terça-feira, março 31, 2009

PARA...HIHIHI

Neto de ouro

O avô observa o neto brincando no quintal, e vai perguntar o que é que ele está fazendo. O neto diz: 

- Estou enfiando as minhocas de volta para a toca delas... 

- E como é que você consegue, o bicho é todo moleguento?... 

- É segredo vô! 

- Te dou dez reais para você me ensinar a fazer isso. 

- Bem eu passo cola de madeira, espero secar esticando a minhoca... Aí é só colocar no buraco... 

- Toma os dez reais... 

No dia seguinte o avô chega para o neto, tira cem reais do bolso e dá na mão do neto. 

- Está ficando esquecido, Avô? O senhor já me deu os 10 reais. 

- Eu sei. Esses 100 foi a tua Avó quem mandou... 

ENVIADA POR APOLO

GOSTOSA

CLIQUE NA FOTO PARA AMPLIAR

ADRIANA VANDONI

Revendo conceitos

 No sábado eu assisti a entrevista da Folha com o ministro Gilmar Mendes que foi reprisada pela TV do STF. Gostei do que vi. No programa entre diversas questões, a jornalista Monica Bérgamo bateu duro no episódio do caso Dantas, e pareceu-me que, mais importante que soltar Daniel Dantas, ao tomar a decisão de conceder o segundo habeas corpus, o que Gilmar Mendes quis foi reafirmar o poder do STF sobre a instância inferior da justiça. Se olharmos com olhos menos ideológicos e macartistas, o juiz De Santis realmente quis passar por cima do Supremo, e usa a imprensa e os blogs inclusive, para atrair a opinião pública e realizar arbitrariedades que apenas beneficiam “supostos” (como ele mesmo escreve em seus processos para mandar encarcerar alguém)criminosos, o que acaba os beneficiando logo adiante se realmente forem criminosos.

Nessa ânsia de justiçamento estão desmoralizando a Justiça como um todo. É claro que muitos magistrados já se encarregam pessoalmente da própria desmoralização, mas parece-me que o objetivo é ir além da pessoa do juiz, é desmoralizar o Poder Judiciário, ou as instâncias superiores do poder.

Segundo Gilmar Mendes, a determinação da segunda prisão foi baseada em um processo semelhante ao primeiro, e na entrevista tive a impressão (não que ele tenha dito isso) que a decisão dele foi mais pela afirmação do poder do Supremo sobre o juiz de SP, que, segundo o próprio ministro, junto com o delegado Protógenes, queria desmoralizar o Supremo. O episódio do De Santis x Gilmar Mendes acabou sendo um sucesso nesse objetivo de atrair a opinião pública. Hoje manifestantes da esquerda não saem para se manifestar contra Renan por ter tomado o poder no Senado, ou contra Collor por ter assumido a comissão de infra-estrutura, mas se manifestam contra Gilmar Mendes. Há algo errado aí!

Sei não, não sou advogada para emitir um posicionamento se o primeiro e o segundo habeas corpus foram corretos ou não, no primeiro momento me pareceu precipitado por parte do ministro. O segundo habeas corpus pode ter tido essa influência que citei acima, mas já estou tendo dúvidas desse macartismo que esses esquerdopatas criam e todos nós caímos, na ânsia de fazer justiça. Uma justiça rancorosa e recalcada, diga-se. Não podemos entrar no jogo deles.

A verdade é que após conquistarem o poder executivo pode ser esse o novo objetivo dessa trupe: fazer com que as instituições, como o judiciário, atuem ideologicamente, não importando que passem sobre os direitos individuais.

Eis a diferença entre Justiça e “Justiça Social”, citada por Reinaldo Azevedo em um texto. Ao conceder o habeas corpus a Daniel Dantas, Gilmar Mendes seguiu a Justiça, não se deixando se levar pelo apelo público que o queria preso. No outro lado, o promotor Matheus Baraldi Magnani ao comentar a sentença de quase 95 anos de prisão à empresária Eliane Tranchesi, disse "A sentença mostra que rico também integra organização criminosa, não só desgraçado com fuzil na mão". Este promotor está fazendo a “Justiça Social”, aquela rancorosa, recalcada.

O Protógenes está doido. Parece que os holofotes fizeram aflorar ainda mais sua loucura e, a carta dele a Obama demonstrou bem isso. Temos que ter cuidado com esses heróis ou justiceiros momentâneos. O Protógenes me lembra outro doido, que também cheguei a admirar, aquele procurador Luiz Francisco de Souza, que todos nós sabemos, usou a Justiça com fins políticos até o PT chegar ao poder. Cumpriu o serviço ao qual foi designado e sumiu. Foi tão competente como o Franklin Martins na Globo opinando sobre as poucas evidências da oposição sobre o mensalão. Com certeza ainda existem diversos outros seguidores espalhados nas instituições públicas com “nobres” intenções, e nós nos deixando usar por eles.

www.prosaepolitica.com.br/

PARA...HIHIHI

Comendo pelo outro lado

Manuel foi ao dentista com uma puta dor de dente. 
Depois de extrair o dente que estava doendo o dentista aconselhou: 
— Seu Manuel, durante uns dias é melhor o senhor mastigar do outro lado. 
Chegando em casa o português falou para a esposa: 
Maria! O dentista mandou eu comer do outro lado durante diversos dias. 
Nervosa Maria esbravejou: 
— Só se for com a tua mãe, oh filho de uma puta! O meu cu eu não dou pra ninguém! 

