou o governador de ‘pequenez’ porque teria dito a uma rádio que sua cinebiografia visava ajudar Dilma. Mas, na referida entrevista, o tucano disse apenas que o filme era sobre a vida de Lula, não sobre eleição.


Pote de mágoa - A escolta do secretário da Segurança de São Paulo sempre foi feita por policiais militares e civis. Recentemente, Antonio Ferreira Pinto decidiu que a sua empregará apenas a PM. A exclusão calou fundo na Civil.


Pé de meia 1 - Leonardo Prudente (DEM), o distrital flagrado com mensalão na meia, declarou à Justiça Eleitoral ser dono da 5 Estrelas Sistema de Segurança, empresa com faturamento anual de R$ 2,5 mi em contratos com os ministérios da Previdência e de Minas e Energia. Ganhou ainda contratos, sem licitação, no governo do DF.


Pé de meia 2 - Em 2008, o TCU mandou suspender dos pagamentos do Ministério de Minas e Energia à 5 Estrelas por suspeita de irregularidade na contratação de bombeiros brigadistas. O tribunal estranhou o fato de a empresa ter vencido a licitação oferecendo preço R$ 103 mil mais elevado que o da concorrente.

Relâmpago - José Roberto Arruda decidiu testar o humor das ruas no dia seguinte à desfiliação do DEM. Sem avisar ninguém, o governador foi vistoriar uma obra perto do Lago Paranoá. Tão logo percebeu os primeiros sinais de aglomeração, deu o fora.


Férias coletivas - Para sossego do vice Paulo Octávio, até agora preservado pelo DEM, o partido não pretende reunir sua Executiva Nacional antes de fevereiro de 2010.

Varredura - Quem conhece o mercado de grampos de Brasília acha difícil que venha à tona imagem ou áudio de peso contra ‘PO’. Se existiu, diz o araponga, já sumiu.

Tiroteio

A verdade é que o Lula almoçou aquele pessoal do PMDB que a Dilma chamou para jantar.

Do governador ROBERTO REQUIÃO (PR), pré-candidato à Presidência, ironizando correligionários que meses atrás se sentaram à mesa para firmar ‘pré-aliança’ com a candidata do PT; na quinta, Lula sugeriu que o vice será do PMDB, mas não necessariamente escolhido pelo partido.

Arruda arrependido


Um dia depois de José Roberto Arruda ter pedido desligamento do PSDB, em abril de 2001, em decorrência da violação do sigilo do painel de votação do Senado, dois políticos conversavam sobre o futuro do então senador. O primeiro fez uma previsão algo surpreendente:

- Quer saber? Eu acho que esse aí volta logo, logo...

- Mas com toda a repercussão? Com base em que você está dizendo isso? - perguntou o segundo.

- Com base na minha empregada.

Diante do olhar intrigado do colega, ele explicou:

- Adivinha quem bateu na porta da casa dela às seis da manhã hoje? O Arruda! Disse que queria pedir desculpas.

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