INFORME JB

Fundo soberano para prefeitos


Jornal do Brasil - 31/03/2009
 

A bancada do PSDB na Câmara planeja apresentar uma proposta que muda, em parte, a destinação do Fundo Soberano do Brasil para salvar prefeituras falidas. O Fundo, uma poupança de R$ 15 bilhões para investimentos no exterior aprovada no Congresso no fim do ano, é reserva fiscal ainda sem utilidade, na opinião da oposição, e que pretende salvar a economia interna. O PSDB pegou como mote a chiadeira dos prefeitos sobre a redução do repasse do Fundo de Participação Municipal, sustentado principalmente pelo IPI – que tem sido aniquilado pelo governo. "Temos que buscar soluções, ou o governo faz um crédito extraordinário, ou tira do Fundo soberano", comenta à coluna o líder do PSDB, deputado José Aníbal.

Ciro lá

O deputado federal e presidenciável Ciro Gomes (PSB-CE) (foto) avisou ontem, em Fortaleza, que vai passar o mês de maio nos Estados Unidos, aprofundando seus estudos em Harvard.

Ciro cá

Ciro Gomes fez duas palestras ontem em Fortaleza. Não poupou críticas ao governador de São Paulo, José Serra, ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) e à ministra Dilma Rousseff (PT). E avisou: vai forçar a sua candidatura ao Planalto.

O trunfo

O presidente Lula e o deputado cearense não estão se entendendo muito bem. Mas Ciro é visto por grande parte do PT como o segundo candidato do homem, para atacar o provável candidato tucano José Serra e diminuir a diferença dele para Dilma.

A draga vem aí

A Secretaria Especial de Portos abriu licitação internacional para obras de dragagem de aprofundamento dos acessos aquaviários ao Porto do Rio, na Baía de Guanabara. É coisa para gente graúda, contrato de milhões.

Festa...

A Embrapa Suínos e Aves gastou R$ 4 mil, sem licitação, para compra de publicações técnicas internacionais. O curioso é que, com o avanço da internet, tem-se acesso à maioria de publicações do tipo.

...na floresta

Então veio esta: a estatal vai pagar à Brasil Telecom mais R$ 17.496 para instalação de internet banda larga em sua sede.

Black Tree

Rola nos bastidores do setor que a Blue Tree, que anda mal das pernas e tem perdido a gestão de grandes hotéis, vai entrar na área de hotelaria econômica. A primeira marca sugerida pelos executivos é Spotlight.

PAC da persiana

Começam a aparecer os adicionais da conta da mudança do Palácio do Planalto. A Agência Brasileira de Inteligência vai pagar R$ 15.950 à Laminaflex Indústria e Comércio para instalação de persiana vertical , segundo extrato de pregão de registros de preços nº 39/2009.

PENEIRADO

A turma da Advocacia-Geral da União não adoça a boca com qualquer coisa. O órgão lançou pregão eletrônico para comprar o açúcar do café. Segundo o D.O., tem que ser "açúcar cristal, de alta qualidade, PENEIRADO, empacotado em fardos, acondicionado em embalagens contendo 2 kg". Estão avisados.

Estrada do milhão

É difícil mensurar o sucateamento, ou não, da frota do Exército. Mas, para estrada ruim, o 8º Batalhão de Engenharia de Construção preferiu não arriscar. Contratou a Mondeo Distribuidora para "execução de transporte de material de 1ª categoria em rodovia não pavimentada". O valor? Módicos R$ 1.336.873,90.

Guru mineiro

Um homem tem feito a cabeça de dois governadores – o de Minas, Aécio Neves (PSDB), e o do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM). Ambos atribuem o bom índice de aprovação pessoal e dos governos ao marketing do consultor Paulo Vasconcellos. Ele está cotado para as campanhas da dupla.

GOSTOSA


CLIQUE NA FOTO PARA AMPLIAR

EDITORIAL

O retrocesso do presidente

O Estado de S. Paulo - 31/03/2009
 
Mais de uma vez o presidente Lula comentou que a crise lhe faz bem: renovou o seu espírito de luta e deu-lhe uma agenda de que se ocupar, quebrando a rotina de um mandato que já não o confrontaria com grandes desafios. "É uma boa provocação", disse ao jornalista americano Fareed Zakaria, numa entrevista para a rede CNN, gravada em Washington há duas semanas, depois de seu encontro com o presidente Barack Obama, e levada ao ar domingo último. A emissão coincidiu com uma certa marola na imprensa e nos sites jornalísticos dos EUA por conta de sua tirada, dias antes, sobre a responsabilidade pela crise de "gente branca, de olhos azuis", diante de um constrangido Gordon Brown, o primeiro-ministro inglês, de passagem por Brasília.

De fato, a crise tonifica o presidente e o torna ainda mais loquaz do que de hábito, na expectativa de que a sua voz será uma das mais ouvidas na conferência de líderes dos países do G-20, depois de amanhã, em Londres. Em fase de aquecimento, nesses dias de intenso tráfego aéreo de chefes de governo, ele esteve sábado em Viña del Mar, no Chile, para o encerramento da Cúpula de Governos Progressistas, e chegou ontem a Doha, no Catar, para o encontro entre governantes árabes e sul-americanos. Mas, conquanto estimule o seu estrelismo, a crise não tem sido boa conselheira para Lula. Seja pelas ideias que desenvolve, seja pelo histrionismo em que as acondiciona, além da soberba que o leva a dar conselhos públicos a Obama ("ele não tem que se preocupar tanto com a guerra do Iraque") e a se gabar de que teria lhe dito que "não tem o direito de cometer erros" - na entrevista à CNN.

Nessa oportunidade, por sinal, ele não mediu palavras para se autovalorizar como uma figura única entre todas as demais que estarão no palco do G-20. Com um quê de exibicionismo, por paradoxal que pareça, invocou a penúria de suas origens, descrevendo-a com crueza de detalhes, e o ano e meio em que esteve desempregado para afirmar que conhece o mundo do trabalho "mais do que qualquer um". A admiração que ele merece por ter superado as adversidades já de todos conhecidas fica arranhada pelo espetáculo confrangedor da jactância e da exploração da própria biografia para revestir de uma autoridade incontrastável - de todo descabida - a sua pregação afinal esquemática sobre as causas e as saídas para a crise. 

Quando culpa por ela os países desenvolvidos - "vocês têm mais responsabilidade do que nós, pois sempre as locomotivas têm mais responsabilidades do que os vagões", disse em Viña del Mar, dirigindo-se a Gordon Brown e ao vice-presidente americano, Joseph Biden -, desconsidera o fato elementar de que as locomotivas também foram responsáveis por conduzir o mundo a um inédito período de prosperidade, do qual o Brasil, sob seu governo, foi um dos maiores beneficiados. E faz uma confusão monumental quando apresenta a sua receita para revitalizar a economia. Ela se resume a duas palavras a que parece atribuir poderes mágicos: "Estado forte." Não há dúvida de que a falta de regulação foi o fator singular mais decisivo do colapso de um sistema financeiro entregue à ganância desenfreada, onipotência e irresponsabilidade. Não menos evidente é o papel do Estado (e, por extensão, das instituições multilaterais) na reconstrução das estruturas falidas, para destravar os fluxos de crédito e do comércio mundial. 

É disso que tratará o G-20, embora sejam marcadas as diferenças entre os Estados Unidos e a Grã-Bretanha, de um lado, e a União Europeia, de outro, sobre o ativismo do Estado. Mas o presidente confunde uma questão de grau (o alcance da intervenção estatal saneadora e reguladora) com uma questão de substância (a primazia do mercado como motor da economia). Para ele, só o Estado seria capaz de fornecer "respostas economicamente coerentes, mas sobretudo responsáveis", aos problemas globais. Na realidade, e a história já deixou isso cristalinamente claro, ao Estado cabe induzir os agentes econômicos a dar essas respostas e não se substituir a eles ou ser o seu "tutor", como quer Lula. A crise o faz retroceder. Na entrevista à CNN declarou-se "socialista". Há pouco mais de dois anos dizia que, se uma pessoa idosa é esquerdista, "é porque está com problema".

PARA...HIHIHI

MENTIRA???

Um dia uma dona de casa levava uma garrafa de vinho para o almoço quando ao atravessar uma pequena ponte, o vinho caiu no rio. A mulher suplicou a Deus que a ajudasse. Ele apareceu e perguntou:

- Por que você está chorando?

A mulher respondeu que sua garrafa de vinho havia caído no rio.

E Deus entrou no rio de onde tirou um Chateau Petrus, e perguntou:

- É este seu vinho?

A nobre mulher respondeu:

- Não, Deus, não é esse.

Deus entrou novamente no rio e tirou um Dona Mécia Tinto.

- É este o seu?

- Tambem não, respondeu a dona de casa.

Deus voltou ao rio e tirou um vinho nacional seleção, e perguntou:

- É este teu vinho?

- Sim, respondeu a nobilissima mulher.

Deus estava contente com a sinceridade da mulher, e mandou-a de volta para casa, dando-lhe os três vinhos de presente. Um dia, a mulher e seu amantíssimo marido estavam passeando nos campos quando ele tropeçõu e caiu no rio. A infeliz mulher, então, suplicou a Deus por ajuda. Ele apareceu e perguntou:

- Mulher, por que você está chorando?

A mulher respondeu que seu esposo caíra no rio.

Imediatamente Deus mergulhou e tirou o Rodrigo Santoro, e perguntou:

- É este seu marido?

- Sim, sim, respondeu a mulher.

E Deus se enfureceu.

- Mulher mentirosa!!! - exclamou.

Mas a mulher rapidamente se explicou:

- Deus, perdoe, foi um mal-entendido. Se eu dissesse que não, então o Senhor tiraria o Gianeccinhi do rio; depois se eu dissesse que não era ele, O Senhor tiraria meu marido; e quando eu dissesse que sim, era ele, o Senhor mandaria eu ficar com os três. Mas eu sou uma humilde mulher, e não poderia cometer trigamia... Só por isso eu disse "sim" para o primeiro deles.

E Deus achou justo e a perdoou.

Moral da história:

Mulher mente de um jeito que até Deus acredita.

BRASÍLIA - DF

Derrota do governo à frente


Correio Braziliense - 31/03/2009
 


A Medida Provisória 457, que fixa as regras para a negociação das dívidas das prefeituras com o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), não será aprovada do que jeito que está. A maioria dos congressistas é contra a correção dos débitos pela taxa Selic, prefere uma mais baixa. Além disso, não concorda com o fato de a MP obrigar os prefeitos a abrirem mão de ações judiciais para recálculo dos valores em troca de um prazo maior para pagamento. Tanto na oposição quanto na base governista há quem defenda o chamado encontro de contas, ou seja, cada prefeitura diz quanto o governo lhe deve e o Poder Executivo federal, por sua vez, diz quanto tem a receber. 

***
A pressão é tanta que dificilmente a relatora, deputada Rose de Freitas (PMDB-ES), terá como deixar de atender os pedidos dos colegas. O motivo é simples: a oposição grita contra o texto do governo na tentativa de conquistar base política para seus candidatos em 2010. E os governistas, da sua parte, não querem deixar a oposição surfar nessa onda. É bom o governo começar a pensar em outra fórmula para acabar com as ações judiciais e passar a receber das prefeituras.


Efeito marolinha 

Longe dos otimistas 2% de crescimento para o PIB previstos pela equipe econômica do governo e do 1,3% estimado pelo Banco Central, o ex-presidente do BC Mailson da Nóbrega previu ontem que a economia brasileira terá a modesta expansão de 0,3%, este ano. Principal orador de um seminário da consultoria Tendências, Mailson afirmou que, no cenário atual, 0,3% é “uma boa notícia”. 

Empreiteiras, o retorno

Depois das projeções do Banco Central divulgadas ontem, os parlamentares acreditam que os grandes financiadores das campanhas de 2010 serão mesmo as empresas de construção civil, um dos setores que têm mais chance de sobreviver à avalanche da crise. Outro muito procurado será o setor de alimentos. Afinal, comida é o que não pode faltar. 

Ovo & galo 

Está explicado por que José Serra tem elogiado tanto o governador de Minas Gerais, Aécio Neves. É para ver se o mineiro desiste da prévia para escolha do candidato presidencial. Ocorre que a prévia é vista como a chance de Aécio conseguir aparecer tanto quanto já apareceram o próprio Serra, que foi candidato a presidente da República e ministro da Saúde, e a petista Dilma Rousseff, que não sai dos palanques do PAC, o que lhe rendeu alguns pontos a mais em todas as pesquisas recentes. Ou seja, cresce nas pesquisas quem aparece parao eleitorado nacional. 

Convergência

Reunidos ontem em Brasília, os governadores do Centro-Oeste chegaram a um consenso com representantes do Palácio do Planalto para tirar do papel a Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco). O principal entrave à implementação do órgão vinha sendo a transferência da gestão do Fundo Constitucional de Desenvolvimento (FCO), hoje a cargo do Banco do Brasil, para uma agência de fomento a cargo dos quatro governos da região. 

No cafezinho...
Cadu Gomes/CB/D.A Pres - 29/1/09
 
 

Esfinge 
Perguntado sobre a possível filiação do presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, ao PSB para concorrer ao governo paulista com o apoio do Bloco PSB-PCdoB-PMN, o deputado Aldo Rebelo (foto), do PCdoB paulista, escapuliu pela tangente: “Eu não estou na fase de opinião. Estou na fase de meditação”. 

Oráculo 
Espécie de conselheiro informal do presidente Lula, o empresário Jorge Gerdau Johannpeter dará sua contribuição na tentativa de deslanchar a reforma tributária, empacada na Câmara. O industrial avisou aos congressistas que colocará num documento suas impressões sobre a proposta. 

O que é que o Obama tem? 
As ferramentas de campanha do presidente americano, Barack Obama, viraram moda nos partidos brasileiros. O DEM, por exemplo, criou uma rede social própria na internet para debater assuntos do momento, tal e qual implementada pelo comitê de Obama durante a corrida à Casa Branca. A rede de lá atingiu a marca de 1 milhão de integrantes. O DEM ainda tem modestos 1,4 mil perfis criados. 

Tô de olho 
Primeira escala no roteiro de inspeções em obras do PAC, a visita do DEM a Pernambuco foi acompanhada de perto por militantes da prefeitura de Recife e do governo do estado, que tentaram desmobilizar a plateia antes da chegada da caravana dos democratas. Na sexta-feira, uma comitiva de quatro deputados estaduais governistas já havia percorrido as obras para discursar em favor do programa. 

NAS ENTRELINHAS

Contradição explicável


Correio Braziliense - 31/03/2009
 

Por enquanto, Dilma está ganhando os votos do núcleo duro do eleitorado de Lula. Aqueles cuja lealdade ainda não é ameaçada pelos efeitos da crise


A pesquisa do instituto Sensus apontou uma aparente contradição. A popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva caiu significativamente, mas a candidata dele, Dilma Rousseff, ganhou pontos nos cenários eleitorais para 2010. E há outro dado aparentemente ainda mais estranho. Cresceu a importância de Lula como cabo eleitoral. O contingente de entrevistados que prometem votar no nome indicado por ele para sua sucessão pulou de 15,6% para 21,5%. Desencontros numéricos como esses costumam alimentar teorias de conspiração entre os torcedores contra ou a favor do governo. A verdade, prosaica, é que eles podem ser explicados com um olhar mais atento à pesquisa. 

Para começar, é bom olhar com calma para a popularidade do presidente e de sua administração. A avaliação positiva do governo caiu 10 pontos e a aprovação ao desempenho de Lula caiu oito. São números significativos em qualquer pesquisa. Mas o fato é que os índices continuam altíssimos. A aprovação de Lula está em 76,2%. Significa que ele tem o apoio de três entre cada quatro brasileiros. É um enorme patrimônio eleitoral. Para se ter uma ideia do que isso significa, basta comparar com a posição do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em março de 2001, quando tinha o mesmo tempo de mandato que Lula tem hoje. A aprovação era de 45,6% e a desaprovação, de 45,4%. 

Em resumo: Lula pode não estar tão bem quanto no final do ano mas continua em posição privilegiada. Se vai mantê-la ou não, depende de muitas variáveis. O andamento da crise, as medidas do governo para enfrentá-la e a capacidade do presidente mostrar, no discurso, que a culpa não é dele. E ele vem se esforçando para isso. 

É um erro tomar por um escorregão verbal a frase em que ele atribuiu os problemas da economia mundial aos erros de “gente branca e de olhos azuis”. O presidente sabia o que estava falando e, mais importante, para quem. Seu alvo não era o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, que assistiu constrangido ao ataque. Lula mirou no seu público. Queria mostrar aos brasileiros mais pobres que a encrenca é coisa dos gringos. A declaração pegou mal na imprensa internacional, mas ele está de olho é na audiência interna. 

Tudo bem, mas como explicar os movimentos divergentes: a subida da candidata no momento da queda do presidente? A razão é política. Por enquanto, Dilma está ganhando os votos do núcleo duro do eleitorado de Lula. Aqueles cuja lealdade ainda não é ameaçada pelos efeitos da crise. Vamos aos números. Na simulação em que enfrenta José Serra (PSDB), a ministra obteve 16,3%. Em outro cenário, no qual o candidato tucano é Aécio Neves, ela apresenta desempenho semelhante. Chega a 19,9%. 

Na mesma pesquisa, 21,5% dos entrevistados disseram que o candidato apoiado por Lula é o único em que votariam. Ou seja, a votação dela ainda cabe no contingente de eleitores cativos do presidente. Além disso, historicamente os institutos de opinião pública apontam que o PT teria a simpatia de cerca de 20% do eleitorado. Dilma está conquistando os votos de casa. 

Não é pouca coisa. Há um ano, ela patinava em torno dos 3%. Seu nome aparecia nas pesquisas ao lado de outros presidenciáveis com assento no governo Lula, como Tarso Genro ou Patrus Ananias. Vem ganhando espaço, de maneira lenta mas constante. Tornou-se o único nome do PT nos formulários dos pesquisadores. Aos poucos, vem sendo assimilada pelo partido e seus simpatizantes. É verdade que com graus diferentes de entusiasmo, variando da euforia ao pragmatismo. Mas ninguém mais discute sua primazia para suceder Lula. Ao menos em público. 

Um dado interessante: o grupo que promete votar no candidato de Lula subiu seis pontos de janeiro para cá. Ao mesmo tempo, caiu em oito pontos a parcela de entrevistados que condicionava seu apoio a conhecer antes o candidato oficial. Pois bem. O nome do governo está definido. É Dilma. Ao que parece, pela transferência de votos, ela vem sendo bem recebida. 

No Nordeste, região onde o presidente é mais bem avaliado, sua candidata tem o melhor desempenho, chegando a 26,5%, contra 38% de Serra. 

Essa é a boa notícia para o governo. A ruim é que os eleitores cativos de Lula e do PT não são suficientes para vencer uma eleição presidencial. Para ganhar, Dilma terá de conquistar votos na classe média e em outros segmentos menos vinculados ao governo. Uma tarefa que a crise econômica torna ainda mais complicada.

MÚSICA PARA UM IDIOTA


SÉRGIO GUERRA

A crise é do governo Lula


O Globo - 31/03/2009
 

Mudou o presidente dos Estados Unidos, o do Brasil continua o mesmo. Há poucos meses o presidente Lula dizia: “A crise é do Bush.” Agora foi a Obama pedir providências com a mesmíssima intenção: convencer os brasileiros e talvez a si mesmo que a culpa não é dele.

 

Se fosse só uma questão de culpas, podíamos nos sentar e esperar o juízo da história. O problema é que o subtexto do “não me culpem” é “não me cobrem mais providências”.

 

Aí parece demais.

 

Vamos começar pelas culpas intransferíveis, para cobrar as providências que o governo do PT deve ao país. Porque desculpas sinceras, já sabemos, eles devem, mas não vão pedir nunca. Não pediram pelo “mensalão”. Por que iriam se abalar agora? A culpa de Lula e seu governo não foi a de ter provocado a crise mundial, obviamente, mas eles cometeram dois erros fatais: escancararam as portas do Brasil para a crise e reagiram tarde e mal quando ela chegou.

 

Primeiro, nos anos de bonança com que foram contemplados, aproveitaram a superabundância de capital externo e o forte aumento da demanda e dos preços das nossas matérias-primas exportadas, não para investir em educação, saúde e infraestrutura, como o país precisa tanto. Em vez disso, patrocinaram uma verdadeira farra de juros astronômicos para os banqueiros e especuladores; a farra de importações alavancadas pelo câmbio superapreciado; a farra dos gastos de custeio, dos salários inflacionados e dos cabides de emprego para os companheiros na máquina federal. E ainda empurraram muitas empresas produtivas para a armadilha de um hedge cambial insensato, versão cabocla das pirâmides especulativas que arruinaram milhares de empresas e milhões de famílias americanas.

 

Mesmo dia nteda aceleração da crise, nos meses que antecederam a quebrado Lehman Brothers, o Brasil continuou subindo os juros dos títulos públicos, base da pirâmide dos juros privados siderais e fonte de gastos e déficit públicos.

 

Erro de economia e subordinação ao capital financeiro, que não é de responsabilidade apenas do Banco Central, mas do governo e do presidente.

 

Esse erro — na verdade uma sequência espantosa de erros — explica por que a crise está batendo mais forte no Brasil do que na maioria dos países, como os dados do PIB e do emprego começam a mostrar.

 

Segundo, quando a crise apontou no horizonte, reagiram com as bravatas de sempre. Palanque, propaganda, piadinhas e pesquisas. Pesquisas, diga-se de passagem, que refletem a popularidade do presidente no espelho retrovisor (com os primeiros sinais de desgaste), enquanto o muro da frustração cresce à sua frente. Mas a inconsequência, num quadro desses, e partindo de quem parte, tem consequências.

 

Do ponto de observação privilegiado em que se encontram, o mínimo que o presidente e seus auxiliares tinham obrigação de fazer era ver o tsunami chegar e tocar o alarme. Em vez disso, chamaram o povo para a praia — ou para as compras.

 

Em suma, esbaldaramse feito a cigarra da fábula no verão. E mentem feito Pinnochio na chegada do inverno. Tripudiam sobre a verdade ao repetir sem descanso nem pudor o conto do PAC. Não deixa de ser um verdadeiro escárnio com o país falar-se em “aceleração do crescimento” quando o PIB desaba desse jeito. “Aceleração” de 5% ao ano para zero? Mas não se dão por achados e já estão no palanque inaugurando casas de vento.

 

E o pior: enquanto enganam, perdem tempo quando o país mais precisa de verdade e coragem para tomar as duras decisões que poderiam, talvez, amortecer o tombo econômico nacional e amenizar o sofrimento da crise.

 

Com verdade e coragem, já deveriam ter revertido o que ainda der para reverter da gastança desatinada que promoveram. Já deveriam ter alinhado os juros básicos do Brasil com os do resto do mundo. Já deveriam ter implantado mecanismos que avalizassem o crédito para as pequenas e médias empresas. Já deveriam ter refeito em moeda nacional os créditos perdidos no mercado internacional pelos exportadores. Já deveriam ter começado uma verdadeira parceria com os governos estaduais e prefeituras que têm capacidade gerencial e financeira para acelerar efetivamente os investimentos.

 

Com pirotecnias e paliativos, prolongam a agonia e aprofundam o buraco aos seus pés, arrastando um país inteiro com eles! Os Estados Unidos tiveram ao menos a sorte de poder trocar de comando quando a crise bateu à porta.

 

O Brasil terá de agüentar mais dois anos desse não governo. Haja fé na democracia e paciência.

ANCELMO GOIS

Nos ares


O Globo - 31/03/2009
 

Em campanha para que o Rio receba os Jogos de 2016, Sérgio Cabral e Eduardo Paes, que estiveram semana passada numa feira de esportes nos EUA, viajam sexta de novo para Londres, sede das Olimpíadas de 2012.

Vão acompanhar Lula numa visita às instalações olímpicas.

Caminho das Índias

Deu no “Times”, de Londres: as mães de Haryana, no Norte da Índia, só permitem que as filhas sejam cortejadas por homens que vivem em moradias com banheiro.

É que lá é mais comum ter TV em casa do que banheiro.

O fim do papel

Até dezembro, o Superior Tribunal de Justiça, que faz 20 anos dia 7, vai digitalizar 450 mil processos. Algo em torno de 150 milhões de folhas.

A conta não inclui os 1.200 casos que chegam ao STJ todos os dias e já são digitalizados antes de ser distribuídos.

Quem vem

Bruno Rodriguez, o novo chanceler de Cuba, prepara uma visita ao Brasil.

Rodriguez substituiu Felipe Pérez Roque, que era tido como sucessor de Fidel e acabou defenestrado por Raúl Castro.

Templo é dinheiro

Está no Senado projeto, apresentado pelo deputado Bispo Rodovalho, da Igreja Sara Nossa Terra, para que a Lei Rouanet — que concede incentivos fiscais à cultura — reconheça a música gospel e seus eventos como manifestação cultural.

PONTO FINAL

O choque de ordem em Brasília, nos últimos dois anos, resultou na remoção de cerca de 8 mil construções ilegais e mudou a paisagem da capital, como mostrou O GLOBO, domingo. É como se, em meio mandato, o prefeito do Rio tivesse removido e reassentado as favelas Dona Marta, Parque da Cidade e Chapéu Mangueira-Babilônia. Será que só é possível fazer isso em Brasília, e no Rio, não? Um bom desafio para as autoridades e os urbanistas.

ARNALDO JABOR

A paralisia política do país nos ensina muito

O GLOBO - 31/03/09

A vergonha pode nos trazer sabedoria

Outro dia escrevi uma frase não totalmente idiota. Cito-me: "Há alguma coisa não acontecendo no Brasil que me apavora!"

A sensação é de paralisia com agitação, falsos tremores febris, acontecimentos irrelevantes que parecem importantes, bobagens que enchem os noticiários e que se esvaem.

Isso cria a impressão de que algo se movimenta, quando tudo está parado.

Este governo desmoraliza os fatos. Eles são soterrados por uma presença excessiva do governo em tudo - Lula o dia todo na TV, criando uma cortina de fumaça virtual sobre o que não é feito. 
De repente, Lula sente que tem de ir além do marketing e berra: "Precisamos fazer alguma coisa! Vamos fazer um milhão de casas!"

E aí se defronta com milhares de cascas de banana que ele ignorou nos últimos sete anos: burocracia, cargos técnicos invadidos por clientelismo político, falta de grana para investir, pois gastou com funcionários públicos quatro vezes mais do que diz que vai gastar com o milhão de casas: R$ 128 bilhões com gastos de custeio e funcionários (as casas custariam R$ 33 bilhões).

Esse milhão de casas (quem dera que fosse possível…) vai esbarrar em tudo o que o governo Lula deixou de fazer: simplificação de burocracias, privatizações necessárias, concessões públicas urgentes e reformas em geral.

Não abriu caminho para o crescimento e agora quer crescer? Como fazer isso com 0,9 do Produto Interno Bruto (PIB) para investimentos? Depois de tanto getulismo tardio, agora vai ser difícil bancar um Juscelino Kubitschek pós-moderno, com um Estado quebrado.

A grande doença histórica que nos infecciona há séculos piorou com o regime de vulgarização de alianças políticas que Lula promoveu esses anos todos. O Senado e o PMDB são o grande sintoma desse vexame.

Essa doença se espalha a partir do topo da pirâmide de poder. Lula era a esperança do velho populismo e dava um rosto operário concreto aos ideólogos.

Controlado pelos comandados de Dirceu, acabou eleito pela habilidade realista de um publicitário. Depois, com a intervenção salvadora de Roberto Jefferson, Lula ficou livre para criar essa doutrina que hoje se derrama sobre todos os aparelhos do Estado.

Esse sórdido "aliancismo" que tudo permite faz a roubalheira ser vista como um mal necessário e inevitável ("ôba!"), o que permite o assalto sistemático à Republica com a consciência tranquila, sem medo de punição. O governo desmoralizou o escândalo.

O lulo-sindicalismo também herdou uma vaga ideia de "futuro" que habita a ideologia dos comunas oportunistas e cria uma desvalorização do "aqui e agora", como se o "presente" fosse algo desprezível. Assim, tudo fica parado no ar, nada sai do papel.

As promessas e os anúncios bastam; a realização é supérflua. Tudo que tinha de ser reformado, não o será, pois "reforma" repugna pelegos "revolucionários" que ainda pululam no Executivo, restos de uma doença infantil esquerdista.

Não só nada avança, como o que antes funcionava está quebrando. Há uma falência múltipla dos órgãos públicos.

Essa doença grave é dissimulada pela figura de Lula, com seu carisma de operário guerreiro que fascina o mundo.

A estratégia de "mídia em vez de ação", e mais os fragmentos deixados pelos bolchevistas que saíram, cria uma virose que se espalha de forma letal pelo corpo de nossa democracia representativa, frágil casca retórica em cima de nosso velho patrimonialismo resistente.

E tudo isso é agravado por uma espantosa incapacidade administrativa.

A ideia de "competência" é vista com desconfiança, inclusive teoricamente, porque a competência técnica pode "encobrir um desvio neo-liberal, de direita".

"Administrar" é visto como ato menor, até meio reacionário, pois administrar é manter, preservar, coisa de capitalistas.

Essa ambiguidade paralisou processos e projetos, com exceção das regras "macro" que Fernando Henrique Cardoso deixou, em que Lula, por instinto, não mexe.

A isso, claro, soma-se seu caráter preguiçoso e deslumbrado que se declina por todos os escalões do Estado.

Além de não saber o que fazer, a atitude de se colocar acima da política cotidiana desqualifica a própria política como sendo coisa menor, o que é uma "sopa no mel" para corruptos e vagabundos.

Outro aspecto interessante em nosso "karma" de país sem projeto é que, por um lado, lucramos muito com a onda boa da economia mundial (a fase da "bolha bendita"), o que deu base de marketing para o sucesso de Lula no Ibope. Mais interessante ainda é vermos que nosso sistema bancário voraz e egoísta, nosso crédito mixuruca, nos preservou um pouco, até agora, da crise financeira internacional. O atraso nos ajudou.

E mais tragicômico ainda: isso permite a Lula se gabar de uma economia "protegida", quando é apenas atrasada.

Pela ausência de programas, resta aos donos atuais do poder manter comprado o apoio das "massas", com bolsas família, e aumentar os gastos públicos com fins eleitorais para 2010. E o próximo governo (mesmo de Dilma) que se dane.

É isso aí. Tudo o que o governo anterior introduziu e que poderia nos fazer avançar foi paralisado. Estamos diante de um grave retrocesso histórico, que parece calmaria. Mas, e a tempestade?

A única vantagem dessas alianças espúrias é nos revelar, por tabela, o horror de nossa degradação.

Por desgraça ou sorte, estamos vendo a bruta voracidade da política brasileira.

Talvez essa vergonha seja boa a longo prazo. Estamos desmascarados.

Em nome de uma governabilidade, criou-se uma rede de alianças que impede qualquer governabilidade.

Ver a cara de nossa tragédia burlesca talvez seja o começo de alguma sabedoria.

PAINEL

Na operação

RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 31/03/09

Augusto Nardes, ministro do Tribunal de Contas da União levado ao noticiário da Operação Castelo de Areia por sua relação com Guilherme Cunha Costa, lobista da Camargo Corrêa, já havia aparecido nos grampos de outra operação da Polícia Federal, a Navalha, de 2007. Naquela ocasião, o empreiteiro investigado era Zuleido Veras, dono da Gautama.
Num dos telefonemas interceptados, Zuleido comentava com o deputado Paulo Magalhães (DEM-BA) a determinação de outro ministro (e hoje presidente) do TCU, Ubiratan Aguiar, para que a construtora devolvesse R$ 1 milhão à Petrobras por quebra de contrato. "Nós estamos pedindo vista", informou. "Quem vai pedir é o Nardes." De fato, Nardes pediu.



Dificuldades... Pelas mãos de Nardes passa quase tudo o que diz respeito à Petrobras no TCU. Um dos deputados mais próximos do ministro é José Otavio Germano (PP-RS), ligado ao setor petroquímico. A dupla já deu muita dor de cabeça à estatal. 

...e facilidades. O TCU, que tem entre seus membros Valmir Campelo, pai do lobista da Fiesp Luiz Henrique Bezerra, é o tribunal responsável por julgar as contas do chamado "Sistema S", ao qual pertence o Sesi (Serviço Social da Indústria). 

Coleta 1. A Cavo, empresa de recolhimento de lixo do grupo Camargo Corrêa, não utilizou a usual "transação eletrônica" para repassar doações a três petistas em 2008. Os candidatos a vereador Nabil Bonduki e Arselino Tatto, além do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, receberam suas fatias em cheque. 

Coleta 2. O principal cliente público da Cavo é a Prefeitura de Curitiba. Em 2008, veio da Camargo Corrêa a maior doação à campanha vitoriosa do tucano Beto Richa: R$ 300 mil "por dentro". 

Coleta 3. A Cavo também tem 30% das ações da Loga, criada em 2004 para atender 13 subprefeituras paulistanas. A Camargo doou R$ 3 milhões ao comitê reeleitoral de Gilberto Kassab (DEM). 

Castelinho. Veteranos lembram do escândalo do Orçamento, em 1993, para baixar a bola da nova operação da PF. Foram apreendidas naquele ano caixas de documentos da Odebrecht com menções a mais de 150 congressistas -algumas com percentual de comissão por obra da empreiteira. A CPI instalada sugeriu "futuras investigações" que nunca se concretizaram.

ELIANE CANTANHÊDE

A pescaria de Lula no G20

FOLHA DE SÃO PAULO - 31/03/09

BRASÍLIA - Lula jogou a isca, e Joe Biden, vice de Obama, mordeu.
Foi assim: no primeiro de dois discursos na 6ª Cúpula de Líderes Progressistas, no sábado, no Chile, Lula cobrou: "O mundo paga o preço de uma aventura irresponsável dos que transformaram a economia mundial em um gigantesco cassino". Defendeu um "Estado forte" e acusou "os mercados".
Em seguida, Biden discordou: "Nós não devemos exagerar. O livre mercado ainda precisa estar apto a funcionar. A mim parece que nós devemos é salvar os mercados dos "livre-mercadistas'".
De volta ao microfone, Lula engordou a isca. Jogou fora o seu texto e, de improviso, foi ainda mais contundente, responsabilizando os países ricos pela crise e cobrando que eles recuperem o crédito e a confiança internas para deixar de prejudicar os outros. Irônico, foi no fígado: "Não queremos que comece a cair primeiro-ministro e presidente pelo mundo afora".
Ao mesmo tempo em que atacava EUA e Europa, pais da crise, Lula defendeu enfaticamente a América Latina. O que o mundo desenvolvido condena como puro populismo, ele classificou de "uma onda de democracia popular".
Atingiu dois objetivos: 1) uma nítida polarização entre ele, pelos emergentes, e Biden, representando os EUA: 2) transformar a cúpula de oito líderes do Chile numa prévia do G20, na quinta, em Londres. Antes de voltar ao Brasil, ele avisou que são todos muy amigos, mas "falam línguas diferentes". Deixou claro que manterá o discurso do Chile, contra o endeusamento dos mercados e a favor de mais Estado, mais regulação, mais equilíbrio mundial, mais integração entre nações e mais inclusão social.
Megalomania à parte, tem tudo para ser destaque no G20. Dentro, por falar pelos emergentes e pelos pobres. E fora por estar em sintonia com o grito de guerra de centenas ou milhares de manifestantes: "As pessoas em primeiro lugar!".

O IDIOTA


DORA KRAMER

Alma do negócio


O ESTADO DE SÃO PAULO - 31/03/09

O aumento do índice de intenções de votos da ministra Dilma Rousseff (29%) para a presidência da República no confronto com o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, (28%) é a notícia nova que traz o Instituto Sensus em relação às pesquisas do Ibope e Datafolha, divulgadas na semana passada.

As três registraram a queda na popularidade do presidente Luiz Inácio da Silva, bem como a redução da confiabilidade no desempenho do governo.

Todas confirmam a dianteira ainda folgada do governador de São Paulo, José Serra, na disputa presidencial de 2010 e também ratificam as manifestações espontâneas de preferência pelo presidente Lula, se fosse candidato.

É um cenário difícil de ser transposto para a realidade futura e tomado como verdade absoluta, porque muitas de suas variantes são hipotéticas. Umas prováveis, algumas possíveis, outras meras conjecturas sobre o inexequível, como a candidatura Lula citada por 16% dos consultados.

Nesse quadro das lembranças não induzidas, Serra cai dos 45,7%, quando a escolha é feita em lista de potenciais concorrentes, para 8,8%. Dilma fica com 3,6% e Aécio com 2,9%. Em matéria de escolha eleitoral propriamente dita, esses dados não significam nada, mas dizem muito a respeito do trabalho de divulgação de um pretendente a candidato.

Se 16% citam Lula sabendo que não estará na disputa, fazem isso porque é o nome que lhes vêm à mente em primeiro lugar, é o personagem mais presente na cena nacional. A mesma lógica pode ser aplicar à evolução dos índices de Dilma, uma evidência da eficácia da ofensiva posta em prática pelo governo desde fevereiro de 2008, quando do batizado da “mãe do PAC”.

Abstraindo juízo de valor sobre os métodos e a desigualdade dos instrumentos, está demonstrado o quanto, também na política, a propaganda é a alma do negócio. Aécio Neves está na vida pública há mais de 20 anos, foi presidente da Câmara dos Deputados, é neto do fiador da transição democrática, cumpre o segundo mandato como governador do segundo colégio eleitoral do país, há um ano circula como presumido pretendente a presidente.

É bem visto no empresariado, cobiçado por partidos políticos, nos últimos meses reforçou e explicitou as investidas para se apresentar como alternativa de poder, tem estampa e juventude, inegável “appeal” e vocação à cortesia. Tanto esforço e atributos, porém, não o fazem andar para frente nas pesquisas.

Nem de maneira substancial para baixo. Ficou ali, andando meio de lado, enquanto a ministra Dilma que nunca disputou um voto, não chegaria entre as dez primeiras em concurso de miss simpatia, não encarna grandes simbologias, não tem traquejo político, depende do capital eleitoral de outrem, conseguiu entrar no rumo de uma trajetória ascendente.

É, na percepção de uma parcela crescente, a imagem e semelhança do presidente Lula. Ainda não se trata de saber – por impossível – se com isso poderia se eleger, mas de constatar que conseguiu obter uma marca. Dilma é Lula e ponto.

Serra é o obstinado que perdeu uma vez a presidência, retomou a trilha via prefeitura, tentou disputar outra vez sem sucesso, contornou o obstáculo elegendo-se governador e agora se empenha em definitivo para chegar lá. Serra, portanto, simboliza algo facilmente reconhecível pelo eleitorado.

Heloísa Helena é reduto dos utópicos e radicais, sucessora de Lula na representação do combate a isso “tudo que está aí”.

Já o governador Aécio até agora não conseguiu se enquadrar em um perfil: fala para Minas como redentor do peso político do estado, mas para o restante do eleitorado não se apresenta com características marcadas que agradem ou desagradem, muito antes pelo contrário.

É visto como aliado de Lula, é tido como adversário de Serra, avança e recua, movimenta-se, mas não dá o norte ao eleitor, o que traduz uma estratégia de propaganda ineficaz. Ou,então, revela uma vontade apenas relativa de realmente se candidatar agora à Presidência.

Voo cego

O delegado Paulo Lacerda, ex-diretor-geral da Polícia Federal, ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência, hoje lotado na embaixada do Brasil em Portugal, deu a um grande amigo a seguinte definição do delegado Protógenes Queiróz:”É um investigador muito bom, mas tem de ser monitorado de perto. Se ficar quatro dias solto, por conta própria, sai voando, investiga do presidente dos Estados Unidos às relações de poder na Austrália”.

Dilmo

O presidente da Câmara, Michel Temer, sabe da falta de unidade do PMDB para aderir oficialmente a alguma candidatura, mas está mesmo com vontade de ser vice de Dilma Rousseff. Pelo sim pelo não, sondou o ministro Geddel Vieira Lima sobre seus planos de ocupar a vaga. Saiu a conversa com passe livre para investir.